Produzido em 1967 “Guess who’s gonne coming to dinner”, o filme discute o preconceito racial como poucos. No auge da discriminação racial nos EUA, Martin Luther King e Malcolm X assassinados, Stanley Kramer com competência em produzir e dirigir um clássico do cinema mundial. O tema abordado no filme já foi e é tabu, mas nos dias atuais há muitos casamentos interraciais. O racismo ainda resiste na pratica e na mente de grande parte da humanidade e é raríssima a mistura de raças nos Estados Unidos neste século. Em São Francisco, Matt Drayton (Spencer Tracy) e Christina Drayton (Katharine Hepburn), um conceituado casal, se choca ao saber que Joey Drayton (Katharine Houghton), sua filha, está noiva de John Prentice (Sidney Poitier), um negro. A partir de então dão início à uma tentativa de encontrar algo desabonador no pretendente, mas só descobrem qualidades morais e profissionais acima da média. O filme é excepcional como um drama, uma produção equilibrada, que devido à sua dosagem certa, se tornou um filme adorado por muitos e que resiste fortemente até os dias atuais na mente dos amantes do cinema. Destaque para a atuação da sempre ótima Katherine Hepburn, que interpreta a mãe da personagem que quer se casar com um homem negro, o também ótimo Sidney Poitier. Pela época em que foi feito este filme era como mexer num vespeiro. Contudo, Stanley Kramer soube dirigir bem o roteiro de William Rose.
O preconceito racial é tratado neste filme de forma aberta, porém com uma notável delicadeza e sem sentimentalismos. Um belo filme que trabalha com um tema infelizmente contemporâneo mesmo que muitas vezes velado. O texto final na fala de Spencer Tracy, argumentando sobre a questão racial e a relação entre sua filha branca e o jovem negro é algo para ser ouvido e lido várias vezes. Com força e sem ser panfletário deixa o recado para todos de que o amor, a tolerância supera qualquer barreira até as que achamos insuperáveis.
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