A Reforma
Protestante foi um movimento reformista cristão culminado no início do século
XVI por Martinho Lutero, quando através da publicação de suas 95 teses, em 31
de outubro de 1517na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra
diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma reforma no
catolicismo romano. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos
como os Cinco Solas. Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes
europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha,
estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e
algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria.
A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como
Contrarreforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento. O resultado
da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os
católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o protestantismo.
No século 16, na Europa
central, foi iniciado um movimento de renovação da Igreja cristã denominado
Reforma Protestante. Já no final da Idade Média vários fatores contribuíram
para que isso ocorresse: a formação dos Estados Nacionais ou as modernas nações
europeias, com toda a descentralização política e com príncipes limitando a
autoridade do Imperador e com forte tensão entre o Estado e a Igreja. O poder
do papado entrou em declínio, ocorreram confrontos com reis, divisões entre os
próprios clérigos e a necessidade de reforma. Houve um Grande Cisma e até mesmo
3 papas rivais em lugares diferentes, de 1378 a 1417. O movimento Conciliar
buscou solução para a crise numa tentativa fracassada de democratizar a Igreja
e governa-la por meio de concílios. Os movimentos dissidentes na França
acarretaram forte oposição e a Inquisição fora oficializada em 1233. Nos
séculos 14 e 15 alguns movimentos esporádicos de protestos surgiram contra os
ensinos e práticas da Igreja medieval e alguns líderes foram chamados de
pré-reformadores: João Wycliff (1325-1384), João Huss (~1372-1415) e Jerônimo
Savonarola (1452-1498), por combaterem irregularidades e imoralidades do clero,
condenar superstições, peregrinações, veneração de santos, celibato e as
pretensões papais. Também outros movimentos romperam com a Igreja, os
movimentos devocionais como o misticismo, a Devoção Moderna dos Irmãos da Vida
Comum. Também nasceu o interesse em estudar as obras da Antiguidade pelos
Renascentistas e isso levou alguns “humanistas bíblicos” ao estudo da Bíblia
nas línguas originais. Muita convulsão política, social e religiosa havia no
final da idade média, revoltas dos camponeses, guerras, epidemias, o declínio
do feudalismo e da liderança dos Papas e da Igreja. A população se ressentia
dos abusos da Igreja e da sua falta de propósitos e corrupção. Muita violência,
baixa expectativa de vida, contrastes e desigualdades sociais e econômicas às
vésperas da Reforma, havia até mesmo certa revolta com a chamada “matemática da
salvação” ou religiosidade contábil que tratava pecados como débitos e as boas
obras como créditos e a venda de “indulgências” para perdão das penas temporais
do pecado. Martinho
Lutero. Pintura de Lucas Cranach the Elder (~1529). Via Wikimedia Commons. Quando
o dominicano Tetzel foi vender indulgências em Wittemberg, Martinho Lutero
(1483-1546), se pronunciou contrário. Lutero, natural de Eisleben, ingressou no
mosteiro de Erfurt e tornou-se professor na Universidade de Wittemberg. Diante
das indulgências, ele afixou na porta da Igreja da cidade, em 31 de outubro de
1517, 95 Teses ou convites para o debate na comunidade acadêmica, desafiando a
autoridade da Igreja. Por isso, foi acusado de heresia e chamado a Roma, em
1518, mas recusou-se a ir e manteve suas posições. Em 1519, participou de
debate e afirmou que o “infalível” Papa podia errar. Em 1520, recebeu uma “Bula
papal” para retratar-se ou seria excomungado. E Lutero, estudantes e
professores de Wittemberg queimaram a Bula em praça pública. Também escreveu
livros e tornou-se popular e notório em toda a Europa. Em 1521, na Dieta de
Worms, Lutero reafirmou suas ideias e precisou se refugiar no castelo de
Wartburg sob proteção de um príncipe-eleitor. Ali Lutero traduziu a Bíblia para
o alemão e a “reforma luterana” se espalhou rapidamente, com o apoio de vários
principados alemães, por todo o sacro Império. Mas, houve forte oposição
católica às novidades luteranas. Em 1526, houve certa tolerância. Mas, como em
1529 acabou essa política conciliadora, os líderes luteranos fizeram um “protesto”
formal de apoio a Lutero e isso deu origem ao nome histórico “protestantes”. O
auxiliar de Lutero, Filipe Melanchton (1497-1560) apresentou ao Imperador a
“Confissão de Augsburgo”, defendendo a doutrina luterana (21 artigos) e
indicando 7 erros da Igreja Romana. Ocorreram guerras político-religiosas entre
católicos e protestantes, de 1546 a 1555, findando com o tratado de “Paz de
Augsburgo”, reconhecendo a legalidade do luteranismo como religião oficial de
um território cujo príncipe a adotasse como tal. O protestantismo se espalhou
pela Suécia, Dinamarca, Noruega e Islândia. Foram defendidos princípios básicos
que caracterizaram as convicções e práticas protestantes: os cinco “Solas”:
Sola Scriptura (somente as Escrituras), solus Christo (salvação somente em
Cristo), sola gratia (salvação somente pela graça divina), sola fides (salvação
somente pela fé), soli Deo gloria (glória dada somente a Deus), além do
sacerdócio universal dos cristãos. Outro reformador que marcou época foi Ulrico
Zwínglio (1484-1531), reformador da Suíça, no movimento chamado “segunda
Reforma” que deu origem às Igrejas Reformadas na Suíça alemã e no sul da
Alemanha, promovendo mudanças mais radicais que os luteranos. Os reformadores
radicais ou Anabatistas (rebatizadores) geraram o terceiro movimento reformado,
também em Zurique, Suíça, sendo mais fanáticos, entusiastas e radicais. Os
anabatistas defenderam a separação completa entre Igreja e Estado. O grande
reformador do século 16 foi João Calvino (1509-1564), francês que se refugiou
em Genebra, estudou teologia e humanidades, Direito. Esteve em Genebra por duas
vezes, de 1536 a 1538, e de 1541 até ao final de sua vida. A cidade se tornou o
grande centro do protestantismo e preparou líderes para toda a Europa, além de
abrigar muitos refugiados das guerras religiosas. O calvinismo foi o mais
completo sistema teológico protestante e originou as Igrejas Reformadas (Europa
continental) e presbiterianas (Ilhas britânicas). A Reforma
Protestante ocorreu na Inglaterra com a atuação de refugiados que voltaram de
Genebra. Contribuíram também, o anticlericalismo dos ingleses, os ensinos
luteranos desde 1520, a tradução da Bíblia para o inglês. Mas, principalmente o
rei Henrique VIII (1491-1547), com seus muitos casamentos e desentendimentos
com o catolicismo, até que seu sucessor Eduardo VI (1547-1553) e seus tutores
implantaram a Reforma no país e cessaram as perseguições. Sintetizaram as
doutrinas luteranas e calvinistas, além dos traços da liturgia católica e, no
reinado de Elisabeth I, a Inglaterra tornou-se oficialmente protestante,
criando a Igreja Anglicana. Na Escócia,
o protestantismo foi introduzido por John Knox, discípulo de Calvino, e criou o
conceito político-religioso de “presbiterianismo”, com igrejas governadas por
oficiais eleitos pela comunidade, os presbíteros, livres da tutela do Estado. De fato,
esses protestantes não queriam inovar, mas restaurar antigas verdades bíblicas
que a Igreja havia esquecido ou trocado por suas tradições humanas. Valorizaram
as Escrituras, a salvação pela graça divina e pela fé somente, sem as obras.
PLANETA DOUGLAS
Textos, artigos diversos e outras tantas formas de palavras escritas. Este é um blog para quem gosta de ler, questionar e filosofar...
31 de outubro de 2017
26 de outubro de 2017
REVOLUÇÃO RUSSA - 100 ANOS
O completar de 100 anos de um grande evento da história da humanidade não é algo que acontece todos os dias. Em 2017, a vez é a da Revolução Russa que, no mês de outubro, atinge um século desde o seu mais importante episódio, a também chamada Revolução Vermelha, que levou os bolcheviques ao poder do governo russo e mudou os rumos do século 20. Em 25 de outubro de 1917, o processo da Revolução já acontecia havia alguns meses. Apoiada pelos sovietes, a pobre, esfomeada e descontente população russa já fizera o czar Nicolau II, da dinastia Romanóv, abdicar do trono em fevereiro daquele mesmo ano. Com a sua saída, estabeleceu-se um Governo Provisório.Quem detinha o apoio da população, entretanto, era o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), que era dividido em duas vertentes: os bolcheviquese os mencheviques.Os bolcheviques acreditavam que a insurreição socialista deveria ocorrer imediatamente e que todo o poder deveria ser distribuído. O grupo que detinha mais poder naquele momento, porém, era o dos mencheviques, composto por liberais e socialistas moderados. Estes achavam que a revolução deveria ser burguesa e ocorrer gradativamente, com diversas reformas até que o socialismo fosse alcançado. A Revolução de outubro aconteceu justamente pelo descontentamento dos bolcheviques e da população. Ambos acreditavam que nenhuma real mudança social tinha sido realizada após a queda do império. O povo continuava com fome, morrendo nos conflitos da Primeira Guerra Mundial e clamando por uma divisão justa de terras.Com o mote “paz, terra e pão”, os bolcheviques prometiam para o povo precisamente comida, uma reforma agrária e a saída da guerra. Depois de alguns meses em conflito, em 25 de outubro de 1917, o grupo é vitorioso e os camponeses e operários, enfim, passam a governar a Rússia, com Lenin no poder.
PAULO FREIRE - EDUCAÇÃO, CONSCIÊNCIA E CIDADANIA
Esse educador e filósofo brasileiro, nascido em Recife no ano de 1921, Paulo Freire destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, que foi publicado em várias línguas como o espanhol, o inglês em 1970 e até o hebraico em 1981. No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares. Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Em razão da rixa política entre a ditadura militar e o socialismo cristão de Paulo Freire, o livro não foi publicado no Brasil até 1974, quando o general Geisel assumiu a presidência do país e iniciou o processo de abertura política. O livro “Pedagogia do Oprimido”, dá ênfase um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base. No entanto, a obra de Paulo Freire não se limita a esses campos, tendo eventualmente alcance mais amplo, pelo menos para a tradição de educação marxista, que incorpora o conceito básico de que não existe educação neutra. Segundo a visão de Freire, todo ato de educação é um ato político. Paulo Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997. Ficou o legado dos seus trabalhos, em 1991 foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire, para estender e elaborar as suas idéias. O instituto mantém até hoje os arquivos do educador, além de realizar numerosas atividades relacionadas com o legado do pensador e a atuação em temas da educação brasileira e mundial. Paulo Freire dizia: “Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as pessoas e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade”. Se fosse vivo, Paulo Freire completaria 90 anos no dia 19 de setembro desse ano.
PLATÃO, O PAI DA FILOSOFIA OCIDENTAL? POR QUE NÃO??
Autor de vasta obra filosófica, Platão preocupou-se com o conhecimento das verdades essenciais que determinam a realidade e, a partir disso, estabeleceu os princípios éticos que devem nortear o mundo social. Seu pensamento foi absorvido pelo cristianismo primitivo e, junto com seu mestre Sócrates e o discípulo Aristóteles, lançou os alicerces sobre os quais se assentaria as bases de toda a filosofia ocidental.A filosofia de Platão recebeu inúmeras interpretações não só devido a sua complexidade, mas por apresentar diversas etapas, em especial no que se refere à evolução das soluções que deu à teoria das idéias, poetizada e obscurecida pelo uso da linguagem simbólica. No entanto, suas doutrinas centram-se num propósito principal: opor-se ao relativismo dos sofistas, o que implica a suposição de haver conhecimento independente de fatores circunstanciais. Assim, o objetivo platônico era o conhecimento das verdades essenciais que determinam a realidade -- a ciência do universal e do necessário.
NIETZSCHE REMOU CONTRA A MARÉ?
Filosofo alemão, ateu, dizia que "Deus era um ser criado pela imaginação dos povos fracos". Sua filosofia era impregnada de ódio contra as massas populares, que considerava escravos. Elevava o homem até ao nível de super-homem, ser assumidamente superior. "O que é o macaco para o homem?, escárnio, vergonha dolorosa, assim deve ser o homem para o super-homem". Essa superioridade do super-homem que Nietzsche acreditava isolou-o no sofrimento e na dor, nos últimos anos da sua vida ele sofreu uma intensa depressão nervosa. Para Nietzsche o homem é individualidade irredutível, à qual os limites e imposições de uma razão que tolhe a vida permanecem estranhos a ela mesma, à semelhança de máscaras de que pode e deve libertar-se. Para Nietzsche, diferentemente de Kant, o mundo não tem ordem, estrutura, forma e inteligência. Nele as coisas "dançam nos pés do acaso" e somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida. Escreve um ensaio sobre verdade e mentira no sentido extra moral, no qual explora o lado gnosiológico, de origem e fundamentação do conhecimento. O conhecimento é uma ilusão, a única relação do homem com o mundo possível é a estética. O conhecimento típico do homem, que assimila o mundo à sua perspectiva. Existem os instrumentos do conhecimento, categorias e linguagem e seu produto, o mundo percebido. Uma das perspectivas que aprecem em Nietzsche é noção de que o instinto da conservação da espécie é a responsável por muitos atos. O conhecimento é útil à preservação da vida, e é também o objetivo de todos os líderes religiosos. Escreveu em 1883 e 1885 "Assim Falou Zaratustra", em alemão "Also sprach Zarathustra", que influenciou significativamente o mundo moderno. O livro foi escrito originalmente como três volumes separados em um período de vários anos. Depois, Nietzsche decidiu escrever outros três volumes mas apenas conseguiu terminar um, elevando o número total de volumes para quatro. Após a morte de Nietzsche, ele foi impresso em um único volume. O livro narra as andanças e ensinamentos de um filósofo, que se auto nomeou Zaratustra após a fundação do Zoroastrismo na antiga Pérsia. Para explorar muitas das ideias de Nietzsche, o livro usa uma forma poética e fictícia, frequentemente satirizando o Novo testamento. Nietzsche morreu completamente louco em 1900. "A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez".
KARL MARX: A HISTÓRIA É O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO HOMEM PELO TRABALHO HUMANO".
O pensamento de Karl Marx mudou radicalmente a
história política da humanidade. Inspirada em suas idéias, metade da população
do mundo empreendeu a revolução socialista, na intenção de coletivizar as
riquezas e distribuir justiça social. Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, na Renânia,
então província da Prússia, em 5 de maio de 1818. Primeiro dos meninos entre os
nove filhos de uma família judaico-alemã, foi batizado numa igreja protestante,
de que o pai, advogado bem-sucedido, se tornara membro, provavelmente para
garantir respeitabilidade social. Depois de estudar em sua cidade natal, em
1835 Marx ingressou na Universidade de Bonn, onde participou da luta política
estudantil. Na Universidade de Berlim, para a qual se transferiu
em 1836, começou a estudar a filosofia de Hegel e juntou-se ao grupo dos jovens
hegelianos. Tornou-se membro de uma sociedade formada em torno do professor de
teologia Bruno Bauer, que considerava os Evangelhos narrativas fantásticas
suscitadas por necessidades psicológicas. Com uma posição política que se identificava cada
vez mais com a esquerda republicana, Marx em 1841 apresentou sua tese de
doutorado, em que analisava, na perspectiva hegeliana, as diferenças entre os
sistemas filosóficos de Demócrito e de Epicuro. Nesse mesmo ano concebeu a
idéia de um sistema que combinasse o materialismo de Ludwig Feuerbach com o
idealismo de Hegel. Passou a colaborar no jornal Rheinische Zeitung, de
Colônia, cuja direção assumiu em 1842. No ano seguinte, Marx casou-se com Jenny
von Westphalen e, logo após, sua publicação foi fechada.
O casal mudou-se para Paris, onde Marx entrou em
contato com os socialistas. Em 1845, expulso da França pelo governo,
estabeleceu-se em Bruxelas e iniciou a duradoura amizade e colaboração com
Friedrich Engels. Die heilige Familie (1845; A sagrada família) e Die deutsche
Ideologie (1845-1846, publicada em 1926; A ideologia alemã) foram as primeiras
obras que escreveram a quatro mãos. Nessa época, Marx trabalhou em diversos
tratados filosóficos contra as idéias de Bruno Bauer e do socialista utópico
Pierre-Joseph Proudhon, e em 1848 redigiu, com Engels, o Manifest der
Kommunistischen Partei (Manifesto comunista), resumo do materialismo histórico,
em que aparecia pela primeira vez o famoso apelo à revolução com as palavras
"Proletários de todos os países, uni-vos!". Depois de participar do movimento revolucionário de
1848 na Alemanha, Marx regressou definitivamente a Londres, onde durante o
resto da vida contou com a generosa ajuda econômica de Engels para manter a
família. Em 1852 escreveu Der 18 Brumaire des Louis Bonaparte (O 18 Brumário de
Luís Bonaparte), em que analisa o golpe de estado de Napoleão III do ponto de
vista do materialismo histórico. Sete anos depois, publicou Zur Kritik der
politischen Ökonomie (Contribuição à crítica da economia política), seu
primeiro tratado de teoria econômica, e em 1867 o primeiro volume de Das
Kapital (O capital), monumental análise do sistema socioeconômico capitalista,
sua obra mais importante. Marx voltou à atividade política em 1864, quando
participou da fundação da Associação Internacional de Trabalhadores. Como líder
e principal inspirador dessa Primeira Internacional, sua presença se reafirmou
em 1871, por ocasião da segunda Comuna de Paris, movimento revolucionário de
que a associação participou ativamente e em que pereceram mais de vinte mil
revoltosos. As divergências do anarquista
Mikhail Bakunin, a partir de 1872, provocaram a derrocada da
Internacional. Marx ainda participou em 1875 da fundação do Partido Social
Democrata Alemão e em seguida retirou-se da atividade política para concluir
Das Kapital. Apesar de ter reunido imensa documentação para continuar o livro,
os volumes segundo e terceiro só foram editados por Engels, em 1885 e 1894.
Outros textos foram publicados por Karl Kautsky, como quarto volume, entre 1904
e 1910. Karl Marx morreu em 14 de março de 1883, em Londres.
”SÓ SEI QUE NADA SEI"
"Só sei que nada sei.” Com essas palavras Sócrates reagiu ao pronunciamento do oráculo de Delfos, que o apontara como o mais sábio de todos os homens. O pensador foi o primeiro do grande trio de antigos filósofos gregos, que incluía ainda Platão e Aristóteles, a estabelecer, na Grécia antiga, os fundamentos filosóficos da cultura ocidental. Sócrates nasceu em Atenas por volta do ano 470 a.C. Era filho de uma parteira, Fenarete, e de Sofronisco, homem bem relacionado nos meios políticos da cidade. Como não deixou obras escritas, tudo o que se sabe de sua vida e de suas idéias é o que relatam principalmente autores como Platão e Xenofonte. Segundo os escritos de Íon de Quios e Aristóxenes, Sócrates teria estudado com Arquelau, discípulo de Anaxágoras, o primeiro filósofo importante de Atenas. Na juventude, participou de várias batalhas da guerra do Peloponeso. Casou-se tardiamente com Xantipa e teve três filhos. Sócrates era o oposto do ideal clássico de beleza: tinha o nariz achatado, os olhos esbugalhados e a barriga saliente. Sempre cercado de jovens discípulos, gozava de muita popularidade em Atenas, embora seus ensinamentos também lhe valessem grande número de inimigos. Passava a maior parte do tempo ensinando em lugares públicos, como praças, mercados e ginásios, mas ao contrário dos filósofos profissionais -- os sofistas, que combatia com vigor -- não cobrava por suas lições. Evitava intervir diretamente em assuntos políticos. Pelo menos uma vez, no entanto, entre 406 e 405 a.C., integrou o conselho legislativo de Atenas. Em 404 a.C., arriscou a vida por recusar-se a colaborar em manobras políticas arquitetadas pela dinastia dos Trinta Tiranos, que governava a cidade.
Pensamento. Segundo palavras de Cícero,
"Sócrates fez a filosofia descer dos céus à terra". Antes, os
filósofos buscavam obsessivamente uma explicação para o mundo natural, a
physis. Para Sócrates, no entanto, a
especulação filosófica devia se voltar para outro assunto, mais urgente: o
homem e tudo o que fosse humano, como a ética e a política. Sócrates dizia que a filosofia não era
possível enquanto o indivíduo não se voltasse para si próprio e reconhecesse
suas limitações. "Conhece-te a ti mesmo" era seu lema. Para ele, a
melhor maneira de abordar um tema era o diálogo: por meio do método indutivo
que denominou "maiêutica", numa alusão ao ofício de sua mãe, era
possível trazer a verdade à luz. Assim, ele se voltava para os outros -- quer
fossem um adolescente como Lísias, um militar como Laques ou sofistas
consagrados como Protágoras e Górgias -- e os interrogava a respeito de
assuntos que eles julgavam saber. Seu senso de humor confundia os
interlocutores, que acabavam confessando sua ignorância, da qual Sócrates
extraía sabedoria. O exemplo clássico da aplicação da
maiêutica é o diálogo platônico intitulado Mênon, no qual Sócrates leva um
escravo ignorante a descobrir e formular vários teoremas de geometria. A
indução, finalmente, consiste na apreensão da essência (do universal que se
acha contido no particular), na determinação conceitual e na definição. Não se
trata, para Sócrates, de definir a beleza do cavalo, dos objetos inanimados, do
escudo, da espada ou da lança, por exemplo, mas a beleza em si mesma, em sua
essência ou determinação universal. Segundo Aristóteles, a indução e a
definição podem ser atribuídas a Sócrates, cujo pensamento, a rigor, não se
confunde com o de Platão. A teoria socrática das essências, no entanto,
preparou a teoria platônica das idéias. Desinteressado da física e preocupado
apenas com as coisas morais, a antropologia socrática é a essência capaz de
regular a conduta humana e orientá-la no sentido do bem. A virtude supõe o
conhecimento racional do bem, razão pela qual se pode ensinar. O que há de
comum entre todas as virtudes é a sabedoria, que, segundo Sócrates, é o poder
da alma sobre o corpo, a temperança ou o domínio de si mesmo. Possibilitando o
domínio do corpo, a temperança permite que a alma realize as atividades que lhe
são próprias, chegando à ciência do bem. Para fazer o bem basta, portanto,
conhecê-lo. Todos os homens procuram a felicidade, isto é, o bem. Assim, o
vício não passa de ignorância, pois ninguém pode fazer o mal voluntariamente. Sócrates lançou as bases do
racionalismo idealista, que seu discípulo Platão desenvolveu mais tarde em sua
teoria das idéias. O método e as intenções de Sócrates constituíram o início da
reação helênica contra o relativismo defendido pelos sofistas, que tinha levado
o pensamento filosófico à ruína. Diante do crescente individualismo e da crise
de valores que ameaçavam a democracia ateniense, depois do declínio do culto às
divindades gregas, questões sobre a melhor forma de governo e a moral
individual tornaram-se prementes. Entretanto, a resposta de Sócrates, que
pregava um sistema moral absolutamente alheio às doutrinas religiosas e admitia
a aristocracia -- governo dos melhores -- como a forma desejável de
administração do estado, fez com que se indispusesse com as autoridades
conservadoras, o que lhe custou a vida. Condenação à morte. No ano 399 a.C.,
Sócrates foi acusado de corromper a juventude e desdenhar o culto aos deuses
tradicionais. Ao que parece, a acusação fora motivada pelo fato de ter sido ele
o educador de Alcibíades e Crítias, considerados traidores da democracia. O
processo foi montado de modo a forçar o pensador a contrariar suas idéias e a
retratar-se. A maioria dos comentadores concorda que ele teria sido poupado se
não se mostrasse tão inflexível. Sócrates manteve diante do tribunal a mesma postura irônica de sempre, o
que aumentou a irritação dos juízes. À tradicional pergunta sobre qual pena o
réu considerava justa para si próprio, Sócrates respondeu que, tendo prestado
tantos serviços à cidade, achava justo receber uma pensão vitalícia do estado.
Além disso, declarou que não aceitaria o degredo. Foi o bastante para que o
tribunal o condenasse à morte. A sentença, envenenamento com cicuta,
foi executada tempos depois. Na prisão, continuou a receber amigos e discípulos
para debater assuntos como a morte e a imortalidade da alma. Rejeitou vários
planos de fuga elaborados por Critão e outros amigos. Suas últimas palavras
foram para encomendar o sacrifício de um galo a Esculápio, o deus a quem se
atribuía a cura da fadiga e dos males da vida.
ALEXANDRE, O GRANDE
A poderosa figura de
Alexandre III pertence ao reduzido grupo de homens que definiram o curso da
história humana. Seu gênio militar se impôs sobre o império persa e assentou as
bases da frutífera civilização helenística. Alexandre nasceu em 356 a .C. no palácio de Pella,
Macedônia. Filho do rei Filipe II, cedo se destacou como um rapaz inteligente e
intrépido. Quando o príncipe tinha 13 anos, seu pai incumbiu um dos homens mais
sábios de sua época, Aristóteles, de educá-lo. Alexandre aprendeu as mais
variadas disciplinas: retórica, política, ciências físicas e naturais, medicina
e geografia, ao mesmo tempo em que se interessava pela história grega e pela
obra de autores como Eurípides e Píndaro. Também se distinguiu nas artes
marciais e na doma de cavalos, de tal forma que em poucas horas dominou o
Bucéfalo, que viria a ser sua inseparável montaria.Na arte da guerra
recebeu lições do pai, militar experiente e corajoso, que lhe transmitiu
conhecimentos de estratégia e lhe inculcou dotes de comando. O enérgico e bravo
jovem teve oportunidade de demonstrar seu valor aos 18 anos, quando, no comando
de um esquadrão de cavalaria, venceu o batalhão sagrado de Tebas na batalha de
Queronéia em 338 a.C.. Depois do assassinato de seu
pai em 336 a .C.,
Alexandre subiu ao trono da Macedônia e se dispôs a iniciar a expansão
territorial do reino. Para tão árdua empreitada contou com poderoso e
organizado exército, dividido em infantaria, cuja principal arma era a zarissa
(lança de grande comprimento) e cavalaria, que constituía a base do ataque.
Imediatamente depois de subir ao trono, Alexandre enfrentou uma sublevação de
várias cidades gregas e as incursões realizadas no norte de seu reino pelos
trácios e ilírios, aos quais logo dominou. Em contrapartida, na Grécia, a
cidade de Tebas opôs grande resistência, o que o obrigou a um violento ataque
no qual morreram milhares de tebanos. Pacificada a Grécia, o jovem
rei elaborou seu mais ambicioso projeto: a conquista do império persa, a mais
assombrosa campanha da antigüidade. Em 334 cruzou o Helesponto, e já na Ásia
avançou até o rio Granico, onde enfrentou os persas pela primeira vez e
alcançou importante vitória. Em Sardes, de posse de seu tesouro, Alexandre
construi um templo a Zeus, no antigo palácio real do rei Creso. Zeus, o Deus
padroeiro da Macedônia, encontra-se no reverso de quase toda cunhagem de prata,
entronizado, segundo a famosa estátua de Fídias em Olímpia. O verso traz
Hércules com seu capuz de máscara de leão. À medida que as fontes de fabricação
marchavam para leste, o Zeus, esculpido por operários não gregos, trona-se
crescentemente vago e o Hércules cada vez mais parecido com Alexandre.
Prosseguiu triunfante em sua jornada, arrebatando cidades aos persas, até
chegar a Górdia, onde cortou com a espada o "nó górdio", o que,
segundo a lenda, lhe assegurava o domínio da Ásia. Ante o irresistível avanço de
Alexandre, o rei dos persas, Dario III, foi a seu encontro. Na batalha de Isso
(333) consumou-se a derrota dos persas e começou o ocaso do grande império. Em
seguida, o rei macedônio empreendeu a conquista da Síria (332) e entrou no
Egito. O sonho de Alexandre, de unir
a cultura oriental à ocidental, começou a concretizar-se. O rei da Macedônia
iniciou um processo pessoal de orientalização ao tomar contato com a
civilização egípcia. Respeitou os antigos cultos aos deuses egípcios e até se
apresentou no santuário do oásis de Siwa, onde foi reconhecido como filho de
Amon e sucessor dos faraós. Em 332 fundou Alexandria, cidade que viria a
converter-se num dos grandes focos culturais da antigüidade. Depois de submeter a
Mesopotâmia, Alexandre enfrentou novamente Dario na batalha de Gaugamela em 331a.C.,
cujo resultado determinou a queda definitiva da Pérsia em poder dos macedônios.
Morto Dario, 330 a.C., Alexandre o Grande foi proclamado rei da Ásia e sucessor da
dinastia persa. Seu processo de orientalização se acentuou com o uso do selo de
Dario, da tiara persa e do cerimonial teocrático da corte oriental. Além disso,
no ano 328 contraiu matrimônio com Roxana, filha do sátrapa da Bactriana, com
quem teve um filho de nome Alexandre IV. A tendência à fusão das duas
culturas gerou desconfianças entre seus oficiais macedônios e gregos, que
temiam um excessivo afastamento dos ideais helênicos por parte de seu monarca. Nada impediu Alexandre de
continuar seu projeto imperialista em direção ao Oriente. Em 327 dirigiu suas
tropas para a longínqua Índia, país mítico para os gregos, no qual fundou
colônias militares e cidades, entre as quais Nicéia e Bucéfala, esta erigida em
memória de seu cavalo, às margens do rio Hidaspe. Ao chegar ao rio Bias, suas
tropas, cansadas de tão dura empreitada, se negaram a continuar. Alexandre
decidiu regressar à Pérsia, viagem penosa no qual foi ferido mortalmente e
acometido de febres desconhecidas, que nenhum de seus médicos soube curar.
Alexandre o Grande morreu na
Babilônia, a 13 de junho de 323
a .C., com a idade de 33 anos. O império que com tanto
esforço edificou, e que produziu a harmoniosa união do Oriente e do Ocidente,
começou a desmoronar, já que só um homem com suas qualidades poderia governar
território tão amplo e complexo, mescla de povos e culturas muito diferentes.
Depois de sua morte prematura, a influência da civilização grega no Oriente e a
orientalização do mundo grego alcançaram sua mais alta expressão no que se
conhece sob o nome de Helenismo, fenômeno cultural, politico e religioso que se prolongou até os tempos de Roma.
ALCA (ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMERICAS), AMBIÇÃO POLÍTICA DE POUCOS OU DESINTERESSE DE MUITOS?
As posições do Brasil e dos
Estados Unidos como estava expressa nas propostas de negociação do Mercosul e
do norte-americanos divergem quanto ao cronograma, nível de obrigações, formato
e abrangência. O Brasil prefere a integração mais lenta com a liberação
tarifaria a partir de 2005, há 4 anos, data de referência acordada na Cúpula de Miami
para o término das negociações e constituição da ALCA. O processo de negociação seria distribuído em três etapas:
facilitação de negócios a desenvolver, harmonização de normas, disciplina e acesso
a todos os mercados. Os Estados Unidos privilegiam a negociação entre países,
enquanto o Mercosul prevê a negociação entre blocos. A proposta do bloco sul
americano exclui temas como as normas trabalhistas e meio-ambiente,
expressamente mencionado na proposta americana. O sequenciamento proposto pelo
Mercosul privilegia para a negociação inicial, muitos dos temas deixados para o
final pela proposta dos Estados Unidos e vice-versa.Parte da reserva brasileira
tem raízes de natureza política. A integração hemisférica poderá envolver
restrições à política externa brasileira extra hemisfério. A estabilização
econômica depois da crise mundial e a volta ao crescimento vai despertar novos
interesses de investidores estrangeiros.
6 de abril de 2016
ILHA DE TRINDADE E MARTIM VAZ
A ilha surgiu há
aproximadamente três milhões de anos, da zona abissal do Atlântico Sul, através
de atividades vulcânicas. As profundidades oceânicas ao seu redor atingem 5.800
metros. A parte emersa atinge até 600 metros, cobrindo 9,28 quilômetros
quadrados. O clima é do tipo oceânico tropical, a temperatura média anual é de
25,2° C. Fevereiro é o mês mais quente do ano, 25,2°C e agosto o mais frio,17,3°C. Até 1850, a ilha era coberta por uma floresta de árvores Colubrina
Granulosa, hoje quase inexistente. Abriga uma diversificada fauna marinha com
recifes de algas calcárias, invertebrados, peixes e aves. Trindade foi ocupada
por portugueses e ingleses e está sob domínio brasileiro desde 1910. Já recebeu
visitas de piratas, pesquisadores e prisioneiros políticos. Desde 1957 é
guarnecida pela Marinha do Brasil, com cerca de 40 homens, que permanecem na
ilha por períodos de quatro meses. Viagens de reabastecimento são realizadas bimestralmente,
para troca de metade da guarnição. Possui uma estação meteorológica que
diariamente envia dados para a Diretoria de Hidrografia e Navegação.
1 de julho de 2015
H. G. WELLS, A MÁQUINA MENTAL DO TEMPO
Desde muito cedo na sua carreira, H. G. Wells sentiu que devia
haver uma maneira melhor de organizar a sociedade, e escreveu alguns romances
utópicos. Começavam em geral com o mundo a caminhar inexoravelmente em direção
de uma catástrofe, até que as pessoas se apercebiam da existência de uma
maneira melhor para viver: ou através dos gases misteriosos de um cometa, que
fariam com que as pessoas começassem subitamente a comportar-se racionalmente,
ou pela tomada do poder por um conselho mundial de cientistas, como em The
Shape of Things to Come de 1933, livro que o próprio Wells adaptou mais tarde
para o filme de Alexander Korda, "Daqui a cem anos" de 1936. Aqui descrevia-se, com demasiada exatidão,
a guerra que estava a chegar, com cidades a serem destruídas por
bombardeamentos aéreos. Ele analisa a dicotomia entre a natureza e a educação e
questiona a humanidade em livros como A Ilha do Dr. Moreau. Nem todos os seus
romances terminam em feliz Utopia, como mostra o distópico When the Sleeper
Awakes. A Ilha do Dr. Moreau ainda é mais sombria. O narrador, após ficar
encurralado numa ilha cheia de animais vivissectados, até se
transformarem em seres humanos, acaba por regressar a Inglaterra e, tal como Guliver no regresso do país dos Houyhnhms, vê-se incapaz de afastar a
percepção dos membros da sua própria espécie como bestas só ligeiramente civilizadas,
regressando a pouco e pouco à sua natureza animal. Wells chamava às suas ideias políticas
"socialistas", e com o seu gosto por utopias, olhou inicialmente com
bastante simpatia para as tentativas de Lenin de reconstruir a destroçada
economia russa, como mostra o seu relato de uma visita ao país, "Russia in the
Shadows" em 1920. No entanto, desiludiu-se com a crescente rigidez doutrinária dos
Bolcheviques e, após um encontro com Stálin, convenceu-se de que a revolução
correra terrivelmente mal. Nisto foi provavelmente mais clarividente do que
muitos dos intelectuais do seu tempo. À medida que envelhecia, Wells foi-se tornando cada vez
mais pessimista acerca do futuro da humanidade, como é sugerido pelo título do
seu último livro, Mind at the End of its Tether. Os seus últimos livros tendiam
a pregar mais do que a contar uma história, e não tinham a energia e inventiva
dos trabalhos iniciais. É conhecido como o pai da ficção científica. Wells nasceu em 1866, em Bromley, na Inglaterra filho de um
pequeno comerciante. Antes de ingressar na Escola Normal de Ciências em
Londres, onde conheceu Thomas H. Huxley de quem ficaria bastante amigo, Wells
trabalhou como professor-assistente. Após se formar chegou a trabalhar como
professor de biologia até se tornar jornalista e escritor p.rofissional. Imagine um mundo onde é possível fazer viagens no tempo,
para o passado ou para o futuro, encontrar civilizações diferentes ou a própria
civilização humana em estágios diferentes de evolução. Imagine a terra sendo
invadida por seres de outros planetas com suas próprias tecnologias, ou então
um homem que pudesse ser invisível. Herbert George Wells imaginou. Seu primeiro livro publicado foi “A Máquina do Tempo”, em
1895, o romance inaugural das viagens para o futuro ou para o passado. Ao
contrário de Júlio Verne, já famoso escritor de ficção científica (embora o
termo ainda não tivesse sido cunhado – ele foi criado em 1926 por Hugo
Gernsback na revista Amazing Stories), Wells tinha o foco de suas histórias na
condição social do homem. Segundo teria dito Júlio Verne: “As criações do Sr.
Wells pertencem sem reserva a uma era e grau de conhecimento científico muito
distantes do presente, entretanto não vou dizer que inteiramente além dos
limites do possível”.Outras obras de H. G. Wells foram: A Ilha do Doutor Moureau
(1896), O Homem Invisível (1897) e A Guerra dos Mundos (1898), trabalhos que o
consagraram como um pioneiro da ficção científica. Outros trabalhos como Kipps
(1905) e História de Mr. Polly (1910) não se tratam de ficção científica, assim
como O Esboço da História (1920) e O Trabalho, Riqueza e Felicidade Humana
(1932), considerados mais realistas. Em “The Fate of The Homo Sapiens” Wells já
estava começando a abandonar o otimismo quanto ao desenvolvimento da raça
humana e sua sobrevivência. Em 1904, Wells ainda publicou “Guerra Área” obra
onde anteciparia os bombardeios que ocorreram na II Guerra. H. G. Wells “previu” tantas descobertas em suas obras que alguns
de seus leitores chegaram a acreditar até que o mundo seria como Wells o
descrevesse em suas novelas, artigos e livros de ficção. Wells morreu em 1946
por causas desconhecidas.
21 de março de 2015
PUMA PUNKU - ENGENHARIA DOS ASTRONAUTAS ANTIGOS?
12 de março de 2015
VILLA LOBOS – O COMPOSITOR DO BRASIL
Destaca-se por ter sido o principal
responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em
música, sendo considerado o maior expoente da música, compondo obras que contém
nuances das culturas regionais brasileiras, com os elementos das canções
populares e indígenas. No Brasil, sua data de nascimento é celebrada como Dia
Nacional da Música Clássica. Heitor Villa-Lobos foi maestro e compositor
brasileiro, considerado o expoente máximo da música do Modernismo no Brasil. Heitor Villa-Lobos nasceu no Rio de Janeiro,
no dia 5 de março de 1887. Recebeu orientação musical ainda criança. No ano de
1915, Villa-Lobos começou sua vida profissional como instrumentista e com 19
anos de idade fez suas primeiras composições. Em 1922 participou da Semana de Arte
realizada em São Paulo. No ano de 1923, viajou para a Europa e só voltou ao
Brasil no ano de 1929. Muitas orquestras foram dirigidas por ele. Escreveu
várias composições. Organizou um coral de 12.000 vozes em São Paulo no ano de
1931, acontecimento de grande importância na América do Sul. Fez várias viagens
pelo mundo dirigindo com entusiasmo suas próprias composições. Recebeu grande
incentivo de Debussy e Stravinsky. Em suas viagens pelo Brasil, fez pesquisas e
anotou em seu diário as muitas modalidades musicais do folclore brasileiro,
para depois analisar e formar suas composições. São muitas as peças que compôs,
as que mais se destacaram foram os choros em número de 16, esses choros foram
compostos no período de 1920 a 1929. São mais de mil composições conhecidas.
Durante sua vida recebeu 24 títulos do Instituto da França. Era membro da
Academia de Belas Artes em Nova Iorque e Comendador da Ordem de Mérito do
Brasil. Em 1944 e 1945, Villa-Lobos viajou aos Estados
Unidos para reger as orquestras de Boston e de Nova York, onde foi homenageado.
Em 1945 fundou a Academia Brasileira de Música. Dois anos antes de sua morte, o
maestro compôs "Floresta do Amazonas "para a trilha de um filme da
Metro Goldwyn Mayer. Realizou concertos em Roma, Lisboa, Paris, Israel, além de
marcar importante presença no cenário musical latino-americano. Recebeu o
título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova Iorque, e o de
fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Música. Heitor
Villa-Lobos faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de novembro do ano de 1959.
Foi sepultado no Cemitério de São João Batista.
26 de fevereiro de 2015
"USA FOR AFRICA", 30 ANOS
USA for Africa (United Support of Artists for Africa), foi o
nome sob o qual 45 artistas norte-americanos, liderados por Harry
Belafonte, Kenny Rogers, Michael Jackson e Lionel Richie, gravaram o compacto
"We Are The World" em 1985. A canção alcançou a primeira colocação na
parada de sucessos dos Estados Unidos e do Reino Unido em abril daquele ano. A maioria dos lucros da empreitada foi para a USA for Africa
Foundation, que os usou para ajudar as vítimas da fome e doenças na África,
especialmente para a Etiópia; alguns críticos da ação alegam, entretanto, que o
dinheiro arrecadado foi entregue aos governos, muitos dos quais militares, dos
países afetados pela fome em vez da população final. O "USA for Africa" também realizou um evento beneficente,
Hands Across America, no qual aproximadamente 7 milhões de pessoas seguraram as
mãos em uma corrente humana durante 15 minutos, num caminho que se espalhava
pelos Estados Unidos. Os participantes pagaram 10 dólares para ingressar na
fila. O dinheiro arrecadado também serviu para aliviar a fome e a falta de
moradias na África. As receitas combinadas da vendas de "We Are the
World" e do evento "Hands Across America" totalizaram cerca de
100 milhões de dólares. A canção foi composta por Michael Jackson e Lionel Richie,
produzida por Quincy Jones e gravada em 28 de janeiro de 1985 no A&M
Studios em Hollywood, Califórnia.
AQUÍFERO GUARANI
Aquífero Guarani foi o nome que, em 1996, o geólogo uruguaio
Danilo Anton propôs para denominar um imenso aquífero que abrange partes dos
territórios do Uruguai, Argentina, Paraguai e, principalmente, Brasil, ocupando
1 200 000 km². Na ocasião, ele chegou a ser considerado o maior do mundo: hoje,
é considerado o segundo maior, capaz de abastecer a população brasileira
durante 2 500 anos. A maior reserva atualmente conhecida é o Aquífero Alter do
Chão, com o dobro do volume do Aquífero Guarani. Estudos mais detalhados concluíram que o Aquífero Guarani é
menor do que os pesquisadores calculavam e, sobretudo, com volume e qualidade
da água inferiores aos estimados inicialmente. Além disso, é descontínuo, como
na região de Ponta Grossa, no Paraná, de constituição complexa e heterogêneo.
Um dos mais importantes estudos feitos sobre ele, "A redescoberta do
Aquífero Guarani", foi desenvolvido em 2006 pelo geólogo José Luiz Flores
Machado, do Serviço Geológico do Brasil. Flores Machado afirmou, em seu estudo,
que, a rigor, não se trata de um único aquífero mas de um "sistema
aquífero". Sendo assim, o correto seria chamá-lo de "Sistema Aquífero
Guarani". A maior parte, 70% ou 840 000 km² da área ocupada
pelo aquífero, cerca de 1 200 000 km² está no subsolo do centro-sudoeste do
Brasil. O restante se distribui entre o nordeste da Argentina com 255 000 km²,
noroeste do Uruguai com 58 500 km² e sudeste do Paraguai com 58 500 km², nas bacias
do rio Paraná e do Chaco-Paraná. A população atual do domínio de ocorrência do
aquífero é estimada em quinze milhões de habitantes.
MONUMENTO À BATALHA DAS NAÇÕES
Sendo o maior monunento da Europa, o Monumento à Batalha das Nações encontra-se em Leipzig, Alemanha, em homenagem a Batalha de Leipzig 1813, também conhecida como a Batalha das Nações. Pago por principalmente por doações e pela cidade de Leipzig, que foi concluída em 1913 para o 100 º aniversário da batalha, a um custo de 6.000.000 Goldmark. O monumento comemora derrota de Napoleão em Leipzig, um passo crucial para o fim das hostilidades na Guerra da Sexta Coalizão, que foi visto como uma vitória para o povo alemão, embora a Alemanha como a conhecemos não existia na época. Havia pessoas de língua alemã de combate de ambos os lados, como as tropas de Napoleão também incluiu alemães recrutados a partir do banco francês ocupada esquerda do Reno, bem como da Confederação do Reno.
A estrutura é de 91 metros de altura. Ele contém mais de 500 passos para uma plataforma de observação no topo, de onde tem uma vista espectacular sobre a cidade e arredores. A estrutura faz uso extensivo de betão, embora os revestimentos são de granito. O monumento é amplamente considerado como um dos melhores exemplos da arquitetura guilhermina. Diz-se de estar no local de alguns dos mais sangrentos combates, de onde Napoleão ordenou a retirada do seu exército.
6 de outubro de 2013
GENERAL ROMMEL, A RAPOSA DO DESERTO
Aos quatorze anos, Rommel e um amigo construíram um planador
em tamanho natural que voava, embora não muito longe. O jovem Rommel queria ser
mecânico e desejava se tornar um engenheiro aeronáutico, mas ingressou no
Exército devido às insistências de seu pai que o recomendou para o Exército
Württemberg, descrevendo ele como "próspero, de confiança e um bom ginasta".
De início foi rejeitado pela artilharia e engenharia do Exército, sendo mais
tarde, em Março de 1910, chamado para fazer o exame médico para admissão, sendo
neste exame detectado uma hérnia, mas foi aceito mesmo assim como cadete. Seu
pai assinou a documentação necessária e pagou o uniforme de Fahnenjunker,
entrando no seu regimento no dia 19 de Julho de 1910, aos 18 anos de idade, no
124.º Regimento de Infantaria de Württemberg de onde foi enviado para a Escola
Real de Oficiais Cadetes de Danzig, terminando o seu treinamento no mês de
Novembro de 1911. Nesta época, Rommel conheceu Lucie Mollin, dançarina, que
estava em Danzig para estudar línguas, tendo os dois logo se apaixonado. Erwin
Rommel nasceu em Heidenheim, aproximadamente 40 km de Ulm, no Estado de
Württemberg, sendo batizado em 17 de Novembro de 1891. Foi o segundo filho do
professor protestante Erwin Rommel, reitor de escola secundária em Aalen, e
Helene von Luz, filha de um proeminente dignitário local. O casal teve ainda
outros três filhos, dois meninos, Karl e Gerhard, e uma menina, Helene. O seu
irmão mais velho, Karl Rommel, entrou como voluntário no Exército se tornando
piloto de reconhecimento, sendo admitido somente nos últimos exames. Já Gerhard
Rommel, o seu irmão mais novo, se tornou cantor de ópera. De início foi
rejeitado pela artilharia e engenharia do Exército, sendo mais tarde, em Março
de 1910, chamado para fazer o exame médico para admissão, sendo neste exame
detectado uma hérnia, mas foi aceito mesmo assim como cadete. Foi na Segunda
Guerra Mundial, porém, que a fama de Rommel fez o mundo estremecer. Sob o
comando da 7ª Divisão Panzer, em 1940, ele foi um dos primeiros a ultrapassar a
Linha Maginot, na França, antes em mãos de tropas britânicas e francesas. A
inovadora e fulminante "Blitzkrieg",guerra-relâmpago surgia para o mundo de
forma implacável. Foi durante a invasão da França que Rommel conseguiu atingir
a inigualável marca de deslocamento de 240 km em um único dia, feito que
rendeu a seus homens a fama de "divisão fantasma". Em fevereiro de
1941, sob ordem do chefe do Estado-Maior do Reich, Walter von Brauchitsch,
nascia um grupo especial que se tornaria lendário, batizado de "Afrika Korps".
Sua missão era auxiliar as frágeis frentes italianas no norte da África, que
padeciam com armamento escasso. Mas a tarefa não seria simples. Com curto raio
de ação, os canhões da divisão datavam de 1914 e estavam completamente
obsoletos. A situação de outras armas não era muito diferente. Metralhadoras e
veículos de defesa pouco podiam fazer diante do poder de fogo dos aliados. Para
piorar, grande parte do exército italiano era constituída por infantaria
não-motorizada, adequada para posições defensivas, mas de valor nulo nos
embates no deserto. Implicado no atentado por suas ligações com os oficiais
conspiradores membros da resistência alemã, Rommel, ainda em recuperação
médica, recebe em sua casa a visita de dois oficiais generais em 14 de Outubro
de 1944. Devido ao seu prestígio nacional, estes oficiais, leais a Hitler,
trazem os termos do Führer a Rommel: ir a Berlim, passar por um julgamento
popular e inevitavelmente ser condenado à morte, condenando também sua família
a ser confinada em um campo de concentração ou, sozinho, acompanhar os dois
oficiais e ingerir veneno para suicidar-se, opção esta que garantiria a
integridade de seus familiares. Rommel sem dúvida escolhe a segunda
alternativa, despede-se da família e acompanha os dois oficiais embarcando em
seu automóvel. Às treze e vinte e cinco os generais Burgdorf e Maisel, fizeram a entrega do
cadáver de Rommel ao Hospital de Ulm. O médico-chefe, que se dispunha a
proceder a autópsia, foi prontamente interrompido por Burgdorf que lhe disse:
"Não toque no corpo. Em Berlim já se tomaram todas as providências."
Talvez, jamais se venha a saber o que exatamente se passou no caminho de Ulm.
Burgdorf pereceu com Hitler, no subterrâneo da chacelaria do Reich. Maisel que
ao final da guerra foi condenado juntamente como motorista da SS, afirmam terem
recebido ordens de abandonar o carro por alguns momentos, quando retornaram
encontraram Rommel agonizando. Seu funeral foi celebrado em 18 de Outubro de
1944 com as mais altas honrarias militares do III Reich e, oficialmente sua
"causa mortis" foi anunciada como efeito dos ferimentos que recebera
meses antes. Seus restos mortais, depois de cremados foram sepultados em
Herrlingen, Alemanha, no cemitério próximo de sua casa. Sua família não foi
perseguida após sua morte. Um dos seus filhos chegou ao cargo de presidente da
câmara, "Bürgermeister" da cidade de Stuttgart. Muitas lendas foram criadas a
partir do mito Rommel, porém nunca questionado do ponto de vista militar e da
conduta no campo de batalha. Histórias como "fazer um Rommel", que
para os soldados do 8º Exército Britânico, significava fazer algo de forma
impecável. Sua astúcia e faculdade de improvisação granjearam-lhe o apelido de
Raposa do Deserto. Certa vez encontrando-se sob violenta pressão Britânica, o general
conseguiu inverter a situação dando-lhes impressão de comandar grandes estacamentos. Sabia que a RAF fotografava diariamente as linhas alemãs, então,
ordenou que todos os veículos fossem movimentados a noite, crivando o solo do
deserto com milhares de sulcos, e projetando a movimentação de um grande
destacamento de blindados. Diante disto os ingleses bateram em retirada.
ALMIRANTE DE ESQUADRA CHESTER NIMITZ
Originalmente Nimitz tinha esperanças em estudar na Academia
Militar dos Estados Unidos em West Point e tornar-se oficial do exército, mas
não existiam vagas disponíveis. O seu congressista, James L. Slayden, disse-lhe
que tinha uma nomeação disponível para a marinha, e que esta seria atribuída ao
candidato melhor qualificado. Nimitz sentiu que esta era a sua única
oportunidade para continuar a estudar e gastou tempo extra a estudar para
ganhar a nomeação. Foi nomeado para a Academia Naval dos Estados Unidos do 12.º
Distrito Congressional de Texas em 1901, e graduou-se com distinção em 1905, em
7º numa turma de 144. O então Contra-Almirante Nimitz foi seriamente
considerado em 1940 para o comando da Esquadra do Pacífico. Sendo assim, quando
o governo Roosevelt decidiu fazer do Almirante Husband Kimmel o bode expiatório
do ataque surpresa, a escolha para substituí-lo naturalmente recaiu sobre
Nimitz. Ele chegou a Pearl Harbor no dia de Natal de 1941, e enquanto
inspecionava o porto, ele pôde ver pequenos barcos coletando corpos que subiam
à superfície desprendendo-se dos navios destroçados no fundo. Por ato do
Congresso, Nimitz saltou a patente de Vice-Almirante e foi promovido
diretamente para Almirante 4 estrelas. O Comandante-em-Chefe da Esquadra do Pacífico era
responsável por uma imensa área. Em violação ao princípio de unidade de
comando, o Pacífico foi dividido em dois teatros. Douglas MacArthur foi
designado comandante do Sul do Pacífico, que abrangia a Austrália, Filipinas,
Ilhas Salomão, Nova Guiné, Arquipélago de Bismark, Bornéo, e todas as Índias
Orientais Holandesas, exceto Sumatra. Nimitz comandava tudo mais no Pacífico,
exceto as águas costeiras das Américas Central e do Sul. Essa vasta área
recebeu a designação de Área Oceânica do Pacífico. Além disso, Nimitz retinha o
comando da Esquadra. O Almirante Nimitz enfrentou o desafio de reconstruir sua
desmoralizada esquadra e proteger os interesses americanos no Pacífico com
grande habilidade. O braço aéreo da esquadra, assim como a força submarina, permaneceram
intactos após Pearl Harbor. Para restaurar o moral e manter os japoneses sob
ataque, Nimitz ordenou guerra submarina irrestrita contra o Japão. Ele também
reorganizou a frota de superfície em forças-tarefa centradas em porta-aviões
rápidos. Com o apoio do Almirante King, ele começou o planejamento de ações
ofensivas envolvendo ataques de navios-aeródromos. Nessa altura, a maioria dos
comandantes navais acreditava que era muito arriscado para porta-aviões atacar
bases terrestres pesadamente defendidas. O alto-comandante dos porta-aviões,
William Halsey, apoiou Nimitz e ofereceu-se para liderar os primeiros ataques.
Os ataques subseqüentes pouco conseguiram em termos estratégicos, mas foram
importantes em elevar o moral, obter experiência e desenvolver táticas. Baseando-se
em relatórios da inteligência, Nimitz empregou seus escassos porta-aviões para
interceptar os japoneses na Batalha do Mar de Coral em maio de 1942. Antes da
batalha, ele secretamente observou que “devido à superioridade de nosso pessoal
e equipamento” os Estados Unidos poderiam arriscar-se a lutar contra os
japoneses ainda que enfrentando condições desfavoráveis. Essa visão se provou
por demais sangrenta. Ainda assim, o empate obtido na batalha foi uma brilhante
vitória da propaganda e marcou o primeiro bloqueio no expansionismo japonês.Após a acalorada reunião de 14 de dezembro de 1943, Nimitz
confrontou seus subordinados. Todos disseram que Kwajalein seria um desastre.
Dirigindo seus comentários a Turner, ele respondeu: “Será desse jeito. Se vocês
não querem fazê-lo, o Departamento achará alguém que queira.” A discussão
acabou ali. A bem-sucedida captura das Ilhas Gilbert e Marschall
demonstrou como operações com porta-aviões rápidos podem apoiar operações de
desembarque em movimentos de larga escala. Nimitz então voltou sua atenção ao
ataque às Marianas para conseguir uma base de bombardeiros, que atacariam o
Japão. Palau e as Filipinas se seguiram. Nimitz era favorável ao abandono das
Filipinas em favor da invasão de Taiwan, mas a influência política de
MacArthur, que prometera “voltar” quando fugiu em 1942, persuadiu Roosevelt a
contrariar seu plano e ordenar a invasão das Filipinas. Em 19 de dezembro de
1944, Nimitz foi promovido a Almirante de Esquadra, patente equivalente à de
MacArthur. Os dois líderes haviam cooperado no passado e continuaram a cooperar
até o fim da guerra. Após sofrer um ataque cardíaco seguido de pneumonia em fins
de 1965, Chester Nimitz faleceu em San Francisco, no dia 20 de fevereiro de
1966, aos 80 anos. Ele é hoje homenageado pela a classe de super porta-aviões
nucleares norte-americanos, que leva seu nome.
GENERAL DOUGLAS McATHUR
Douglas MacArthur nasceu em uma base do exército em Little Rock , Arkansas, em 26 de janeiro de 1880, em uma família com uma história militar forte . Seu pai, Arthur , era um capitão no momento do nascimento de Douglas , e tinha sido condecorado por seu serviço no exército da União durante a Guerra Civil. Mãe de Douglas , Mary, era de Virginia , e seus irmãos tinham lutado para o Sul durante a Guerra Civil. A base onde Douglas nasceu foi apenas o primeiro de vários postos militares em que ele viveria durante sua juventude. Em 1893, sua família mudou-se para San Antonio , Texas, e MacArthur frequentou a Academia Militar de West Texas , onde começou a mostrar ser uma promessa acadêmica. Ele também foi membro de várias equipes esportivas da escola. Após o colegial, MacArthur matriculados na academia militar de West Point, onde se destacou e, em 1903, graduou-se com honras. Após a formatura, MacArthur foi encomendado como um oficial subalterno no "Army Corps of Engineers", Corpo de Engenheiros do Exército e passou a próxima década cumprindo uma variedade de funções. Este período no início de sua carreira militar foi marcado por promoções freqüentes e levou a lugares em países ao redor do mundo , incluindo as Filipinas , Japão, México e , em 1914 , na França. No início da I Guerra Mundial, MacArthur foi promovido a major e lhe atribuído ao que eram, essencialmente, inteligência e unidades administrativas . No entanto, após os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha , foi criado a Divisão 42, a chamada " Divisão do arco-íris ", uma unidade da Guarda Nacional composta por soldados de um número de Estados e MacArthur foi promovido a coronel e a divisão fora colocada sob o seu comando. Em 1918 ele participou do St. Mihiel , Meuse -Argonne e ofensivas Sedan , durante a qual ele repetidamente distinguiu-se como um líder militar capaz. Ao retornar da Europa, MacArthur tornou-se o superintendente de West Point, cargo que ocupou durante os próximos três anos. Durante esse tempo, ele foi promovido a general de brigada do Exército e também se casou com sua primeira esposa, Louise Brooks Cromwell . Para o resto de 1920, MacArthur novamente ocupou vários cargos militares e também chefiou o Comitê Olímpico americano. Ele se divorciou de Louise , em 1929.
Em 1930, MacArthur foi promovido a general e selecionado como o chefe do Exército . Ao longo dos próximos anos, seus esforços foram essencialmente dedicado à manutenção da máquina militar que , como o resto do país, foi prejudicada pela Grande Depressão. Ele também falou muitas vezes sobre o que ele considerava ser a cada vez mais grave ameaça do comunismo, tanto nos Estados Unidos quando no exterior. Em 1935 , o presidente Franklin D. Roosevelt escolheu MacArthur como seu conselheiro militar às Filipinas e mandou-o lá para estabelecer uma força militar defensiva. O seu nome ficará para sempre associado à reconquista das Filipinas por parte das tropas norte americanas, cumprindo a sua famosa promessa de regresso "I Shall Return" efetuada dois anos antes.
Em 1930, MacArthur foi promovido a general e selecionado como o chefe do Exército . Ao longo dos próximos anos, seus esforços foram essencialmente dedicado à manutenção da máquina militar que , como o resto do país, foi prejudicada pela Grande Depressão. Ele também falou muitas vezes sobre o que ele considerava ser a cada vez mais grave ameaça do comunismo, tanto nos Estados Unidos quando no exterior. Em 1935 , o presidente Franklin D. Roosevelt escolheu MacArthur como seu conselheiro militar às Filipinas e mandou-o lá para estabelecer uma força militar defensiva. O seu nome ficará para sempre associado à reconquista das Filipinas por parte das tropas norte americanas, cumprindo a sua famosa promessa de regresso "I Shall Return" efetuada dois anos antes.
A sua atuação ao longo destes anos, concedeu-lhe um lugar
ímpar na história da Segunda Guerra Mundial, sendo considerado um dos maiores
comandantes militares do século 20 e um dos maiores militares norte americanos
de todos os tempos, tendo sido juntamente com o Chefe do Estado Maior das
Forças Armadas, o General George Marshall e com o General Dwight
"IKE" Eisenhower os únicos generais de 5 estrelas do Exército dos
Estados Unidos. Em 1945, quando nomeado Chefe Supremo das Potências Aliadas,
aceitou a rendição dos japoneses após a explosão das bombas atômicas sobre
Hiroshima e Nagasaki.
Esta rendição teve um grande valor simbólico para os
americanos, pois foi efetuada na baía de Tóquio a bordo do navio USS Missouri. Foi nomeado Comandante Aliado no Japão após a guerra,
ocupando o cargo até 1950. Quando a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul em
1950, os Estados Unidos entraram na guerra comandando a força militar das
Nações Unidas. Foi nomeado comandante do Exército das Nações Unidas, tendo
expulsado os invasores e atacada a Coreia do Norte, invadindo-a. No entanto, a China passou a apoiar de forma veemente o
Exército norte-coreano, permitindo ao mesmo suster a incursão das tropas
aliadas conduzindo a guerra a uma situação de impasse, que conduziu a uma paz
instável que dura até aos dias de hoje. Em 1951, como comandante das forças da ONU, foi demitido por
Truman, devido a desobediência de ordens do Presidente dos Estados Unidos. Regressando ao seu País, o Partido Republicano tentou
fazê-lo aceitar a candidatura à presidência dos Estados Unidos, que foi
recusada. Faleceu em 5 de abril de 1964, aos 84 anos, vitima de uma
cirrose biliar primária. No cinema, foi vivido pelo ator Gregory Peck no filme
MacArthur de 1977.
3 de outubro de 2013
ATILA, "O FLAGELO DE DEUS"
Na liderança dos hunos, após matar o próprio irmão, comandou
várias ações militares no continente europeu. Comandou seu exército na invasão
do Império Romano, saqueando e destruindo diversas cidades romanas. Invadiu
cidades romanas da região do rio Danúbio e nos Bálcãs. Atacou também, com seu
exército, a região da Gália, atual França. Com a aliança que firmou com outros
povos bárbaros, chegou a comandar uma extensa região entre o Mar Cáspio e o rio
Reno. Tentou dominar Constantinopla, porém acabou desistindo em função do grande
poderio do Império Bizantino. Exigiu e conseguiu do Papa Leão I uma certa
quantia de tributos para deixar de invadir e destruir cidades italianas. Passou
para a história por ser um comandante militar muito cruel e violento. Foi apelidado
em sua época de “o flagelo de Deus”. Quando entrava nas cidades, ordenava a
destruição de casas e construções, além de exigir a execução de várias pessoas,
com objetivo de demonstrar poder e despertar o medo nos inimigos. Foi o último
e mais poderoso rei dos hunos. Governou o maior império europeu de seu tempo
desde 434 até sua morte. Suas possessões se estendiam da Europa Central até o
mar Negro, e desde o Danúbio até o Báltico. Durante seu reinado foi um dos
maiores inimigos dos impérios romanos Oriental e Ocidental: invadiu duas vezes
os Bálcãs, esteve a ponto de tomar a cidade de Roma e chegou a sitiar
Constantinopla na segunda ocasião. Marchou através da França até chegar a
Orleães, antes que o obrigassem a retroceder na batalha dos Campos Cataláunicos, "Châlons-sur-Marne" e, em 452, conseguiu fazer o imperador Valentiniano III
fugir de sua capital, Ravena. Ainda que seu império tenha morrido com ele e não
tenha deixado nenhuma herança notável, tornou-se uma figura lendária da
história da Europa. Em grande parte da Europa Ocidental é lembrado como o
paradigma da crueldade e da rapina. Alguns historiadores, por outro lado,
retrataram-no como um rei grande e nobre, e três sagas escandinavas o incluem
entre seus personagens principais.
28 de setembro de 2013
A REVOLTA DOS MALÊS
Dentre os
diversos conflitos na História do Brasil Império, durante o período regencial que foi a transição do primeiro para o segundo reinado, aconteceu a Revolta dos Malês,
mais precisamente na noite de 24 para 25 de Janeiro, no ano de 1835. A revolta foi
rápida e duramente reprimida pelos poderes constituídos, já que se tratava de
um movimento dos escravos muçulmanos os "Malês", que se organizaram com a proposta
de libertação de todos os escravos africanos que pertencessem à religião
islâmica. Aconteceu na cidade de Salvador, capital da então Província da Bahia,
e teve a participação dos escravos pertencentes às etnias hauçá, igbomina e
Picapó. O plano de
ação dos malês se constituiu a partir das experiências de combate que tiveram
anteriormente na África e consistia em propostas como o fim do catolicismo, o
assassinato e o confisco dos bens de todos os brancos e mulatos, a implantação
de uma morarquia islâmica e a escravização de todos que não fossem muçulmanos,
independentemente de sua raça. De acordo com seus planos, eles sairiam do
bairro da Vitória e iriam até Itapagipe tomando as terras e matando os
‘brancos’, em seguida se reuniriam com os demais revoltosos para então tomar o
governo. Tinham o objetivo também de divulgar sua religião e “conquistar” seus
direitos. A ação seguinte seria a invasão dos engenhos de açúcar e a libertação
dos escravos muçulmanos.Há
controvérsias sobre quem foi o autor da delação, mas o fato é que o plano dos
malês foi delatado para um juiz de Paz de Salvador, e este rapidamente acionou
os soldados das forças oficiais que, bem preparados e armados, cercaram os
revoltosos na região da Água dos Meninos, antes mesmo de chegarem a Itapagipe.
Neste local aconteceram violentos conflitos nos quais morreram 70 escravos
e sete soldados. Foram presos cerca de 200 revoltosos, os quais foram julgados
pelos tribunais. Alguns foram condenados a trabalhos forçados e açoites, outros
foram enviados para a África
GUERRAS MÉDICAS
Durante os
séculos VI e V a.C., a civilização persa viveu um processo de ampliação
territorial graças à ação militar de vários de seus reis. Ciro, Cambises e
Dario I empreenderam a anexação de diversas áreas da Ásia Menor, até se
aproximar de cidades formadas pelos gregos. Inicialmente, a relação entre os
povos da Grécia Asiática e os persas foi marcada por uma relativa estabilidade.
Contudo, a adoção de uma política de exploração deu início a uma série de
conflitos que inauguraram as Guerras Médicas. Em um primeiro momento, entre 500 e 494 a.C., algumas cidades jônias resolveram
se rebelar contra as imposições persas com o apoio militar dos atenienses. Logo
em seguida, Dario I decidiu organizar tropas que invadiram a Grécia Continental
com o objetivo de rebater a ofensiva ateniense. A primeira tentativa dos
persas, ocorrida em 492 a.C., foi frustrada com um forte temporal que atingiu
parte dos navios persas. No entanto, em 490 a.C., os persas organizaram uma
nova tentativa de invasão. Dessa vez, utilizando um contingente com mais de 50 mil soldados, os persas
conseguiram dominar diversas cidades da Grécia Continental. Atenas e Esparta
foram as duas únicas cidades-Estado que resolveram resistir ao avanço do
poderoso exército persa. Sob a liderança de Milcíades, os atenienses
organizaram uma ofensiva realizada no exato momento em que os persas
desembarcaram na planície de Maratona. Mesmo com um contingente muito menor, os
atenienses conseguiram vencer os persas nesta batalha. Após essa primeira vitória dos gregos, as tropas atenienses retornaram para sua
cidade natal tentando abafar um outro batalhão persa que se dirigia para lá.
Mais uma vez, os atenienses conseguiram vencer os persas e, com isso,
alcançaram grande prestígio militar entre os povos gregos. Após essas vitórias,
o governo ateniense investiu na ampliação do poder naval da cidade e na
ampliação do porto do Pireu. Enquanto isso, Dario passou a preparar uma
tentativa de invasão ainda maior.
O rei persa acabou morrendo antes de empreender uma nova ação militar contra os gregos. Essa tarefa acabou sendo assumida pelo seu filho Xerxes, que promoveu uma nova invasão à Grécia no ano de 480 a.C.. Dessa vez, a ofensiva persa contou com o apoio dos cartagineses, que se comprometeram a lutar contra as colônias gregas localizadas no sul da Península Itálica. Em contrapartida, diversas cidades gregas se uniram para a luta contra o Império Persa. O primeiro confronto entre persas e gregos ocorreu no desfiladeiro de Termópilas, onde um grupo de soldados espartanos tentou resistir à invasão persa. Mesmo não conseguindo abater seus inimigos, a resistência oferecida pelos espartanos ofereceu tempo hábil para que os militares atenienses pudessem organizar a fuga da população. Após incendiarem uma Atenas completamente abandonada, os persas foram atraídos até o canal de Salamina, onde as forças gregas esperavam derrotar o grande poderio naval dos persas. Utilizando de uma ardilosa estratégia de guerra, os gregos conseguiram sucessivas vitórias contra os persas nas batalhas de Salamina, Platéia e Micala. Com essas sucessivas vitórias, os gregos conseguiram impedir a invasão dos persas à Grécia Continental, bem como recuperaram a autonomia política das cidades localizadas na Ásia Menor. Sob a liderança dos atenienses, a Pérsia foi finalmente derrotada com a assinatura do Tratado de Susa, estabelecido em 448 a.C..
O rei persa acabou morrendo antes de empreender uma nova ação militar contra os gregos. Essa tarefa acabou sendo assumida pelo seu filho Xerxes, que promoveu uma nova invasão à Grécia no ano de 480 a.C.. Dessa vez, a ofensiva persa contou com o apoio dos cartagineses, que se comprometeram a lutar contra as colônias gregas localizadas no sul da Península Itálica. Em contrapartida, diversas cidades gregas se uniram para a luta contra o Império Persa. O primeiro confronto entre persas e gregos ocorreu no desfiladeiro de Termópilas, onde um grupo de soldados espartanos tentou resistir à invasão persa. Mesmo não conseguindo abater seus inimigos, a resistência oferecida pelos espartanos ofereceu tempo hábil para que os militares atenienses pudessem organizar a fuga da população. Após incendiarem uma Atenas completamente abandonada, os persas foram atraídos até o canal de Salamina, onde as forças gregas esperavam derrotar o grande poderio naval dos persas. Utilizando de uma ardilosa estratégia de guerra, os gregos conseguiram sucessivas vitórias contra os persas nas batalhas de Salamina, Platéia e Micala. Com essas sucessivas vitórias, os gregos conseguiram impedir a invasão dos persas à Grécia Continental, bem como recuperaram a autonomia política das cidades localizadas na Ásia Menor. Sob a liderança dos atenienses, a Pérsia foi finalmente derrotada com a assinatura do Tratado de Susa, estabelecido em 448 a.C..
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