O filósofo Arthur Schopenhauer estava destinado a seguir a profissão de seu pai. Por isso, a família nunca se preocupou muito com sua educação intelectual e, quando contava apenas doze anos de idade, em 1800, induziu-o a empreender uma série de viagens importantes para um futuro comerciante. Schopenhauer percorreu a Alemanha, a França, a Inglaterra, a Holanda, a Suíça, a Silésia e a Áustria. Mas seu interesse não foi despertado por aquilo que seu pai mais desejava: o que fez de mais importante, durante essas viagens, foi redigir uma série de considerações melancólicas e pessimistas sobre a miséria da condição humana. Viajou por diversos países da Europa com a finalidade de aprimorar seus conhecimentos. Após o falecimento de seu pai, provavelmente por suicídio, Arthur iniciou seus estudos humanísticos. Em 1807 matriculou-se no Liceu Weimar. Em 1809 cursou a faculdade de medicina de Gottigen, tendo como professor Schulze, que o aconselhou o estudo de Platão e Kant. Em 1811, na Universidade de Berlim, assistiu cursos ministrados por Schleiermacher e Fichte. Doutrinou-se pela Universidade de Berlim com tese intitulada "Quádrupla raiz do princípio da razão suficiente". Foi amigo de Goethe, que lhe sugeriu elaborar uma teoria anti-newtoniana. Este estudo possibilitou que, em 1816, realizasse um trabalho intitulado: "Sobre a Visão e as Cores". Suas idéias exerceram forte influência sobre a cultura posterior à dele, o que percebe-se nas obras de Horkheimer, Wittgenstein e escritores como Tolstói, Zola, Anatole France, Kafka e Thomas Mann. Suas principais publicações foram: "O Mundo como vontade e representação"; "Sobre a Quádrupla Raiz do Princípio da Razão Suficiente"; "Sobre a visão e as cores"; "Sobre a vontade da natureza"; "Os dois princípios Fundamentais da ética"; "Parerga e paralipomena"; "Do livre arbítrio". A filosofia de Schopenhauer influenciou marcadamente vários pensadores, entre os quais destacam-se: Nietzsche, Hartmann, Simmel, Thomas Mann, Bergson, Freud e Augusto dos Anjos. Com Schopenhauer, pela primeira vez na história da filosofia, a música ocupa o primeiro lugar entre todas as artes. Liberta de toda referência específica aos diversos objetos da vontade, a música poderia exprimir a "vontade" em sua essência geral e indiferenciada, constituindo um meio capaz de propor a libertação do homem, em face dos diferentes aspectos assumidos pela própria vontade. Os últimos anos da vida de Schopenhauer proporcionaram-lhe um reconhecimento que ele sempre buscou. Artigos críticos surgiram em grande quantidade nos principais periódicos da época. A Universidade de Breslau dedicou cursos à análise de sua obra e a Academia Real de Ciências de Berlim propôs-lhe o título de membro, em 1858, que ele recusou. Dois anos depois, em setembro de 1860, Arthur Schopenhauer, que Nietzsche chamaria de "o cavaleiro solitário", faleceu, vítima de pneumonia. Contava, então, 72 anos de idade. Arthur Schopenhauer dizia: "Quando a felicidade se apresenta devemos abrir-lhe todas as portas porque jamais foi considerada inoportuna".
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