A Ilha Fiscal localiza-se no interior da baía de Guanabara, fronteira ao centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. Pejorativamente denominada pelos europeus como ilha dos ratos, o seu atual nome provém do fato de ali ter funcionado o posto da Guarda Fiscal, que atendia o porto da então capital do Império, no século 19. A ilha celebrizou-se por ter abrigado o famoso baile da Ilha Fiscal, a última grande festa do Império antes da proclamação da República, em Novembro de 1889. No século 19, o conselheiro José Antônio Saraiva do Ministério da Fazenda, solicitou construir-se um posto alfandegário para o controle das mercadorias a serem importadas e exportadas pelo porto do Rio de Janeiro, então capital do Império. A posição daquela ilha era bastante cômoda para os inspetores da Alfândega, devido à proximidade dos pontos de fundeio, sendo que o translado de mercadorias poderia ser executado em embarcações miúdas, sem grandes dificuldades. A necessidade de ter uma sede alfandegaria proxima às docas do que é hoje chamado Praça XV foi o que levou à construção do palacete, cuja finalidade era abrigar a chefia da alfandega e fiscalizar os návios de carga que lá aportavam. Dom Pedro II ficou entusiamado com a beleza da llha, naquela época com aguás limpidas e rodeada de golfinhos, e devido à todas estas particularidades, decidiu construir um edificío com caracteristicas marcantes e imponentes para ser a sede da alfandega. O projeto em estilo Neo-Gótico, gótico provençal ficou por conta do engenheiro Adopho Del Vecchio, que primou por sua construção, ficando o palacete famoso pela admirável qualidade dos trabalhos de seu vitrôs e construção em pedra talhada. A construção terminou em Abril de 1889 e a festa de inauguração do palacete contou com a presença do Imperador Dom Pedro II. Em 9 de novembro de 1889, ocorreu o chamado "Baile da Ilha Fiscal", mencionado no inicio do texto, tendo sido a última grande festa da monarquia antes da proclamação da República Brasileira, no dia 15 de mesmo mês, apenas 6 dias após o baile. Em 1913 a Ilha foi tomada de assalto, quando irrompeu a assim chamada "Revolta da Armada" quando parte da Marinha rebelou-se contra o governo do Presidente Floriano Peixoto. Durante 6 meses a ilha ficou de posse dos revoltosos, e devidos à tiros de artilharia provenientes de combates o palacete foi bastante danificado. Apesar ter sido sempre um destaque na Baía de Guanabara, desde que foi aberta à visitação a Ilha Fiscal se tornou uma atração turistica do Rio de Janeiro. Atualmente, a edificação abriga acervo histórico da marinha; o passeio na ilha inicia nas instalações da área cultural da Marinha do Brasil em direção ao cais pela escuna Nogueira da Gama.
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