14 de novembro de 2011

RAÍZES DA BLACK MUSIC

Música dos africanos vendidos como escravos nas Américas e de seus descendentes. No início, a música afro-americana, nos Estados Unidos, conciliava práticas musicais africanas com o vocabulário e as estruturas da música euro-americana. Abrangendo cantos de trabalho, de invocação, vozes do campo e da rua, gritos, versos rimados e spirituals, essa música servia como forma eficaz de regular o ritmo de trabalho dos escravos, como canto de prece e louvor, como código secreto de comunicação grupal e como alívio psíquico da opressão do cativeiro.
Muitos dos cantos de trabalho utilizavam o padrão africano de chamada e resposta: um líder musical do grupo dava a linha da melodia e os outros respondiam com o refrão. Esse padrão, assim como uma série de melodias africanas atuais, também foi incorporado pelo spiritual afro-americano. Tanto o spiritual como o blues, um tipo de canto folclórico profano para solo, foram enriquecidos pela liberdade africana de improvisar variações na linha melódica. É também herança africana a produção de sons polirrítmicos com os tambores, combinando simultaneamente diversos padrões rítmicos de diferentes compassos. A interação de ritmos contrastantes foi ainda transportada para um estilo musical afro-americano mais recente, o jazz.
Embora a música sacra, o spiritual fosse a variedade afro-americana mais difundida no início do século 19, a música profana também se fazia presente. Assim como os spirituals, os cantos de trabalho, as invocações e os gritos eram entoados a capela, outras canções profanas eram acompanhadas por instrumentos. Os primeiros instrumentos usados pelos escravos foram o tambor e o banjo, originário da África. Mais tarde, foram incorporados a flauta, o violino e o violão. Estes geralmente integravam as bandas de instrumentos de corda que forneciam música para as danças afro e euro-americanas do século 19, gigas, reels (dança em que os casais, posicionados em duas fileiras paralelas, fazem uma série de passos), o buck-and-wing (tipo de sapateado, com movimentos bruscos dos pés e das pernas), cotilhões e quadrilhas. Alguns instrumentos improvisados como flautas de caniço, violoncelos feitos com tinas, e simples vasos também eram usados nas bandas de cordas.

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