A questão da repressão política é quase sempre levantada a partir de denúncias dos atingidos, ou de relatos feitos por entidades que se dedicam a defesa dos direitos humanos. Mas a pesquisa "Brasil: nunca mais", que deu origem ao título do livro, estudou a repressão exercida pelo regime militar a partir de documentos produzidos pelas próprias autoridades encarregadas dessa controvertida tarefa. O Projeto Brasil: Nunca Mais foi desenvolvido por Dom Paulo Evaristo Arns conjuntamente com o Pastor presbiteriano Jaime Wright e equipe, foi realizado clandestinamente entre 1979 e 1985 durante o período final da ditadura militar no Brasil, no ano de 1985, gerou uma importante documentação sobre a história do Brasil. O relatório completo, resultado do esforço de mais de 30 brasileiros que se dedicaram durante quase seis anos a rever a história do período no país, reescrevendo-a a partir das denúncias feitas em juízo por opositores do regime de 64, bem como o livro publicado pela Editora Vozes, tiveram papel fundamental na identificação e denúncia dos torturadores do regime militar e desvelaram as perseguições, os assassinatos, os desaparecimentos e as torturas; atos praticados nas delegacias, unidades militares e locais clandestinos mantidos pelo aparelho repressivo no Brasil. O livro Brasil: Nunca mais não um testamento anti-militar, mas sim um testemunho eloquente, aberto e histórico contra a covardia e a tortura que se instaurou no Brasil por mais de 20 anos.
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