Desde muito cedo na sua carreira, H. G. Wells sentiu que devia
haver uma maneira melhor de organizar a sociedade, e escreveu alguns romances
utópicos. Começavam em geral com o mundo a caminhar inexoravelmente em direção
de uma catástrofe, até que as pessoas se apercebiam da existência de uma
maneira melhor para viver: ou através dos gases misteriosos de um cometa, que
fariam com que as pessoas começassem subitamente a comportar-se racionalmente,
ou pela tomada do poder por um conselho mundial de cientistas, como em The
Shape of Things to Come de 1933, livro que o próprio Wells adaptou mais tarde
para o filme de Alexander Korda, "Daqui a cem anos" de 1936. Aqui descrevia-se, com demasiada exatidão,
a guerra que estava a chegar, com cidades a serem destruídas por
bombardeamentos aéreos. Ele analisa a dicotomia entre a natureza e a educação e
questiona a humanidade em livros como A Ilha do Dr. Moreau. Nem todos os seus
romances terminam em feliz Utopia, como mostra o distópico When the Sleeper
Awakes. A Ilha do Dr. Moreau ainda é mais sombria. O narrador, após ficar
encurralado numa ilha cheia de animais vivissectados, até se
transformarem em seres humanos, acaba por regressar a Inglaterra e, tal como Guliver no regresso do país dos Houyhnhms, vê-se incapaz de afastar a
percepção dos membros da sua própria espécie como bestas só ligeiramente civilizadas,
regressando a pouco e pouco à sua natureza animal. Wells chamava às suas ideias políticas
"socialistas", e com o seu gosto por utopias, olhou inicialmente com
bastante simpatia para as tentativas de Lenin de reconstruir a destroçada
economia russa, como mostra o seu relato de uma visita ao país, "Russia in the
Shadows" em 1920. No entanto, desiludiu-se com a crescente rigidez doutrinária dos
Bolcheviques e, após um encontro com Stálin, convenceu-se de que a revolução
correra terrivelmente mal. Nisto foi provavelmente mais clarividente do que
muitos dos intelectuais do seu tempo. À medida que envelhecia, Wells foi-se tornando cada vez
mais pessimista acerca do futuro da humanidade, como é sugerido pelo título do
seu último livro, Mind at the End of its Tether. Os seus últimos livros tendiam
a pregar mais do que a contar uma história, e não tinham a energia e inventiva
dos trabalhos iniciais. É conhecido como o pai da ficção científica. Wells nasceu em 1866, em Bromley, na Inglaterra filho de um
pequeno comerciante. Antes de ingressar na Escola Normal de Ciências em
Londres, onde conheceu Thomas H. Huxley de quem ficaria bastante amigo, Wells
trabalhou como professor-assistente. Após se formar chegou a trabalhar como
professor de biologia até se tornar jornalista e escritor p.rofissional. Imagine um mundo onde é possível fazer viagens no tempo,
para o passado ou para o futuro, encontrar civilizações diferentes ou a própria
civilização humana em estágios diferentes de evolução. Imagine a terra sendo
invadida por seres de outros planetas com suas próprias tecnologias, ou então
um homem que pudesse ser invisível. Herbert George Wells imaginou. Seu primeiro livro publicado foi “A Máquina do Tempo”, em
1895, o romance inaugural das viagens para o futuro ou para o passado. Ao
contrário de Júlio Verne, já famoso escritor de ficção científica (embora o
termo ainda não tivesse sido cunhado – ele foi criado em 1926 por Hugo
Gernsback na revista Amazing Stories), Wells tinha o foco de suas histórias na
condição social do homem. Segundo teria dito Júlio Verne: “As criações do Sr.
Wells pertencem sem reserva a uma era e grau de conhecimento científico muito
distantes do presente, entretanto não vou dizer que inteiramente além dos
limites do possível”.Outras obras de H. G. Wells foram: A Ilha do Doutor Moureau
(1896), O Homem Invisível (1897) e A Guerra dos Mundos (1898), trabalhos que o
consagraram como um pioneiro da ficção científica. Outros trabalhos como Kipps
(1905) e História de Mr. Polly (1910) não se tratam de ficção científica, assim
como O Esboço da História (1920) e O Trabalho, Riqueza e Felicidade Humana
(1932), considerados mais realistas. Em “The Fate of The Homo Sapiens” Wells já
estava começando a abandonar o otimismo quanto ao desenvolvimento da raça
humana e sua sobrevivência. Em 1904, Wells ainda publicou “Guerra Área” obra
onde anteciparia os bombardeios que ocorreram na II Guerra. H. G. Wells “previu” tantas descobertas em suas obras que alguns
de seus leitores chegaram a acreditar até que o mundo seria como Wells o
descrevesse em suas novelas, artigos e livros de ficção. Wells morreu em 1946
por causas desconhecidas.