31 de outubro de 2017

500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE



A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão culminado no início do século XVI por Martinho Lutero, quando através da publicação de suas 95 teses, em 31 de outubro de 1517na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma reforma no catolicismo romano. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco Solas. Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contrarreforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento. O resultado da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o protestantismo. No século 16, na Europa central, foi iniciado um movimento de renovação da Igreja cristã denominado Reforma Protestante. Já no final da Idade Média vários fatores contribuíram para que isso ocorresse: a formação dos Estados Nacionais ou as modernas nações europeias, com toda a descentralização política e com príncipes limitando a autoridade do Imperador e com forte tensão entre o Estado e a Igreja. O poder do papado entrou em declínio, ocorreram confrontos com reis, divisões entre os próprios clérigos e a necessidade de reforma. Houve um Grande Cisma e até mesmo 3 papas rivais em lugares diferentes, de 1378 a 1417. O movimento Conciliar buscou solução para a crise numa tentativa fracassada de democratizar a Igreja e governa-la por meio de concílios. Os movimentos dissidentes na França acarretaram forte oposição e a Inquisição fora oficializada em 1233. Nos séculos 14 e 15 alguns movimentos esporádicos de protestos surgiram contra os ensinos e práticas da Igreja medieval e alguns líderes foram chamados de pré-reformadores: João Wycliff (1325-1384), João Huss (~1372-1415) e Jerônimo Savonarola (1452-1498), por combaterem irregularidades e imoralidades do clero, condenar superstições, peregrinações, veneração de santos, celibato e as pretensões papais. Também outros movimentos romperam com a Igreja, os movimentos devocionais como o misticismo, a Devoção Moderna dos Irmãos da Vida Comum. Também nasceu o interesse em estudar as obras da Antiguidade pelos Renascentistas e isso levou alguns “humanistas bíblicos” ao estudo da Bíblia nas línguas originais. Muita convulsão política, social e religiosa havia no final da idade média, revoltas dos camponeses, guerras, epidemias, o declínio do feudalismo e da liderança dos Papas e da Igreja. A população se ressentia dos abusos da Igreja e da sua falta de propósitos e corrupção. Muita violência, baixa expectativa de vida, contrastes e desigualdades sociais e econômicas às vésperas da Reforma, havia até mesmo certa revolta com a chamada “matemática da salvação” ou religiosidade contábil que tratava pecados como débitos e as boas obras como créditos e a venda de “indulgências” para perdão das penas temporais do pecado. Martinho Lutero. Pintura de Lucas Cranach the Elder (~1529). Via Wikimedia Commons. Quando o dominicano Tetzel foi vender indulgências em Wittemberg, Martinho Lutero (1483-1546), se pronunciou contrário. Lutero, natural de Eisleben, ingressou no mosteiro de Erfurt e tornou-se professor na Universidade de Wittemberg. Diante das indulgências, ele afixou na porta da Igreja da cidade, em 31 de outubro de 1517, 95 Teses ou convites para o debate na comunidade acadêmica, desafiando a autoridade da Igreja. Por isso, foi acusado de heresia e chamado a Roma, em 1518, mas recusou-se a ir e manteve suas posições. Em 1519, participou de debate e afirmou que o “infalível” Papa podia errar. Em 1520, recebeu uma “Bula papal” para retratar-se ou seria excomungado. E Lutero, estudantes e professores de Wittemberg queimaram a Bula em praça pública. Também escreveu livros e tornou-se popular e notório em toda a Europa. Em 1521, na Dieta de Worms, Lutero reafirmou suas ideias e precisou se refugiar no castelo de Wartburg sob proteção de um príncipe-eleitor. Ali Lutero traduziu a Bíblia para o alemão e a “reforma luterana” se espalhou rapidamente, com o apoio de vários principados alemães, por todo o sacro Império. Mas, houve forte oposição católica às novidades luteranas. Em 1526, houve certa tolerância. Mas, como em 1529 acabou essa política conciliadora, os líderes luteranos fizeram um “protesto” formal de apoio a Lutero e isso deu origem ao nome histórico “protestantes”. O auxiliar de Lutero, Filipe Melanchton (1497-1560) apresentou ao Imperador a “Confissão de Augsburgo”, defendendo a doutrina luterana (21 artigos) e indicando 7 erros da Igreja Romana. Ocorreram guerras político-religiosas entre católicos e protestantes, de 1546 a 1555, findando com o tratado de “Paz de Augsburgo”, reconhecendo a legalidade do luteranismo como religião oficial de um território cujo príncipe a adotasse como tal. O protestantismo se espalhou pela Suécia, Dinamarca, Noruega e Islândia. Foram defendidos princípios básicos que caracterizaram as convicções e práticas protestantes: os cinco “Solas”: Sola Scriptura (somente as Escrituras), solus Christo (salvação somente em Cristo), sola gratia (salvação somente pela graça divina), sola fides (salvação somente pela fé), soli Deo gloria (glória dada somente a Deus), além do sacerdócio universal dos cristãos. Outro reformador que marcou época foi Ulrico Zwínglio (1484-1531), reformador da Suíça, no movimento chamado “segunda Reforma” que deu origem às Igrejas Reformadas na Suíça alemã e no sul da Alemanha, promovendo mudanças mais radicais que os luteranos. Os reformadores radicais ou Anabatistas (rebatizadores) geraram o terceiro movimento reformado, também em Zurique, Suíça, sendo mais fanáticos, entusiastas e radicais. Os anabatistas defenderam a separação completa entre Igreja e Estado. O grande reformador do século 16 foi João Calvino (1509-1564), francês que se refugiou em Genebra, estudou teologia e humanidades, Direito. Esteve em Genebra por duas vezes, de 1536 a 1538, e de 1541 até ao final de sua vida. A cidade se tornou o grande centro do protestantismo e preparou líderes para toda a Europa, além de abrigar muitos refugiados das guerras religiosas. O calvinismo foi o mais completo sistema teológico protestante e originou as Igrejas Reformadas (Europa continental) e presbiterianas (Ilhas britânicas). A Reforma Protestante ocorreu na Inglaterra com a atuação de refugiados que voltaram de Genebra. Contribuíram também, o anticlericalismo dos ingleses, os ensinos luteranos desde 1520, a tradução da Bíblia para o inglês. Mas, principalmente o rei Henrique VIII (1491-1547), com seus muitos casamentos e desentendimentos com o catolicismo, até que seu sucessor Eduardo VI (1547-1553) e seus tutores implantaram a Reforma no país e cessaram as perseguições. Sintetizaram as doutrinas luteranas e calvinistas, além dos traços da liturgia católica e, no reinado de Elisabeth I, a Inglaterra tornou-se oficialmente protestante, criando a Igreja Anglicana. Na Escócia, o protestantismo foi introduzido por John Knox, discípulo de Calvino, e criou o conceito político-religioso de “presbiterianismo”, com igrejas governadas por oficiais eleitos pela comunidade, os presbíteros, livres da tutela do Estado. De fato, esses protestantes não queriam inovar, mas restaurar antigas verdades bíblicas que a Igreja havia esquecido ou trocado por suas tradições humanas. Valorizaram as Escrituras, a salvação pela graça divina e pela fé somente, sem as obras.

26 de outubro de 2017

REVOLUÇÃO RUSSA - 100 ANOS




O completar de 100 anos de um grande evento da história da humanidade não é algo que acontece todos os dias. Em 2017, a vez é a da Revolução Russa que, no mês de outubro, atinge um século desde o seu mais importante episódio, a também chamada Revolução Vermelha, que levou os bolcheviques ao poder do governo russo e mudou os rumos do século 20. Em 25 de outubro de 1917, o processo da Revolução já acontecia havia alguns meses. Apoiada pelos sovietes, a pobre, esfomeada e descontente população russa já fizera o czar Nicolau II, da dinastia Romanóv, abdicar do trono em fevereiro daquele mesmo ano. Com a sua saída, estabeleceu-se um Governo Provisório.Quem detinha o apoio da população, entretanto, era o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), que era dividido em duas vertentes: os bolcheviquese os mencheviques.Os bolcheviques acreditavam que a insurreição socialista deveria ocorrer imediatamente e que todo o poder deveria ser distribuído. O grupo que detinha mais poder naquele momento, porém, era o dos mencheviques, composto por liberais e socialistas moderados. Estes achavam que a revolução deveria ser burguesa e ocorrer gradativamente, com diversas reformas até que o socialismo fosse alcançado. A Revolução de outubro aconteceu justamente pelo descontentamento dos bolcheviques e da população. Ambos acreditavam que nenhuma real mudança social tinha sido realizada após a queda do império. O povo continuava com fome, morrendo nos conflitos da Primeira Guerra Mundial e clamando por uma divisão justa de terras.Com o mote “paz, terra e pão”, os bolcheviques prometiam para o povo precisamente comida, uma reforma agrária e a saída da guerra. Depois de alguns meses em conflito, em 25 de outubro de 1917, o grupo é vitorioso e os camponeses e operários, enfim, passam a governar a Rússia, com Lenin no poder.

PAULO FREIRE - EDUCAÇÃO, CONSCIÊNCIA E CIDADANIA




Esse educador e filósofo brasileiro, nascido em Recife no ano de 1921, Paulo Freire destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, que foi publicado em várias línguas como o espanhol, o inglês em 1970 e até o hebraico em 1981. No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares. Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Em razão da rixa política entre a ditadura militar e o socialismo cristão de Paulo Freire, o livro não foi publicado no Brasil até 1974, quando o general Geisel assumiu a presidência do país e iniciou o processo de abertura política. O livro “Pedagogia do Oprimido”, dá ênfase um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base. No entanto, a obra de Paulo Freire não se limita a esses campos, tendo eventualmente alcance mais amplo, pelo menos para a tradição de educação marxista, que incorpora o conceito básico de que não existe educação neutra. Segundo a visão de Freire, todo ato de educação é um ato político. Paulo Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997. Ficou o legado dos seus trabalhos, em 1991 foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire, para estender e elaborar as suas idéias. O instituto mantém até hoje os arquivos do educador, além de realizar numerosas atividades relacionadas com o legado do pensador e a atuação em temas da educação brasileira e mundial. Paulo Freire dizia: “Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as pessoas e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade”. Se fosse vivo, Paulo Freire completaria 90 anos no dia 19 de setembro desse ano.

PLATÃO, O PAI DA FILOSOFIA OCIDENTAL? POR QUE NÃO??


Autor de vasta obra filosófica, Platão preocupou-se com o conhecimento das verdades essenciais que determinam a realidade e, a partir disso, estabeleceu os princípios éticos que devem nortear o mundo social. Seu pensamento foi absorvido pelo cristianismo primitivo e, junto com seu mestre Sócrates e o discípulo Aristóteles, lançou os alicerces sobre os quais se assentaria as bases de toda a filosofia ocidental.A filosofia de Platão recebeu inúmeras interpretações não só devido a sua complexidade, mas por apresentar diversas etapas, em especial no que se refere à evolução das soluções que deu à teoria das idéias, poetizada e obscurecida pelo uso da linguagem simbólica. No entanto, suas doutrinas centram-se num propósito principal: opor-se ao relativismo dos sofistas, o que implica a suposição de haver conhecimento independente de fatores circunstanciais. Assim, o objetivo platônico era o conhecimento das verdades essenciais que determinam a realidade -- a ciência do universal e do necessário.

NIETZSCHE REMOU CONTRA A MARÉ?

Filosofo alemão, ateu, dizia que "Deus era um ser criado pela imaginação dos povos fracos". Sua filosofia era impregnada de ódio contra as massas populares, que considerava escravos. Elevava o homem até ao nível de super-homem, ser assumidamente superior. "O que é o macaco para o homem?, escárnio, vergonha dolorosa, assim deve ser o homem para o super-homem". Essa superioridade do super-homem que Nietzsche acreditava isolou-o no sofrimento e na dor, nos últimos anos da sua vida ele sofreu uma intensa depressão nervosa. Para Nietzsche o homem é individualidade irredutível, à qual os limites e imposições de uma razão que tolhe a vida permanecem estranhos a ela mesma, à semelhança de máscaras de que pode e deve libertar-se. Para Nietzsche, diferentemente de Kant, o mundo não tem ordem, estrutura, forma e inteligência. Nele as coisas "dançam nos pés do acaso" e somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida. Escreve um ensaio sobre verdade e mentira no sentido extra moral, no qual explora o lado gnosiológico, de origem e fundamentação do conhecimento. O conhecimento é uma ilusão, a única relação do homem com o mundo possível é a estética. O conhecimento típico do homem, que assimila o mundo à sua perspectiva. Existem os instrumentos do conhecimento, categorias e linguagem e seu produto, o mundo percebido. Uma das perspectivas que aprecem em Nietzsche é noção de que o instinto da conservação da espécie é a responsável por muitos atos. O conhecimento é útil à preservação da vida, e é também o objetivo de todos os líderes religiosos. Escreveu em 1883 e 1885 "Assim Falou Zaratustra", em alemão "Also sprach Zarathustra", que influenciou significativamente o mundo moderno. O livro foi escrito originalmente como três volumes separados em um período de vários anos. Depois, Nietzsche decidiu escrever outros três volumes mas apenas conseguiu terminar um, elevando o número total de volumes para quatro. Após a morte de Nietzsche, ele foi impresso em um único volume. O livro narra as andanças e ensinamentos de um filósofo, que se auto nomeou Zaratustra após a fundação do Zoroastrismo na antiga Pérsia. Para explorar muitas das ideias de Nietzsche, o livro usa uma forma poética e fictícia, frequentemente satirizando o Novo testamento. Nietzsche morreu completamente louco em 1900. "A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez".

KARL MARX: A HISTÓRIA É O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO HOMEM PELO TRABALHO HUMANO".



O pensamento de Karl Marx mudou radicalmente a história política da humanidade. Inspirada em suas idéias, metade da população do mundo empreendeu a revolução socialista, na intenção de coletivizar as riquezas e distribuir justiça social. Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, na Renânia, então província da Prússia, em 5 de maio de 1818. Primeiro dos meninos entre os nove filhos de uma família judaico-alemã, foi batizado numa igreja protestante, de que o pai, advogado bem-sucedido, se tornara membro, provavelmente para garantir respeitabilidade social. Depois de estudar em sua cidade natal, em 1835 Marx ingressou na Universidade de Bonn, onde participou da luta política estudantil. Na Universidade de Berlim, para a qual se transferiu em 1836, começou a estudar a filosofia de Hegel e juntou-se ao grupo dos jovens hegelianos. Tornou-se membro de uma sociedade formada em torno do professor de teologia Bruno Bauer, que considerava os Evangelhos narrativas fantásticas suscitadas por necessidades psicológicas. Com uma posição política que se identificava cada vez mais com a esquerda republicana, Marx em 1841 apresentou sua tese de doutorado, em que analisava, na perspectiva hegeliana, as diferenças entre os sistemas filosóficos de Demócrito e de Epicuro. Nesse mesmo ano concebeu a idéia de um sistema que combinasse o materialismo de Ludwig Feuerbach com o idealismo de Hegel. Passou a colaborar no jornal Rheinische Zeitung, de Colônia, cuja direção assumiu em 1842. No ano seguinte, Marx casou-se com Jenny von Westphalen e, logo após, sua publicação foi fechada.
O casal mudou-se para Paris, onde Marx entrou em contato com os socialistas. Em 1845, expulso da França pelo governo, estabeleceu-se em Bruxelas e iniciou a duradoura amizade e colaboração com Friedrich Engels. Die heilige Familie (1845; A sagrada família) e Die deutsche Ideologie (1845-1846, publicada em 1926; A ideologia alemã) foram as primeiras obras que escreveram a quatro mãos. Nessa época, Marx trabalhou em diversos tratados filosóficos contra as idéias de Bruno Bauer e do socialista utópico Pierre-Joseph Proudhon, e em 1848 redigiu, com Engels, o Manifest der Kommunistischen Partei (Manifesto comunista), resumo do materialismo histórico, em que aparecia pela primeira vez o famoso apelo à revolução com as palavras "Proletários de todos os países, uni-vos!". Depois de participar do movimento revolucionário de 1848 na Alemanha, Marx regressou definitivamente a Londres, onde durante o resto da vida contou com a generosa ajuda econômica de Engels para manter a família. Em 1852 escreveu Der 18 Brumaire des Louis Bonaparte (O 18 Brumário de Luís Bonaparte), em que analisa o golpe de estado de Napoleão III do ponto de vista do materialismo histórico. Sete anos depois, publicou Zur Kritik der politischen Ökonomie (Contribuição à crítica da economia política), seu primeiro tratado de teoria econômica, e em 1867 o primeiro volume de Das Kapital (O capital), monumental análise do sistema socioeconômico capitalista, sua obra mais importante. Marx voltou à atividade política em 1864, quando participou da fundação da Associação Internacional de Trabalhadores. Como líder e principal inspirador dessa Primeira Internacional, sua presença se reafirmou em 1871, por ocasião da segunda Comuna de Paris, movimento revolucionário de que a associação participou ativamente e em que pereceram mais de vinte mil revoltosos. As divergências do anarquista  Mikhail Bakunin, a partir de 1872, provocaram a derrocada da Internacional. Marx ainda participou em 1875 da fundação do Partido Social Democrata Alemão e em seguida retirou-se da atividade política para concluir Das Kapital. Apesar de ter reunido imensa documentação para continuar o livro, os volumes segundo e terceiro só foram editados por Engels, em 1885 e 1894. Outros textos foram publicados por Karl Kautsky, como quarto volume, entre 1904 e 1910. Karl Marx morreu em 14 de março de 1883, em Londres.

”SÓ SEI QUE NADA SEI"


"Só sei que nada sei.” Com essas palavras Sócrates reagiu ao pronunciamento do oráculo de Delfos, que o apontara como o mais sábio de todos os homens. O pensador foi o primeiro do grande trio de antigos filósofos gregos, que incluía ainda Platão e Aristóteles, a estabelecer, na Grécia antiga, os fundamentos filosóficos da cultura ocidental. Sócrates nasceu em Atenas por volta do ano 470 a.C. Era filho de uma parteira, Fenarete, e de Sofronisco, homem bem relacionado nos meios políticos da cidade. Como não deixou obras escritas, tudo o que se sabe de sua vida e de suas idéias é o que relatam principalmente autores como Platão e Xenofonte. Segundo os escritos de Íon de Quios e Aristóxenes, Sócrates teria estudado com Arquelau, discípulo de Anaxágoras, o primeiro filósofo importante de Atenas. Na juventude, participou de várias batalhas da guerra do Peloponeso. Casou-se tardiamente com Xantipa e teve três filhos. Sócrates era o oposto do ideal clássico de beleza: tinha o nariz achatado, os olhos esbugalhados e a barriga saliente.   Sempre cercado de jovens discípulos, gozava de muita popularidade em Atenas, embora seus ensinamentos também lhe valessem grande número de inimigos. Passava a maior parte do tempo ensinando em lugares públicos, como praças, mercados e ginásios, mas ao contrário dos filósofos profissionais -- os sofistas, que combatia com vigor -- não cobrava por suas lições. Evitava intervir diretamente em assuntos políticos. Pelo menos uma vez, no entanto, entre 406 e 405 a.C., integrou o conselho legislativo de Atenas. Em 404 a.C., arriscou a vida por recusar-se a colaborar em manobras políticas arquitetadas pela dinastia dos Trinta Tiranos, que governava a cidade.
        Pensamento. Segundo palavras de Cícero, "Sócrates fez a filosofia descer dos céus à terra". Antes, os filósofos buscavam obsessivamente uma explicação para o mundo natural, a physis.   Para Sócrates, no entanto, a especulação filosófica devia se voltar para outro assunto, mais urgente: o homem e tudo o que fosse humano, como a ética e a política. Sócrates dizia que a filosofia não era possível enquanto o indivíduo não se voltasse para si próprio e reconhecesse suas limitações. "Conhece-te a ti mesmo" era seu lema. Para ele, a melhor maneira de abordar um tema era o diálogo: por meio do método indutivo que denominou "maiêutica", numa alusão ao ofício de sua mãe, era possível trazer a verdade à luz. Assim, ele se voltava para os outros -- quer fossem um adolescente como Lísias, um militar como Laques ou sofistas consagrados como Protágoras e Górgias -- e os interrogava a respeito de assuntos que eles julgavam saber. Seu senso de humor confundia os interlocutores, que acabavam confessando sua ignorância, da qual Sócrates extraía sabedoria. O exemplo clássico da aplicação da maiêutica é o diálogo platônico intitulado Mênon, no qual Sócrates leva um escravo ignorante a descobrir e formular vários teoremas de geometria. A indução, finalmente, consiste na apreensão da essência (do universal que se acha contido no particular), na determinação conceitual e na definição. Não se trata, para Sócrates, de definir a beleza do cavalo, dos objetos inanimados, do escudo, da espada ou da lança, por exemplo, mas a beleza em si mesma, em sua essência ou determinação universal. Segundo Aristóteles, a indução e a definição podem ser atribuídas a Sócrates, cujo pensamento, a rigor, não se confunde com o de Platão. A teoria socrática das essências, no entanto, preparou a teoria platônica das idéias. Desinteressado da física e preocupado apenas com as coisas morais, a antropologia socrática é a essência capaz de regular a conduta humana e orientá-la no sentido do bem. A virtude supõe o conhecimento racional do bem, razão pela qual se pode ensinar. O que há de comum entre todas as virtudes é a sabedoria, que, segundo Sócrates, é o poder da alma sobre o corpo, a temperança ou o domínio de si mesmo. Possibilitando o domínio do corpo, a temperança permite que a alma realize as atividades que lhe são próprias, chegando à ciência do bem. Para fazer o bem basta, portanto, conhecê-lo. Todos os homens procuram a felicidade, isto é, o bem. Assim, o vício não passa de ignorância, pois ninguém pode fazer o mal voluntariamente.        Sócrates lançou as bases do racionalismo idealista, que seu discípulo Platão desenvolveu mais tarde em sua teoria das idéias. O método e as intenções de Sócrates constituíram o início da reação helênica contra o relativismo defendido pelos sofistas, que tinha levado o pensamento filosófico à ruína. Diante do crescente individualismo e da crise de valores que ameaçavam a democracia ateniense, depois do declínio do culto às divindades gregas, questões sobre a melhor forma de governo e a moral individual tornaram-se prementes. Entretanto, a resposta de Sócrates, que pregava um sistema moral absolutamente alheio às doutrinas religiosas e admitia a aristocracia -- governo dos melhores -- como a forma desejável de administração do estado, fez com que se indispusesse com as autoridades conservadoras, o que lhe custou a vida. Condenação à morte. No ano 399 a.C., Sócrates foi acusado de corromper a juventude e desdenhar o culto aos deuses tradicionais. Ao que parece, a acusação fora motivada pelo fato de ter sido ele o educador de Alcibíades e Crítias, considerados traidores da democracia. O processo foi montado de modo a forçar o pensador a contrariar suas idéias e a retratar-se. A maioria dos comentadores concorda que ele teria sido poupado se não se mostrasse tão inflexível. Sócrates manteve diante do tribunal a mesma postura irônica de sempre, o que aumentou a irritação dos juízes. À tradicional pergunta sobre qual pena o réu considerava justa para si próprio, Sócrates respondeu que, tendo prestado tantos serviços à cidade, achava justo receber uma pensão vitalícia do estado. Além disso, declarou que não aceitaria o degredo. Foi o bastante para que o tribunal o condenasse à morte. A sentença, envenenamento com cicuta, foi executada tempos depois. Na prisão, continuou a receber amigos e discípulos para debater assuntos como a morte e a imortalidade da alma. Rejeitou vários planos de fuga elaborados por Critão e outros amigos. Suas últimas palavras foram para encomendar o sacrifício de um galo a Esculápio, o deus a quem se atribuía a cura da fadiga e dos males da vida.

ALEXANDRE, O GRANDE



A poderosa figura de Alexandre III pertence ao reduzido grupo de homens que definiram o curso da história humana. Seu gênio militar se impôs sobre o império persa e assentou as bases da frutífera civilização helenística. Alexandre nasceu em 356 a.C. no palácio de Pella, Macedônia. Filho do rei Filipe II, cedo se destacou como um rapaz inteligente e intrépido. Quando o príncipe tinha 13 anos, seu pai incumbiu um dos homens mais sábios de sua época, Aristóteles, de educá-lo. Alexandre aprendeu as mais variadas disciplinas: retórica, política, ciências físicas e naturais, medicina e geografia, ao mesmo tempo em que se interessava pela história grega e pela obra de autores como Eurípides e Píndaro. Também se distinguiu nas artes marciais e na doma de cavalos, de tal forma que em poucas horas dominou o Bucéfalo, que viria a ser sua inseparável montaria.Na arte da guerra recebeu lições do pai, militar experiente e corajoso, que lhe transmitiu conhecimentos de estratégia e lhe inculcou dotes de comando. O enérgico e bravo jovem teve oportunidade de demonstrar seu valor aos 18 anos, quando, no comando de um esquadrão de cavalaria, venceu o batalhão sagrado de Tebas na batalha de Queronéia em 338 a.C.. Depois do assassinato de seu pai em 336 a.C., Alexandre subiu ao trono da Macedônia e se dispôs a iniciar a expansão territorial do reino. Para tão árdua empreitada contou com poderoso e organizado exército, dividido em infantaria, cuja principal arma era a zarissa (lança de grande comprimento) e cavalaria, que constituía a base do ataque.

Imediatamente depois de subir ao trono, Alexandre enfrentou uma sublevação de várias cidades gregas e as incursões realizadas no norte de seu reino pelos trácios e ilírios, aos quais logo dominou. Em contrapartida, na Grécia, a cidade de Tebas opôs grande resistência, o que o obrigou a um violento ataque no qual morreram milhares de tebanos. Pacificada a Grécia, o jovem rei elaborou seu mais ambicioso projeto: a conquista do império persa, a mais assombrosa campanha da antigüidade. Em 334 cruzou o Helesponto, e já na Ásia avançou até o rio Granico, onde enfrentou os persas pela primeira vez e alcançou importante vitória. Em Sardes, de posse de seu tesouro, Alexandre construi um templo a Zeus, no antigo palácio real do rei Creso. Zeus, o Deus padroeiro da Macedônia, encontra-se no reverso de quase toda cunhagem de prata, entronizado, segundo a famosa estátua de Fídias em Olímpia. O verso traz Hércules com seu capuz de máscara de leão. À medida que as fontes de fabricação marchavam para leste, o Zeus, esculpido por operários não gregos, trona-se crescentemente vago e o Hércules cada vez mais parecido com Alexandre. Prosseguiu triunfante em sua jornada, arrebatando cidades aos persas, até chegar a Górdia, onde cortou com a espada o "nó górdio", o que, segundo a lenda, lhe assegurava o domínio da Ásia. Ante o irresistível avanço de Alexandre, o rei dos persas, Dario III, foi a seu encontro. Na batalha de Isso (333) consumou-se a derrota dos persas e começou o ocaso do grande império. Em seguida, o rei macedônio empreendeu a conquista da Síria (332) e entrou no Egito. O sonho de Alexandre, de unir a cultura oriental à ocidental, começou a concretizar-se. O rei da Macedônia iniciou um processo pessoal de orientalização ao tomar contato com a civilização egípcia. Respeitou os antigos cultos aos deuses egípcios e até se apresentou no santuário do oásis de Siwa, onde foi reconhecido como filho de Amon e sucessor dos faraós. Em 332 fundou Alexandria, cidade que viria a converter-se num dos grandes focos culturais da antigüidade. Depois de submeter a Mesopotâmia, Alexandre enfrentou novamente Dario na batalha de Gaugamela em 331a.C., cujo resultado determinou a queda definitiva da Pérsia em poder dos macedônios. Morto Dario, 330 a.C., Alexandre o Grande foi proclamado rei da Ásia e sucessor da dinastia persa. Seu processo de orientalização se acentuou com o uso do selo de Dario, da tiara persa e do cerimonial teocrático da corte oriental. Além disso, no ano 328 contraiu matrimônio com Roxana, filha do sátrapa da Bactriana, com quem teve um filho de nome Alexandre IV. A tendência à fusão das duas culturas gerou desconfianças entre seus oficiais macedônios e gregos, que temiam um excessivo afastamento dos ideais helênicos por parte de seu monarca. Nada impediu Alexandre de continuar seu projeto imperialista em direção ao Oriente. Em 327 dirigiu suas tropas para a longínqua Índia, país mítico para os gregos, no qual fundou colônias militares e cidades, entre as quais Nicéia e Bucéfala, esta erigida em memória de seu cavalo, às margens do rio Hidaspe. Ao chegar ao rio Bias, suas tropas, cansadas de tão dura empreitada, se negaram a continuar. Alexandre decidiu regressar à Pérsia, viagem penosa no qual foi ferido mortalmente e acometido de febres desconhecidas, que nenhum de seus médicos soube curar.
            Alexandre o Grande morreu na Babilônia, a 13 de junho de 323 a.C., com a idade de 33 anos. O império que com tanto esforço edificou, e que produziu a harmoniosa união do Oriente e do Ocidente, começou a desmoronar, já que só um homem com suas qualidades poderia governar território tão amplo e complexo, mescla de povos e culturas muito diferentes. Depois de sua morte prematura, a influência da civilização grega no Oriente e a orientalização do mundo grego alcançaram sua mais alta expressão no que se conhece sob o nome de Helenismo, fenômeno cultural, politico e religioso que se prolongou até os tempos de Roma. 

ALCA (ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMERICAS), AMBIÇÃO POLÍTICA DE POUCOS OU DESINTERESSE DE MUITOS?

        As posições do Brasil e dos Estados Unidos como estava expressa nas propostas de negociação do Mercosul e do norte-americanos divergem quanto ao cronograma, nível de obrigações, formato e abrangência. O Brasil prefere a integração mais lenta com a liberação tarifaria a partir de 2005, há 4 anos,  data de referência acordada na Cúpula de Miami para o término das negociações e constituição da ALCA. O processo de negociação seria distribuído em três etapas: facilitação de negócios a desenvolver, harmonização de normas, disciplina e acesso a todos os mercados.         Os Estados Unidos privilegiam a negociação entre países, enquanto o Mercosul prevê a negociação entre blocos. A proposta do bloco sul americano exclui temas como as normas trabalhistas e meio-ambiente, expressamente mencionado na proposta americana. O sequenciamento proposto pelo Mercosul privilegia para a negociação inicial, muitos dos temas deixados para o final pela proposta dos Estados Unidos e vice-versa.Parte da reserva brasileira tem raízes de natureza política. A integração hemisférica poderá envolver restrições à política externa brasileira extra hemisfério. A estabilização econômica depois da crise mundial e a volta ao crescimento vai despertar novos interesses de investidores estrangeiros.  

6 de abril de 2016

ILHA DE TRINDADE E MARTIM VAZ

A ilha surgiu há aproximadamente três milhões de anos, da zona abissal do Atlântico Sul, através de atividades vulcânicas. As profundidades oceânicas ao seu redor atingem 5.800 metros. A parte emersa atinge até 600 metros, cobrindo 9,28 quilômetros quadrados. O clima é do tipo oceânico tropical, a temperatura média anual é de 25,2° C. Fevereiro é o mês mais quente do ano, 25,2°C e agosto o mais frio,17,3°C. Até 1850, a ilha era coberta por uma floresta de árvores Colubrina Granulosa, hoje quase inexistente. Abriga uma diversificada fauna marinha com recifes de algas calcárias, invertebrados, peixes e aves. Trindade foi ocupada por portugueses e ingleses e está sob domínio brasileiro desde 1910. Já recebeu visitas de piratas, pesquisadores e prisioneiros políticos. Desde 1957 é guarnecida pela Marinha do Brasil, com cerca de 40 homens, que permanecem na ilha por períodos de quatro meses. Viagens de reabastecimento são realizadas bimestralmente, para troca de metade da guarnição. Possui uma estação meteorológica que diariamente envia dados para a Diretoria de Hidrografia e Navegação.


1 de julho de 2015

H. G. WELLS, A MÁQUINA MENTAL DO TEMPO





Desde muito cedo na sua carreira, H. G. Wells sentiu que devia haver uma maneira melhor de organizar a sociedade, e escreveu alguns romances utópicos. Começavam em geral com o mundo a caminhar inexoravelmente em direção de uma catástrofe, até que as pessoas se apercebiam da existência de uma maneira melhor para viver: ou através dos gases misteriosos de um cometa, que fariam com que as pessoas começassem subitamente a comportar-se racionalmente, ou pela tomada do poder por um conselho mundial de cientistas, como em The Shape of Things to Come de 1933, livro que o próprio Wells adaptou mais tarde para o filme de Alexander Korda, "Daqui a cem anos"  de 1936. Aqui descrevia-se, com demasiada exatidão, a guerra que estava a chegar, com cidades a serem destruídas por bombardeamentos aéreos. Ele analisa a dicotomia entre a natureza e a educação e questiona a humanidade em livros como A Ilha do Dr. Moreau. Nem todos os seus romances terminam em feliz Utopia, como mostra o distópico When the Sleeper Awakes. A Ilha do Dr. Moreau ainda é mais sombria. O narrador, após ficar encurralado numa ilha cheia de animais vivissectados, até se transformarem em seres humanos, acaba por regressar a Inglaterra e, tal como Guliver no regresso do país dos Houyhnhms, vê-se incapaz de afastar a percepção dos membros da sua própria espécie como bestas só ligeiramente civilizadas, regressando a pouco e pouco à sua natureza animal. Wells chamava às suas ideias políticas "socialistas", e com o seu gosto por utopias, olhou inicialmente com bastante simpatia para as tentativas de Lenin de reconstruir a destroçada economia russa, como mostra o seu relato de uma visita ao país, "Russia in the Shadows" em 1920. No entanto, desiludiu-se com a crescente rigidez doutrinária dos Bolcheviques e, após um encontro com Stálin, convenceu-se de que a revolução correra terrivelmente mal. Nisto foi provavelmente mais clarividente do que muitos dos intelectuais do seu tempo.  À medida que envelhecia, Wells foi-se tornando cada vez mais pessimista acerca do futuro da humanidade, como é sugerido pelo título do seu último livro, Mind at the End of its Tether. Os seus últimos livros tendiam a pregar mais do que a contar uma história, e não tinham a energia e inventiva dos trabalhos iniciais. É conhecido como o pai da ficção científica. Wells nasceu em 1866, em Bromley, na Inglaterra filho de um pequeno comerciante. Antes de ingressar na Escola Normal de Ciências em Londres, onde conheceu Thomas H. Huxley de quem ficaria bastante amigo, Wells trabalhou como professor-assistente. Após se formar chegou a trabalhar como professor de biologia até se tornar jornalista e escritor p.rofissional. Imagine um mundo onde é possível fazer viagens no tempo, para o passado ou para o futuro, encontrar civilizações diferentes ou a própria civilização humana em estágios diferentes de evolução. Imagine a terra sendo invadida por seres de outros planetas com suas próprias tecnologias, ou então um homem que pudesse ser invisível. Herbert George Wells imaginou.  Seu primeiro livro publicado foi “A Máquina do Tempo”, em 1895, o romance inaugural das viagens para o futuro ou para o passado. Ao contrário de Júlio Verne, já famoso escritor de ficção científica (embora o termo ainda não tivesse sido cunhado – ele foi criado em 1926 por Hugo Gernsback na revista Amazing Stories), Wells tinha o foco de suas histórias na condição social do homem. Segundo teria dito Júlio Verne: “As criações do Sr. Wells pertencem sem reserva a uma era e grau de conhecimento científico muito distantes do presente, entretanto não vou dizer que inteiramente além dos limites do possível”.Outras obras de H. G. Wells foram: A Ilha do Doutor Moureau (1896), O Homem Invisível (1897) e A Guerra dos Mundos (1898), trabalhos que o consagraram como um pioneiro da ficção científica. Outros trabalhos como Kipps (1905) e História de Mr. Polly (1910) não se tratam de ficção científica, assim como O Esboço da História (1920) e O Trabalho, Riqueza e Felicidade Humana (1932), considerados mais realistas. Em “The Fate of The Homo Sapiens” Wells já estava começando a abandonar o otimismo quanto ao desenvolvimento da raça humana e sua sobrevivência. Em 1904, Wells ainda publicou “Guerra Área” obra onde anteciparia os bombardeios que ocorreram na II Guerra. H. G. Wells “previu” tantas descobertas em suas obras que alguns de seus leitores chegaram a acreditar até que o mundo seria como Wells o descrevesse em suas novelas, artigos e livros de ficção. Wells morreu em 1946 por causas desconhecidas.

21 de março de 2015

PUMA PUNKU - ENGENHARIA DOS ASTRONAUTAS ANTIGOS?

Puma Punku, que significa “A Porta da Puma” em Aymara, é parte de um gigantesco complexo de templos em Tiwanaku, um dos mais importantes sítios arqueológicos da Bolívia. Estudiosos das culturas andinas afirmam que esta civilização foi uma importante precursora do império Inca. A região surgiu como uma grande área de atividade econômica, religiosa e política próxima ao lago Titicaca. Um primeiro olhar sobre Puma Punku faz com que não seja possível imaginar como tudo aquilo foi construído por uma civilização que ainda não tinha algumas tecnologias essenciais, como a roda. Os cortes são precisos, os ângulos das pedras são retos e os blocos parecem terem sido cortados em série ou com equipamentos elétricos. No entanto, testes de carbono apontam que a construção deve ter ocorrido entre 300 d.C. e 500 d.C. O complexo de Puma Punku consiste de esplanadas, templos e monumentos, formados com pedra do estilo megalítico. O sítio principal possui 167 metros de comprimento por 116 metros de largura. A borda leste de Puma Punku é ocupada pela “Plataforma Lítica”, um terraço de pedra de 6,75 por 38,72 metros. Este terraço é pavimentado com múltiplos blocos de enormes pedras. A Plataforma Lítica contém a maior pedra encontrada em todo o sítio arqueológico de Puma Punku e Tiwanaku. Baseado nas propriedades da rocha da qual foi extraída, e estimado que essa única pedra tenha 131 toneladas métricas. O núcleo das construções em Puma Punku consiste de argila, enquanto o acabamento consiste de areia e pedregulhos. Escavações no sítio de Puma Punku documentaram a existência de três épocas distintas de construção, além de pequenas reformas e remodelagens ocorridas em outras épocas. Durante seu apogeu, acredita-se que Puma Punku era um local "incrivelmente maravilhoso", adornado com placas de metal polido, cerâmicas de cores brilhantes e ornamentado com quadros e peles, frequentado por sacerdotes e pela elite, que vestiam-se com roupas cerimoniais e joias exóticas. A compreensão da natureza deste complexo arqueológico ainda é limitada, devido à sua antiguidade, falta de provas escritas e o atual estado de elevada deterioração, tanto pelo desgaste natural mas também devida à depredação causada por visitantes e saqueadores.

12 de março de 2015

VILLA LOBOS – O COMPOSITOR DO BRASIL


Destaca-se por ter sido o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música, compondo obras que contém nuances das culturas regionais brasileiras, com os elementos das canções populares e indígenas. No Brasil, sua data de nascimento é celebrada como Dia Nacional da Música Clássica. Heitor Villa-Lobos foi maestro e compositor brasileiro, considerado o expoente máximo da música do Modernismo no Brasil. Heitor Villa-Lobos nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de março de 1887. Recebeu orientação musical ainda criança. No ano de 1915, Villa-Lobos começou sua vida profissional como instrumentista e com 19 anos de idade fez suas primeiras composições. Em 1922 participou da Semana de Arte realizada em São Paulo. No ano de 1923, viajou para a Europa e só voltou ao Brasil no ano de 1929. Muitas orquestras foram dirigidas por ele. Escreveu várias composições. Organizou um coral de 12.000 vozes em São Paulo no ano de 1931, acontecimento de grande importância na América do Sul. Fez várias viagens pelo mundo dirigindo com entusiasmo suas próprias composições. Recebeu grande incentivo de Debussy e Stravinsky. Em suas viagens pelo Brasil, fez pesquisas e anotou em seu diário as muitas modalidades musicais do folclore brasileiro, para depois analisar e formar suas composições. São muitas as peças que compôs, as que mais se destacaram foram os choros em número de 16, esses choros foram compostos no período de 1920 a 1929. São mais de mil composições conhecidas. Durante sua vida recebeu 24 títulos do Instituto da França. Era membro da Academia de Belas Artes em Nova Iorque e Comendador da Ordem de Mérito do Brasil. Em 1944 e 1945, Villa-Lobos viajou aos Estados Unidos para reger as orquestras de Boston e de Nova York, onde foi homenageado. Em 1945 fundou a Academia Brasileira de Música. Dois anos antes de sua morte, o maestro compôs "Floresta do Amazonas "para a trilha de um filme da Metro Goldwyn Mayer. Realizou concertos em Roma, Lisboa, Paris, Israel, além de marcar importante presença no cenário musical latino-americano. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova Iorque, e o de fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Música. Heitor Villa-Lobos faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de novembro do ano de 1959. Foi sepultado no Cemitério de São João Batista.

26 de fevereiro de 2015

"USA FOR AFRICA", 30 ANOS




USA for Africa (United Support of Artists for Africa), foi o nome sob o qual 45 artistas norte-americanos, liderados por Harry Belafonte, Kenny Rogers, Michael Jackson e Lionel Richie, gravaram o compacto "We Are The World" em 1985. A canção alcançou a primeira colocação na parada de sucessos dos Estados Unidos e do Reino Unido em abril daquele ano. A maioria dos lucros da empreitada foi para a USA for Africa Foundation, que os usou para ajudar as vítimas da fome e doenças na África, especialmente para a Etiópia; alguns críticos da ação alegam, entretanto, que o dinheiro arrecadado foi entregue aos governos, muitos dos quais militares, dos países afetados pela fome em vez da população final. O "USA for Africa" também realizou um evento beneficente, Hands Across America, no qual aproximadamente 7 milhões de pessoas seguraram as mãos em uma corrente humana durante 15 minutos, num caminho que se espalhava pelos Estados Unidos. Os participantes pagaram 10 dólares para ingressar na fila. O dinheiro arrecadado também serviu para aliviar a fome e a falta de moradias na África. As receitas combinadas da vendas de "We Are the World" e do evento "Hands Across America" totalizaram cerca de 100 milhões de dólares.  A canção foi composta por Michael Jackson e Lionel Richie, produzida por Quincy Jones e gravada em 28 de janeiro de 1985 no A&M Studios em Hollywood, Califórnia.

AQUÍFERO GUARANI


Aquífero Guarani foi o nome que, em 1996, o geólogo uruguaio Danilo Anton propôs para denominar um imenso aquífero que abrange partes dos territórios do Uruguai, Argentina, Paraguai e, principalmente, Brasil, ocupando 1 200 000 km². Na ocasião, ele chegou a ser considerado o maior do mundo: hoje, é considerado o segundo maior, capaz de abastecer a população brasileira durante 2 500 anos. A maior reserva atualmente conhecida é o Aquífero Alter do Chão, com o dobro do volume do Aquífero Guarani. Estudos mais detalhados concluíram que o Aquífero Guarani é menor do que os pesquisadores calculavam e, sobretudo, com volume e qualidade da água inferiores aos estimados inicialmente. Além disso, é descontínuo, como na região de Ponta Grossa, no Paraná, de constituição complexa e heterogêneo. Um dos mais importantes estudos feitos sobre ele, "A redescoberta do Aquífero Guarani", foi desenvolvido em 2006 pelo geólogo José Luiz Flores Machado, do Serviço Geológico do Brasil. Flores Machado afirmou, em seu estudo, que, a rigor, não se trata de um único aquífero mas de um "sistema aquífero". Sendo assim, o correto seria chamá-lo de "Sistema Aquífero Guarani". A maior parte, 70% ou 840 000 km² da área ocupada pelo aquífero, cerca de 1 200 000 km² está no subsolo do centro-sudoeste do Brasil. O restante se distribui entre o nordeste da Argentina com 255 000 km², noroeste do Uruguai com 58 500 km² e sudeste do Paraguai  com 58 500 km², nas bacias do rio Paraná e do Chaco-Paraná. A população atual do domínio de ocorrência do aquífero é estimada em quinze milhões de habitantes.

MONUMENTO À BATALHA DAS NAÇÕES





Sendo o maior monunento da Europa,  o Monumento à Batalha das Nações encontra-se em Leipzig, Alemanha, em homenagem a Batalha de Leipzig 1813, também conhecida como a Batalha das Nações. Pago por principalmente por doações e pela cidade de Leipzig, que foi concluída em 1913 para o 100 º aniversário da batalha, a um custo de 6.000.000 Goldmark. O monumento comemora derrota de Napoleão em Leipzig, um passo crucial para o fim das hostilidades na Guerra da Sexta Coalizão, que foi visto como uma vitória para o povo alemão, embora a Alemanha como a conhecemos não existia na época. Havia pessoas de língua alemã de combate de ambos os lados, como as tropas de Napoleão também incluiu alemães recrutados a partir do banco francês ocupada esquerda do Reno, bem como da Confederação do Reno. 
A estrutura é de 91 metros de altura. Ele contém mais de 500 passos para uma plataforma de observação no topo, de onde tem uma vista espectacular sobre a cidade e arredores. A estrutura faz uso extensivo de betão, embora os revestimentos são de granito. O monumento é amplamente considerado como um dos melhores exemplos da arquitetura guilhermina. Diz-se de estar no local de alguns dos mais sangrentos combates, de onde Napoleão ordenou a retirada do seu exército.

6 de outubro de 2013

GENERAL ROMMEL, A RAPOSA DO DESERTO

Aos quatorze anos, Rommel e um amigo construíram um planador em tamanho natural que voava, embora não muito longe. O jovem Rommel queria ser mecânico e desejava se tornar um engenheiro aeronáutico, mas ingressou no Exército devido às insistências de seu pai que o recomendou para o Exército Württemberg, descrevendo ele como "próspero, de confiança e um bom ginasta". De início foi rejeitado pela artilharia e engenharia do Exército, sendo mais tarde, em Março de 1910, chamado para fazer o exame médico para admissão, sendo neste exame detectado uma hérnia, mas foi aceito mesmo assim como cadete. Seu pai assinou a documentação necessária e pagou o uniforme de Fahnenjunker, entrando no seu regimento no dia 19 de Julho de 1910, aos 18 anos de idade, no 124.º Regimento de Infantaria de Württemberg de onde foi enviado para a Escola Real de Oficiais Cadetes de Danzig, terminando o seu treinamento no mês de Novembro de 1911. Nesta época, Rommel conheceu Lucie Mollin, dançarina, que estava em Danzig para estudar línguas, tendo os dois logo se apaixonado. Erwin Rommel nasceu em Heidenheim, aproximadamente 40 km de Ulm, no Estado de Württemberg, sendo batizado em 17 de Novembro de 1891. Foi o segundo filho do professor protestante Erwin Rommel, reitor de escola secundária em Aalen, e Helene von Luz, filha de um proeminente dignitário local. O casal teve ainda outros três filhos, dois meninos, Karl e Gerhard, e uma menina, Helene. O seu irmão mais velho, Karl Rommel, entrou como voluntário no Exército se tornando piloto de reconhecimento, sendo admitido somente nos últimos exames. Já Gerhard Rommel, o seu irmão mais novo, se tornou cantor de ópera. De início foi rejeitado pela artilharia e engenharia do Exército, sendo mais tarde, em Março de 1910, chamado para fazer o exame médico para admissão, sendo neste exame detectado uma hérnia, mas foi aceito mesmo assim como cadete. Foi na Segunda Guerra Mundial, porém, que a fama de Rommel fez o mundo estremecer. Sob o comando da 7ª Divisão Panzer, em 1940, ele foi um dos primeiros a ultrapassar a Linha Maginot, na França, antes em mãos de tropas britânicas e francesas. A inovadora e fulminante "Blitzkrieg",guerra-relâmpago surgia para o mundo de forma implacável. Foi durante a invasão da França que Rommel conseguiu atingir a inigualável marca de deslocamento de 240 km em um único dia, feito que rendeu a seus homens a fama de "divisão fantasma". Em fevereiro de 1941, sob ordem do chefe do Estado-Maior do Reich, Walter von Brauchitsch, nascia um grupo especial que se tornaria lendário, batizado de "Afrika Korps". Sua missão era auxiliar as frágeis frentes italianas no norte da África, que padeciam com armamento escasso. Mas a tarefa não seria simples. Com curto raio de ação, os canhões da divisão datavam de 1914 e estavam completamente obsoletos. A situação de outras armas não era muito diferente. Metralhadoras e veículos de defesa pouco podiam fazer diante do poder de fogo dos aliados. Para piorar, grande parte do exército italiano era constituída por infantaria não-motorizada, adequada para posições defensivas, mas de valor nulo nos embates no deserto. Implicado no atentado por suas ligações com os oficiais conspiradores membros da resistência alemã, Rommel, ainda em recuperação médica, recebe em sua casa a visita de dois oficiais generais em 14 de Outubro de 1944. Devido ao seu prestígio nacional, estes oficiais, leais a Hitler, trazem os termos do Führer a Rommel: ir a Berlim, passar por um julgamento popular e inevitavelmente ser condenado à morte, condenando também sua família a ser confinada em um campo de concentração ou, sozinho, acompanhar os dois oficiais e ingerir veneno para suicidar-se, opção esta que garantiria a integridade de seus familiares. Rommel sem dúvida escolhe a segunda alternativa, despede-se da família e acompanha os dois oficiais embarcando em seu automóvel. Às treze e vinte e cinco os generais Burgdorf e Maisel, fizeram a entrega do cadáver de Rommel ao Hospital de Ulm. O médico-chefe, que se dispunha a proceder a autópsia, foi prontamente interrompido por Burgdorf que lhe disse: "Não toque no corpo. Em Berlim já se tomaram todas as providências." Talvez, jamais se venha a saber o que exatamente se passou no caminho de Ulm. Burgdorf pereceu com Hitler, no subterrâneo da chacelaria do Reich. Maisel que ao final da guerra foi condenado juntamente como motorista da SS, afirmam terem recebido ordens de abandonar o carro por alguns momentos, quando retornaram encontraram Rommel agonizando. Seu funeral foi celebrado em 18 de Outubro de 1944 com as mais altas honrarias militares do III Reich e, oficialmente sua "causa mortis" foi anunciada como efeito dos ferimentos que recebera meses antes. Seus restos mortais, depois de cremados foram sepultados em Herrlingen, Alemanha, no cemitério próximo de sua casa. Sua família não foi perseguida após sua morte. Um dos seus filhos chegou ao cargo de presidente da câmara, "Bürgermeister" da cidade de Stuttgart. Muitas lendas foram criadas a partir do mito Rommel, porém nunca questionado do ponto de vista militar e da conduta no campo de batalha. Histórias como "fazer um Rommel", que para os soldados do 8º Exército Britânico, significava fazer algo de forma impecável. Sua astúcia e faculdade de improvisação granjearam-lhe o apelido de Raposa do Deserto. Certa vez encontrando-se sob violenta pressão Britânica, o general conseguiu inverter a situação dando-lhes impressão de comandar grandes estacamentos. Sabia que a RAF fotografava diariamente as linhas alemãs, então, ordenou que todos os veículos fossem movimentados a noite, crivando o solo do deserto com milhares de sulcos, e projetando a movimentação de um grande destacamento de blindados. Diante disto os ingleses bateram em retirada.

ALMIRANTE DE ESQUADRA CHESTER NIMITZ

Originalmente Nimitz tinha esperanças em estudar na Academia Militar dos Estados Unidos em West Point e tornar-se oficial do exército, mas não existiam vagas disponíveis. O seu congressista, James L. Slayden, disse-lhe que tinha uma nomeação disponível para a marinha, e que esta seria atribuída ao candidato melhor qualificado. Nimitz sentiu que esta era a sua única oportunidade para continuar a estudar e gastou tempo extra a estudar para ganhar a nomeação. Foi nomeado para a Academia Naval dos Estados Unidos do 12.º Distrito Congressional de Texas em 1901, e graduou-se com distinção em 1905, em 7º numa turma de 144. O então Contra-Almirante Nimitz foi seriamente considerado em 1940 para o comando da Esquadra do Pacífico. Sendo assim, quando o governo Roosevelt decidiu fazer do Almirante Husband Kimmel o bode expiatório do ataque surpresa, a escolha para substituí-lo naturalmente recaiu sobre Nimitz. Ele chegou a Pearl Harbor no dia de Natal de 1941, e enquanto inspecionava o porto, ele pôde ver pequenos barcos coletando corpos que subiam à superfície desprendendo-se dos navios destroçados no fundo. Por ato do Congresso, Nimitz saltou a patente de Vice-Almirante e foi promovido diretamente para Almirante 4 estrelas. O Comandante-em-Chefe da Esquadra do Pacífico era responsável por uma imensa área. Em violação ao princípio de unidade de comando, o Pacífico foi dividido em dois teatros. Douglas MacArthur foi designado comandante do Sul do Pacífico, que abrangia a Austrália, Filipinas, Ilhas Salomão, Nova Guiné, Arquipélago de Bismark, Bornéo, e todas as Índias Orientais Holandesas, exceto Sumatra. Nimitz comandava tudo mais no Pacífico, exceto as águas costeiras das Américas Central e do Sul. Essa vasta área recebeu a designação de Área Oceânica do Pacífico. Além disso, Nimitz retinha o comando da Esquadra. O Almirante Nimitz enfrentou o desafio de reconstruir sua desmoralizada esquadra e proteger os interesses americanos no Pacífico com grande habilidade. O braço aéreo da esquadra, assim como a força submarina, permaneceram intactos após Pearl Harbor. Para restaurar o moral e manter os japoneses sob ataque, Nimitz ordenou guerra submarina irrestrita contra o Japão. Ele também reorganizou a frota de superfície em forças-tarefa centradas em porta-aviões rápidos. Com o apoio do Almirante King, ele começou o planejamento de ações ofensivas envolvendo ataques de navios-aeródromos. Nessa altura, a maioria dos comandantes navais acreditava que era muito arriscado para porta-aviões atacar bases terrestres pesadamente defendidas. O alto-comandante dos porta-aviões, William Halsey, apoiou Nimitz e ofereceu-se para liderar os primeiros ataques. Os ataques subseqüentes pouco conseguiram em termos estratégicos, mas foram importantes em elevar o moral, obter experiência e desenvolver táticas. Baseando-se em relatórios da inteligência, Nimitz empregou seus escassos porta-aviões para interceptar os japoneses na Batalha do Mar de Coral em maio de 1942. Antes da batalha, ele secretamente observou que “devido à superioridade de nosso pessoal e equipamento” os Estados Unidos poderiam arriscar-se a lutar contra os japoneses ainda que enfrentando condições desfavoráveis. Essa visão se provou por demais sangrenta. Ainda assim, o empate obtido na batalha foi uma brilhante vitória da propaganda e marcou o primeiro bloqueio no expansionismo japonês.Após a acalorada reunião de 14 de dezembro de 1943, Nimitz confrontou seus subordinados. Todos disseram que Kwajalein seria um desastre. Dirigindo seus comentários a Turner, ele respondeu: “Será desse jeito. Se vocês não querem fazê-lo, o Departamento achará alguém que queira.” A discussão acabou ali. A bem-sucedida captura das Ilhas Gilbert e Marschall demonstrou como operações com porta-aviões rápidos podem apoiar operações de desembarque em movimentos de larga escala. Nimitz então voltou sua atenção ao ataque às Marianas para conseguir uma base de bombardeiros, que atacariam o Japão. Palau e as Filipinas se seguiram. Nimitz era favorável ao abandono das Filipinas em favor da invasão de Taiwan, mas a influência política de MacArthur, que prometera “voltar” quando fugiu em 1942, persuadiu Roosevelt a contrariar seu plano e ordenar a invasão das Filipinas. Em 19 de dezembro de 1944, Nimitz foi promovido a Almirante de Esquadra, patente equivalente à de MacArthur. Os dois líderes haviam cooperado no passado e continuaram a cooperar até o fim da guerra. Após sofrer um ataque cardíaco seguido de pneumonia em fins de 1965, Chester Nimitz faleceu em San Francisco, no dia 20 de fevereiro de 1966, aos 80 anos. Ele é hoje homenageado pela a classe de super porta-aviões nucleares norte-americanos, que leva seu nome.

GENERAL DOUGLAS McATHUR

Douglas MacArthur nasceu em uma base do exército em Little Rock , Arkansas, em 26 de janeiro de 1880, em uma família com uma história militar forte . Seu pai, Arthur , era um capitão no momento do nascimento de Douglas , e tinha sido condecorado por seu serviço no exército da União durante a Guerra Civil. Mãe de Douglas , Mary, era de Virginia , e seus irmãos tinham lutado para o Sul durante a Guerra Civil. A base onde Douglas nasceu foi apenas o primeiro de vários postos militares em que ele viveria durante sua juventude. Em 1893, sua família mudou-se para San Antonio , Texas, e MacArthur frequentou a Academia Militar de West Texas , onde começou a mostrar ser uma promessa acadêmica. Ele também foi membro de várias equipes esportivas da escola. Após o colegial, MacArthur matriculados na academia militar de West Point, onde se destacou e, em 1903, graduou-se com honras. Após a formatura, MacArthur foi encomendado como um oficial subalterno no "Army Corps of Engineers", Corpo de Engenheiros do Exército e passou a próxima década cumprindo uma variedade de funções. Este período no início de sua carreira militar foi marcado por promoções freqüentes e levou a lugares em países ao redor do mundo , incluindo as Filipinas , Japão, México e , em 1914 , na França. No início da I Guerra Mundial, MacArthur foi promovido a major e lhe atribuído ao que eram, essencialmente, inteligência e unidades administrativas . No entanto, após os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha , foi criado a Divisão 42, a chamada " Divisão do arco-íris ", uma unidade da Guarda Nacional composta por soldados de um número de Estados e MacArthur foi promovido a coronel e a divisão fora colocada sob o seu comando. Em 1918 ele participou do St. Mihiel , Meuse -Argonne e ofensivas Sedan , durante a qual ele repetidamente distinguiu-se como um líder militar capaz. Ao retornar da Europa, MacArthur tornou-se o superintendente de West Point, cargo que ocupou durante os próximos três anos. Durante esse tempo, ele foi promovido a general de brigada do Exército e também se casou com sua primeira esposa, Louise Brooks Cromwell . Para o resto de 1920, MacArthur novamente ocupou vários cargos militares e também chefiou o Comitê Olímpico americano. Ele se divorciou de Louise , em 1929.
Em 1930, MacArthur foi promovido a general e selecionado como o chefe do Exército . Ao longo dos próximos anos, seus esforços foram essencialmente dedicado à manutenção da máquina militar que , como o resto do país, foi prejudicada pela Grande Depressão. Ele também falou muitas vezes sobre o que ele considerava ser a cada vez mais grave ameaça do comunismo, tanto nos Estados Unidos quando no exterior. Em 1935 , o presidente Franklin D. Roosevelt escolheu MacArthur como seu conselheiro militar às Filipinas e mandou-o lá para estabelecer uma força militar defensiva. O seu nome ficará para sempre associado à reconquista das Filipinas por parte das tropas norte americanas, cumprindo a sua famosa promessa de regresso "I Shall Return" efetuada dois anos antes.
A sua atuação ao longo destes anos, concedeu-lhe um lugar ímpar na história da Segunda Guerra Mundial, sendo considerado um dos maiores comandantes militares do século 20 e um dos maiores militares norte americanos de todos os tempos, tendo sido juntamente com o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, o General George Marshall e com o General Dwight "IKE" Eisenhower os únicos generais de 5 estrelas do Exército dos Estados Unidos. Em 1945, quando nomeado Chefe Supremo das Potências Aliadas, aceitou a rendição dos japoneses após a explosão das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Esta rendição teve um grande valor simbólico para os americanos, pois foi efetuada na baía de Tóquio a bordo do navio USS Missouri. Foi nomeado Comandante Aliado no Japão após a guerra, ocupando o cargo até 1950. Quando a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul em 1950, os Estados Unidos entraram na guerra comandando a força militar das Nações Unidas. Foi nomeado comandante do Exército das Nações Unidas, tendo expulsado os invasores e atacada a Coreia do Norte, invadindo-a. No entanto, a China passou a apoiar de forma veemente o Exército norte-coreano, permitindo ao mesmo suster a incursão das tropas aliadas conduzindo a guerra a uma situação de impasse, que conduziu a uma paz instável que dura até aos dias de hoje. Em 1951, como comandante das forças da ONU, foi demitido por Truman, devido a desobediência de ordens do Presidente dos Estados Unidos. Regressando ao seu País, o Partido Republicano tentou fazê-lo aceitar a candidatura à presidência dos Estados Unidos, que foi recusada. Faleceu em 5 de abril de 1964, aos 84 anos, vitima de uma cirrose biliar primária. No cinema, foi vivido pelo ator Gregory Peck no filme MacArthur de 1977.

3 de outubro de 2013

ATILA, "O FLAGELO DE DEUS"


Na liderança dos hunos, após matar o próprio irmão, comandou várias ações militares no continente europeu. Comandou seu exército na invasão do Império Romano, saqueando e destruindo diversas cidades romanas. Invadiu cidades romanas da região do rio Danúbio e nos Bálcãs. Atacou também, com seu exército, a região da Gália, atual França. Com a aliança que firmou com outros povos bárbaros, chegou a comandar uma extensa região entre o Mar Cáspio e o rio Reno. Tentou dominar Constantinopla, porém acabou desistindo em função do grande poderio do Império Bizantino. Exigiu e conseguiu do Papa Leão I uma certa quantia de tributos para deixar de invadir e destruir cidades italianas. Passou para a história por ser um comandante militar muito cruel e violento. Foi apelidado em sua época de “o flagelo de Deus”. Quando entrava nas cidades, ordenava a destruição de casas e construções, além de exigir a execução de várias pessoas, com objetivo de demonstrar poder e despertar o medo nos inimigos. Foi o último e mais poderoso rei dos hunos. Governou o maior império europeu de seu tempo desde 434 até sua morte. Suas possessões se estendiam da Europa Central até o mar Negro, e desde o Danúbio até o Báltico. Durante seu reinado foi um dos maiores inimigos dos impérios romanos Oriental e Ocidental: invadiu duas vezes os Bálcãs, esteve a ponto de tomar a cidade de Roma e chegou a sitiar Constantinopla na segunda ocasião. Marchou através da França até chegar a Orleães, antes que o obrigassem a retroceder na batalha dos Campos Cataláunicos, "Châlons-sur-Marne" e, em 452, conseguiu fazer o imperador Valentiniano III fugir de sua capital, Ravena. Ainda que seu império tenha morrido com ele e não tenha deixado nenhuma herança notável, tornou-se uma figura lendária da história da Europa. Em grande parte da Europa Ocidental é lembrado como o paradigma da crueldade e da rapina. Alguns historiadores, por outro lado, retrataram-no como um rei grande e nobre, e três sagas escandinavas o incluem entre seus personagens principais.

28 de setembro de 2013

A REVOLTA DOS MALÊS

Dentre os diversos conflitos na História do Brasil Império, durante o período regencial que foi a transição do primeiro para o segundo reinado, aconteceu a Revolta dos Malês, mais precisamente na noite de 24 para 25 de Janeiro, no ano de 1835. A revolta foi rápida e duramente reprimida pelos poderes constituídos, já que se tratava de um movimento dos escravos muçulmanos os "Malês", que se organizaram com a proposta de libertação de todos os escravos africanos que pertencessem à religião islâmica. Aconteceu na cidade de Salvador, capital da então Província da Bahia, e teve a participação dos escravos pertencentes às etnias hauçá, igbomina e Picapó. O plano de ação dos malês se constituiu a partir das experiências de combate que tiveram anteriormente na África e consistia em propostas como o fim do catolicismo, o assassinato e o confisco dos bens de todos os brancos e mulatos, a implantação de uma morarquia islâmica e a escravização de todos que não fossem muçulmanos, independentemente de sua raça. De acordo com seus planos, eles sairiam do bairro da Vitória e iriam até Itapagipe tomando as terras e matando os ‘brancos’, em seguida se reuniriam com os demais revoltosos para então tomar o governo. Tinham o objetivo também de divulgar sua religião e “conquistar” seus direitos. A ação seguinte seria a invasão dos engenhos de açúcar e a libertação dos escravos muçulmanos.Há controvérsias sobre quem foi o autor da delação, mas o fato é que o plano dos malês foi delatado para um juiz de Paz de Salvador, e este rapidamente acionou os soldados das forças oficiais que, bem preparados e armados, cercaram os revoltosos na região da Água dos Meninos, antes mesmo de chegarem a Itapagipe. Neste local aconteceram violentos conflitos nos quais morreram 70 escravos e sete soldados. Foram presos cerca de 200 revoltosos, os quais foram julgados pelos tribunais. Alguns foram condenados a trabalhos forçados e açoites, outros foram enviados para a África
e os líderes foram condenados à pena de morte.Dentre os pertences dos escravos foram encontrados livros em árabe e orações muçulmanas. Por conta do episódio, a partir de então o governo local decretou leis que proibiam a circulação dos muçulmanos no período da noite e a prática de suas cerimônias, alegando ter que evitar outras revoltas do tipo. Apesar de ter sido reprimida com rapidez, a Revolta dos Malês mostrou a capacidade de rebelião que o povo tinha, ficando então a “ameaça” de novas revoltas durante o restante do período regencial e no segundo reinado.


GUERRAS MÉDICAS



Durante os séculos VI e V a.C., a civilização persa viveu um processo de ampliação territorial graças à ação militar de vários de seus reis. Ciro, Cambises e Dario I empreenderam a anexação de diversas áreas da Ásia Menor, até se aproximar de cidades formadas pelos gregos. Inicialmente, a relação entre os povos da Grécia Asiática e os persas foi marcada por uma relativa estabilidade. Contudo, a adoção de uma política de exploração deu início a uma série de conflitos que inauguraram as Guerras Médicas. Em um primeiro momento, entre 500 e 494 a.C., algumas cidades jônias resolveram se rebelar contra as imposições persas com o apoio militar dos atenienses. Logo em seguida, Dario I decidiu organizar tropas que invadiram a Grécia Continental com o objetivo de rebater a ofensiva ateniense. A primeira tentativa dos persas, ocorrida em 492 a.C., foi frustrada com um forte temporal que atingiu parte dos navios persas. No entanto, em 490 a.C., os persas organizaram uma nova tentativa de invasão. Dessa vez, utilizando um contingente com mais de 50 mil soldados, os persas conseguiram dominar diversas cidades da Grécia Continental. Atenas e Esparta foram as duas únicas cidades-Estado que resolveram resistir ao avanço do poderoso exército persa. Sob a liderança de Milcíades, os atenienses organizaram uma ofensiva realizada no exato momento em que os persas desembarcaram na planície de Maratona. Mesmo com um contingente muito menor, os atenienses conseguiram vencer os persas nesta batalha. Após essa primeira vitória dos gregos, as tropas atenienses retornaram para sua cidade natal tentando abafar um outro batalhão persa que se dirigia para lá. Mais uma vez, os atenienses conseguiram vencer os persas e, com isso, alcançaram grande prestígio militar entre os povos gregos. Após essas vitórias, o governo ateniense investiu na ampliação do poder naval da cidade e na ampliação do porto do Pireu. Enquanto isso, Dario passou a preparar uma tentativa de invasão ainda maior.
O rei persa acabou morrendo antes de empreender uma nova ação militar contra os gregos. Essa tarefa acabou sendo assumida pelo seu filho Xerxes, que promoveu uma nova invasão à Grécia no ano de 480 a.C.. Dessa vez, a ofensiva persa contou com o apoio dos cartagineses, que se comprometeram a lutar contra as colônias gregas localizadas no sul da Península Itálica. Em contrapartida, diversas cidades gregas se uniram para a luta contra o Império Persa. O primeiro confronto entre persas e gregos ocorreu no desfiladeiro de Termópilas, onde um grupo de soldados espartanos tentou resistir à invasão persa. Mesmo não conseguindo abater seus inimigos, a resistência oferecida pelos espartanos ofereceu tempo hábil para que os militares atenienses pudessem organizar a fuga da população. Após incendiarem uma Atenas completamente abandonada, os persas foram atraídos até o canal de Salamina, onde as forças gregas esperavam derrotar o grande poderio naval dos persas. Utilizando de uma ardilosa estratégia de guerra, os gregos conseguiram sucessivas vitórias contra os persas nas batalhas de Salamina, Platéia e Micala. Com essas sucessivas vitórias, os gregos conseguiram impedir a invasão dos persas à Grécia Continental, bem como recuperaram a autonomia política das cidades localizadas na Ásia Menor. Sob a liderança dos atenienses, a Pérsia foi finalmente derrotada com a assinatura do Tratado de Susa, estabelecido em 448 a.C..