14 de setembro de 2013

MASSADA, A RESISTÊNCIA JUDAICA

Encravada no deserto da Judeia, Massada é um monte rochoso, de topo achatado, que se eleva a cerca de 520 metros acima do Mar Morto, a cerca de dois quilômetros e meio de sua margem ocidental. Esse topo apresenta uma forma ovalada, com cerca de 200 metros de comprimento por 60 metros de largura. Controlada pelos romanos, essa região foi transformada pela ação de Herodes, um governante romano que dirigiu a construção de muralhas, prédios e fortificações naquele lugar. Dessa forma, Massada transformou-se em um local de difícil acesso, em que os romanos exibiam a imponência e a riqueza de seu vasto império. Mal sabiam eles que, por volta do ano 70 D.C.,momento em que Roma havia invadido e destruído a cidade de Jerusalém, os judeus organizariam uma rebelião para tomar a região e transformar aquele lugar em seu último ponto da resistência. Naquele instante, um grupo de aproximadamente mil judeus viria a morar naquela localidade ao longo dos próximos anos. Em 72 D. C., percebendo que não sairiam de lá tão cedo, Roma ordenou que um grupo de 15 mil soldados realizassem a invasão de Massada e a aniquilação dos revoltosos. Sob o comando do general Flávio Silva, os soldados romanos realizaram um grande cerco nos arredores de Massada. A tática inicial seria esperar até que os judeus saíssem do lugar em busca de água e mantimentos. Apesar de lógico, o plano demoraria muito tempo, pois os judeus contavam com um grande estoque de alimentos. Dessa forma, o general ordenou que um destacamento de judeus escravizados fosse utilizado para a construção de uma enorme rampa feita de pedras e terra batida. Através dessa rampa, os soldados construíam uma via de acesso para que pudessem ultrapassar as grossas muralhas que cercavam o lugar. Além da rampa, esses mesmos escravos foram utilizados para a construção de uma torre de vinte e oito metros postada contra a muralha. Quando alcançaram as muralhas do lugar, os romanos utilizaram o aríete, poderosa arma que utiliza uma ponta de ferro com o formato da cabeça de um carneiro. Acoplada a uma enorme tora de madeira, os soldados romanos puxavam a tora para trás e, assim, empurravam a cabeça metálica contra a muralha. Em pouco tempo, os fortes golpes abalaram as proteções de Massada. Visando dificultar as coisas para os romanos, os judeus construíram um muro interno feito de terra, pedra e madeira que foi logo incendiado. No momento em que a vitória romana se mostrava irreversível, os judeus, sob a liderança de Eleazar ben Yair’s, se convenceram de que era melhor morrer do que se entregar à Roma. Com isso, segundo o historiador Flávio Josefo, a pai de cada família judia decidiu matar a sua mulher e seus filhos. Depois disso, dez homens foram sorteados para matar os demais. Um outro sorteado entre os dez, mataria os outros nove que, por sua vez, seria forçado a cometer suicídio. Atualmente, a região de Massada é visitada por milhares de turistas interessados em conhecer o lugar em que a mítica resistência dos judeus teria acontecido. Apesar de ser difícil provar documentalmente o desfecho desse combate, observamos que os judeus incorporaram a narrativa como um importante elemento que reforça a determinação e a coragem do povo judeu. Não por acaso, os militares israelenses citam a resistência em Massada ao realizarem o seu juramento.


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