20 de novembro de 2011

20 DE NOVEMBRO: DIA DE TODAS AS CONSCIÊNCIAS

Neste dia 20 de novembro, "Dia da Consciência Negra", minha modesta homenagem a todos esses guerreiros e batalhadores do nosso admirável novo mundo velho que na sua grande maioria fizeram e fazem de suas vidas exemplo de perseverança e coragem e mostra-nos que os muros do racismo sempre poderão ser transpostos:
Ademar Ferreira da Silva,
Adias do nascimento
Agnaldo Timóteo
Alcione
Aleijadinho,
Alice Walker,
Anderson Silva
André Rebouças,
Ângela Davis,
Anthony Davis,
Antonieta de Barros,
Antônio Pitanga
Antônio Rebouças,
Aretha Franklin,
Artur Ash,
Ary Graça,
Ataulfo Alves
Auta de Souza,
Barack Obama,
Barbosa,
BB King,
Ben Carlson,
Benedita da Silva,
Beyonce,
Bill Russel,
Billie Holiday,
Billy Paul,
Bob Marley,
Carlinhos Brown
Carlos Santos,
Cartola,
Charles “Bird” Parker,
Chica da Silva,
Chico Cesar
Chris Rock,
Chris Tucker
Chuck Berry,
Cléa Simões
Clementino Kelé
Collin Powel,
Condoleeza Rice,
Coutinho
Cruz e Souza,
Cuba Godding Jr,
Daiane dos Santos
Daniel "Chappie" James Jr,
Danny Glover
David Lee Rooker,
Denzel Washington,
Diana Ross,
Didi,
Dionne Warwick,
Djavan,
Dolores Duran ,
Dona Ivone Lara,
Dona Zica,
Douglas Ferreyra
Douglas Silva
Eddie Murphy,
Edson Santos,
Eliana Pittman
Elisa Lucinda
Ella Fitzgerald,
Elza soares
Emilio Santiago,
Enedina Marques,
Forest Withaker,
Freddy Rincón,
Frederick Douglass,
George Washington Carver,
Gilberto Gil,
Gloria Maria
Grace Jones,
Grande Otelo
Isabel Filiardes,
Isaura Bruno
Jackson do Pandeiro,
Jacyra Sampaio
Jair Rodrigues
Jamelão
James Brown,
Jamie Fox,
Jimi Hendrix,
João Candido,
Joaquim Barbosa
Joe Carlos,
Joel Despaigne,
John Coltrane,
Jorge Benjor,
José do Patrocínio,
Jovelina Perola Negra,
Kareem Abdul Jabbar,
Koffi Annan,
Kunta Kinte,
Lázaro Ramos,
Léa Garcia
Lecy Brandão,
Lima Barreto,
Louis Armstrong,
Lupicínio Rodrigues,
Machado de Assis
Magic Johnson,
Malcolm X,
Marcus Garvey,
Margareth Menezes,
Marian Anderson,
Marina Miranda
Martin Luther king,
Martinho da Vila
Maya Angelou,
Michael Jackson,
Michael Jordan,
Mike Tyson,
Miles Davis,
Milton Gonçalves,
Milton Nascimento,
Milton Santos,
Mireya Luís,
Mohamed Ali,
Morgan Freeman,
Mussum,
MV Bill,
Negra Li,
Neguinho da Beija Flor,
Nelson Mandela,
Netinho,
Neusa Borges
Nina Simone,
Noite Ilustrada
Olivia Santana,
Oprah Winfrey,
Paula Lima
Paulinho da Viola,
Pelé,
Pena Branca e Xavantinho,
Peter Tosh,
Pixinguinha
Queen Latifah,
Quincy Jones,
Ray Charles,
Regla Bell,
Regla Torres,
Richie Havens,
Rick James,
Robson Caetano,
Romeu Evaristo
Rosa Parks,
Ruth de Souza,
Sammy Davis Jr,
Samuel L. Jackson,
Sandra de Sá
Serena Williams,
Servilho de Oliveira,
Seu Jorge,
Sidney Poitier,
Spike Lee,
Steve Biko,
Steve Wonder,
Tequan Richmond,
Terry Crews,
Thaís Araújo,
Tião Macalé,
Tichina Arnold,
Tiger Woods,
Tommie Smith,
Tony Tornado
Tracy Chapman,
Tyler James Williams,
Usain Bolt,
Vanessa Williams,
Vênus Williams,
Wesley Snipes,
Whoopy Goldberg,
Will Smith,
Wilson Simonal
Wilt Chamberlain,
Zeni Pereira
Zezé Motta,
Zizinho,
Zumbi dos Palmares,

15 de novembro de 2011

CHIQUINHA GONZAGA, A PRIMEIRA MAESTRINA



Francisca Edwiges Neves Gonzaga, "Chiquinha Gonzaga", nascida em 1847 no Rio de Janeiro, foi compositora, pianista e regente brasileira. Primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Autora da primeira marchinha de carnaval "Ó abre alas". Desde criança mostrou interesse pela música. Frequentava rodas de lundu, umbigada e outros ritmos oriundos da África, pois nesses encontros buscava sua identificação musical com os ritmos populares que vinham das rodas dos escravos. Dedicou-se ao piano e compôs valsas e polcas. Separada do marido, dava aulas de piano e apresentava-se com o conjunto Choro Carioca, em festas domésticas, tocando piano. Seu primeiro sucesso, com 29 anos, foi a composição "Atraente", um animado choro. Se dedicou a musicar peças para o Teatro de Revista, sofrendo preconceitos, mas finalmente inicia sua carreira de maestrina com a revista "A corte na roça". Sua música faz grande sucesso e recebe vários convite de trabalho. Sua carreira ganha prestígio com a marcha-rancho "Ó abre alas" feita para o carnaval de 899. Chiquinha Gonzaga lutou pelos direitos autorais, depois de encontrar em Berlim, várias partituras suas, reproduzidas sem autorização. É fundadora, sócia e patrona da SBAT, Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, ocupando a cadeira nº 1.Chiquinha participou ativamente da campanha abolicionista, por conta da revolta que sentia por seus ancestrais maternos terem sido escravos e sofrido muito, e da proclamação da república do Brasil.Ao todo, compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de cerca de duas mil composições em gêneros variados: valsas, polcas, tangos, lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas. Em fevereiro de 1935, a maestrina Chiquinha Gonzadga que simbolizou a liberdade feminina numa época que isso era tabu para toda uma geração faleceu dois antes do Carnaval.

14 de novembro de 2011

JOÃO CANDIDO, O ALMIRANTE NEGRO

O marinheiro João Cândido entrou para a história do Brasil ao chefiar a revolta deflagrada dentro da armada contra o castigo corporal infligido pela chibata.
João Cândido Felisberto nasceu em Encruzilhada RS, em 1880. Sentou praça na Marinha aos 13 anos. Como marinheiro de primeira classe seguiu para a Europa, onde assistiu ao final da construção do encouraçado Minas Gerais. Na viagem inaugural, o navio foi aos Estados Unidos, de onde seguiu para o Brasil. Em 22 de novembro de 1910, o castigo de 25 chibatadas, imposto ao marinheiro Marcelino Rodrigues Meneses, um dos tripulantes do Minas Gerais, precipitou uma revolta que há muito vinha sendo tramada, pois essa punição corporal, embora abolida pelo decreto nº 3, de 16 de novembro de 1889, continuava em uso. O comandante do Minas Gerais, João Batista das Neves, foi morto e os demais oficiais abandonaram o navio.
O movimento, que tomou o nome de revolta da chibata ou revolta dos marinheiros, estendeu-se a outros navios que, como o Minas Gerais, sob o comando dos próprios marinheiros, se deslocaram para uma posição favorável a um possível bombardeio da cidade do Rio de Janeiro. Após troca de mensagens com as autoridades, os revoltosos entregaram-se, obtido o compromisso formal do governo de que seria definitivamente abolido o uso de chibata na Marinha. Dias depois, em 9 de dezembro, sublevou-se o batalhão naval, aquartelado na ilha das Cobras. Decretado o estado de sítio e reprimido o levante, que se estendera ao cruzador Rio Grande do Sul, os chefes da revolta foram absolvidos por um conselho de guerra. João Cândido, apesar de haver assumido posição contrária a essa nova revolta, foi acusado de favorecimento aos amotinados e expulso da Marinha. Morreu no Rio de Janeiro RJ, em 6 de dezembro de 1969.

ADIVINHE QUE VEM PARA JANTAR: UM FILME ATUAL, 44 ANOS DEPOIS...

Produzido em 1967 “Guess who’s gonne coming to dinner”, o filme discute o preconceito racial como poucos. No auge da discriminação racial nos EUA, Martin Luther King e Malcolm X assassinados, Stanley Kramer com competência em produzir e dirigir um clássico do cinema mundial. O tema abordado no filme já foi e é tabu, mas nos dias atuais há muitos casamentos interraciais. O racismo ainda resiste na pratica e na mente de grande parte da humanidade e é raríssima a mistura de raças nos Estados Unidos neste século. Em São Francisco, Matt Drayton (Spencer Tracy) e Christina Drayton (Katharine Hepburn), um conceituado casal, se choca ao saber que Joey Drayton (Katharine Houghton), sua filha, está noiva de John Prentice (Sidney Poitier), um negro. A partir de então dão início à uma tentativa de encontrar algo desabonador no pretendente, mas só descobrem qualidades morais e profissionais acima da média. O filme é excepcional como um drama, uma produção equilibrada, que devido à sua dosagem certa, se tornou um filme adorado por muitos e que resiste fortemente até os dias atuais na mente dos amantes do cinema. Destaque para a atuação da sempre ótima Katherine Hepburn, que interpreta a mãe da personagem que quer se casar com um homem negro, o também ótimo Sidney Poitier. Pela época em que foi feito este filme era como mexer num vespeiro. Contudo, Stanley Kramer soube dirigir bem o roteiro de William Rose.
O preconceito racial é tratado neste filme de forma aberta, porém com uma notável delicadeza e sem sentimentalismos. Um belo filme que trabalha com um tema infelizmente contemporâneo mesmo que muitas vezes velado. O texto final na fala de Spencer Tracy, argumentando sobre a questão racial e a relação entre sua filha branca e o jovem negro é algo para ser ouvido e lido várias vezes. Com força e sem ser panfletário deixa o recado para todos de que o amor, a tolerância supera qualquer barreira até as que achamos insuperáveis.

"UMA VOZ NAS SOMBRAS" UM FILME SUBLIME

Uma Voz Nas Sombras, "Lilies of the Field", 1963, dirigido por Ralph Nelson, é um filme realista, conflituoso, engraçado, charmoso e singelo, conta a historia de Homer Smith (Sidney Poitier) um operário negro desempregado, que trabalha em construções. Ele pára seu carro em uma remota fazenda, devido a uma pane do motor. Na propriedade rural moram freiras católicas do leste europeu. a madre superiora, acredita que ele foi mandado por Deus para ajudá-las a construir uma igreja naquela região. Apesar disto não estar em seus planos, Homer se propõe a fazer pequenas tarefas, mas gradativamente começa a ser envolvido pelas religiosas. Vencedor de um Oscar pela performance de Sidney Poitier e indicado a quatro Oscars, incluindo melhor filme, "Uma Voz nas Sombras" com um roteiro poderoso é mais um daqueles filmes que ao assistir faz termos reflexões sobre o sentido de esperança, companheirismo, determinação e fé.

OBRAS NEGRAS E RARAS

Obras raras do cinema negro da década de 70, lançado pela Fundação Cultural Palmares, sediada em Brasília, é um destes trabalhos que valem a pena serem assistido e apreciado. Obras raras do cinema negro vem em dois DVD's. DVD 01 com três filmes: "Compasso de espera", 1973, direção de Antunes Filho. "Na boca do mundo", 1976, direção de Antonio Pitanga e "Referências", 2006, direção de Zózimo Bulbul. O DVD 02 traz as obras "A deusa negra", 1978, direção de Ola Balogun, "As aventuras amorosas de um padeiro", 1975, direção de Waldir Onofre e "Vida nova por acaso", 1970, - episódio do filme "Um é pouco, dois é bom", direção de Odilon Lopez. Obras raras é garantia de bom cinema com boas histórias, roteiros auspiciosos e argumento inteligentes e justificáveis.

A MAIOR DO JAZZ








Considerado por muitos críticos e música como a maior cantora de jazz de todos os tempos, Billie Holiday viveu uma vida tempestuosa e difícil. Seu canto expressa uma incrível profundidade de emoção, que falam de tempos difíceis e injustiça, bem como triunfo. Embora sua carreira tenha sido relativamente curta e muitas vezes errática, ela deixou para trás um corpo de trabalho tão grande como qualquer vocalista antes ou depois. Nascido Eleanora Fagan em 1915, Billie Holiday passou grande parte de sua juventude em Baltimore, Maryland. Era levada por por sua mãe, de férias para ver o pai, tinha uma ligação ténue com ele, que era um guitarrista de jazz na banda de Fletcher Henderson. Vivendo em extrema pobreza, Billie saiu da escola na quinta série e arrumou um trabalho de levar recados em um bordel. Quando ela tinha doze anos, mudou-se de férias com a mãe para o Harlem, onde acabou sendo presa por prostituição. Conseguiu fugir da prostituição infantil cantando nos clubes noturnos de Nova York ainda adolescente e em 1933, a sua carreira teve início, ela tinha apenas vinte anos quando chamou a atenção do produtor John Hammond. Seu estilo vocal blues trouxe uma qualidade lenta e áspera para os padrões do jazz que eram muitas vezes alegre e leve. Esta combinação compassada era uma norma para as canções. Diminuindo o tom emotivo com vocais que redefinir o tempo e ritmo, ela acrescentou uma nova dimensão a cantar jazz. Com o apoio de Hammond, Holiday passou a maior parte da década de 1930 trabalhando com um leque de grandes músicos de jazz, incluindo Benny Goodman, Teddy Wilson, Duke Ellington, Ben Webster e sobretudo, o saxofonista Lester Young. Juntos, Young e Holiday iria criar alguns dos maiores discos de jazz de todos os tempos. No final da década de 30, conheceu o saxofonista Lester Young, a quem ela apelidou de "Prez", ele a chamava de "Lady Day". Com canções como "This Year's Kisses" e "Mean To Me", os dois formaram uma dupla perfeita. Esta parceria artística era tida como uma das mais profundas da história do jazz. A partir de 1940, apesar do sucesso, Billie Holiday, sucumbiu ao álcool e às drogas, passando por momentos de depressão, o que se refletia em sua voz. Durante sua vida, Billie não teve a fama e o respeito que tem hoje. Em 1959, após a morte de seu bom amigo Lester Young, Billie Holiday morreu com a idade de quarenta e quatro. Durante sua vida ela lutou contra o racismo e o sexismo, e em face de grandes dificuldades pessoais triunfou através de um profundo espírito artístico. É uma vergonha que só após a sua morte poderia uma sociedade excludente e racista, que tantas vezes segurou-a para baixo, perceber que em sua voz podia ser ouvida a voz verdadeira de uma gigante do jazz.

ABDIAS NASCIMENTO: O MESTRE PIONEIRO PELA LUTA DA IGUALDADE RACIAL NO BRASIL

Poucos brasileiros tem uma biografia igual a de Abdias Nascimento. Foi um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil, nome de grande importância para a reflexão e atividade sobre a questão do negro na sociedade brasileira. Teve uma trajetória longa e produtiva, indo desde o movimento integralista, passando por atividade de poeta com a Hermandad, grupo com o qual viajou de forma boêmia pela América do Sul, até ativista do Movimento Negro, ator e escultor. Paulista de Franca, carioca por adoção, foi testemunha participante dos grandes eventos que marcaram as oito últimas décadas. Lutou na Revolução Constitucionalista de 1932; participou da Frente Negra Brasileira, instituição esquecida pelos historiadores. Foi preso em 1937, panfletando contra a ditadura do Estado Novo. Participou ativamente da campanha, "O petróleo é nosso", que resultou na criação da Petrobras. Foi perseguido pelo regime militar de 1964 que o obrigou a deixar o país, exilando-se nos Estados Unidos e na África, foi deputado federal, senador e secretário de Estado. cargos que propôs e implementou iniciativas de combate ao racismo e da promoção da população afrodescente. Abdias Nascimento é Professor Emérito da Universidade do Estado de Nova York, na cidade de Buffalo, Estados Unidos, onde fundou a Cátedra de Culturas Africanas no Novo Mundo do Centro de Estudos Porto-riquenhos, Departamento de Estudos Americanos. Foi professor visitante na Escola de Artes Dramáticas da Universidade Yale de 1969 à1970; Visiting Fellow no Centro para as Humanidades, Universidade Wesleyan de 1970 à1971; professor visitante do Departamento de Estudos Afro-Americanos da Universidade Temple, Filadélfia de 1990 à 1991 e professor visitante no Departamento de Línguas e Literaturas Africanas da Universidade Obafemi Awolowo, Ilé-Ifé,Nigéria de 1976 à 1977. Em 2001, o Centro Schomburg de Pesquisa das Culturas Negras, Biblioteca Pública Municipal de Nova York em Harlem, entrega-lhe o Prêmio da Herança Africana Mundial. Recebe o prêmio UNESCO na categoria “Direitos Humanos e Cultura” em 2001e o Prêmio Comemorativo da ONU por Serviços Relevantes em Direitos Humanos em 2003. No Ano Internacional de Celebração da Luta contra a Escravidão e de sua Abolição em 2004, a UNESCO cria o prêmio único Toussaint Louverture para reconhecer dois intelectuais ativistas, Abdias Nascimento e Aimé Cesaire, que dedicaram suas vidas à luta contra o racismo e a discriminação racial. O Conselho Nacional de Prevenção da Discriminação, do Governo Federal do México, outorga-lhe prêmio em reconhecimento à sua contribuição destacada à prevenção da discriminação racial na América Latina em 2008. Em 2006, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva condecorou Abdias Nascimento com a Ordem do Rio Branco no grau de Comendador. Em 2007, o Ministério da Cultura lhe outorga a Grã- Cruz da Ordem do Mérito Cultural; em 2009 recebe do Ministério do Trabalho a Grã Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho. Todos os três são as mais altas honrarias do Governo Federal do Brasil em suas respectivas áreas. É Doutor Honoris Causa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Universidade Federal da Bahia; Universidade de Brasília; Universidade do Estado da Bahia; Universidade Obafemi Awolowo, Ilé-Ifé, Nigéria. Abdias do Nascimento é descrito como o mais completo intelectual e homem de cultura do mundo africano do século XX. Publicou "Africans in Brazil": a Pan-African perspective" em 1997, "Orixás: os deuses vivos da Africa", "Orishas: the living gods of Africa in Brazil", de 1995, "Race and ethnicity in Latin America - African culture in Brazilian art" de 1994, "Brazil, mixture or massacre? essays in the genocide of a Black people" de 1989, "Sortilege" - black mystery de 1978 "Racial Democracy in Brazil, Myth or Reality?: A Dossier of Brazilian Racism" de 1977. Em vista de um imenso currículo, uma pergunta é feita: Como é que um homem com esse nível pode ser quase desconhecido pelo grande público? Em maio desse ano Abdias Nascimento faleceu aos 97 anos.

HENRIETTA LACKS, A "SENHORA DA VIDA"

Em Roanoke no Estado da Vírginia, no dia 18 de agosto de 1920 nasceria uma mulher negra que mudaria os rumos da pesquisa cientifica no mundo. Era Henrietta Lacks, uma ex-lavradora de tabaco no sul dos Estados Unidos, descendente de escravos. Aos 30 anos, mãe de cinco filhos, passou a sentir um caroço na altura do útero, embora escondesse as dores da família. Lacks foi diagnosticada com um tumor cervical e enviou células a um pesquisador do Johns Hopkins Hospital. Seu câncer produzia metástases anormalmente rápidas, mais que qualquer outro tipo de câncer conhecido pelos médicos. Após a morte de Henrietta Lacks em Baltimore no Estado de Maryland no 4 de outubro de 1951, com vários tumores, mesmo após os médicos alegarem controle da doença, suas células continuaram sendo cultivadas para estudo de sua impressionante longevidade, sendo, por isso, distribuidas para vários laboratórios de todo o mundo. Henrietta foi a doadora involuntária de células cancerosas, mantidas em cultura microbiológica pelo cientista George Otto Gey para criar a primeira linhagem celular imortal da história. Esta linha de células, utilizada em pesquisas médicas, atualmente é conhecida como HeLa e torna Henrietta Lacks famosa no meio científico. Jonas Salk as utilizou para produzir uma vacina contra a poliomielite. Elas são cultivadas até hoje em vários laboratórios em frascos de plástico contendo soro bovino. Portanto, milhares de trabalhos científicos foram realizados com essas células. Foram enviadas ao espaço para experiências sob gravidade zero. Nesse meio século desde sua morte, suas células foram continuamente usadas em experimentos e pesquisas contra o câncer, AIDS, efeitos da radiação, mapeamento genético e muito mais. Calcula-se que a quantidade de células existentes nos laboratórios de todo o mundo supere o número de células da senhora Lacks em vida. As células HeLa são chamadas de imortais por se dividirem num número ilimitado de vezes, desde que mantidas em condições ideais de laboratório. Atribui-se isso ao fato dessas células terem uma versão ativa da enzima Telomerase, implicada no processo de morte das células e no número de vezes que uma célula pode se dividir. Talvez algumas linhagens tenham sido contaminadas por outras células, mas todas provêm da amostra retirada do tumor da senhora Lacks. Muitas pessoas ao longo desses anos ganharam e estão ganhando dinheiro às custa dessa mulher. O livro "A Vida Imortal de Henrietta Lacks", publicado em 2007 de Rebecca Skloot foi lançado no Brasil pela Companhia das Letras. As gerações que vieram posteriormente agradecem, obrigado, Senhora Henrietta Lacks.

TUSKEGEE AIRMEN: ANJOS DA CAUDA VERMELHA
















Os Pilotos de Tuskegee era o nome popular de um grupo de pilotos negros que voaram com distinção durante a Segunda Guerra Mundial como o 332º Grupo de Caça do Corpo Aéreo do Exército dos EUA. Antes dos Pilotos de Tuskegee, nenhum piloto militar negro tinha servido nos Estados Unidos. Porém, uma série de movimentos legislativos no Congresso dos Estados Unidos em 1941 forçou o corpo aéreo do exército americano a formar uma unidade de combate composta só de afro-americanos, mesmo contra a vontade do Departamento de Guerra. Em um esforço para eliminar a unidade antes que pudesse começar, o Departamento de Guerra configurou um sistema de exigências extremamente rígidas para aceitar só os candidatos que tivessem um nível de experiência de vôo ou ensino superior que o DG esperava seria difícil de ser atendido encher. Esta política foi um tiro no pé do DG pois foram recebidas numerosas solicitações de homens que se qualificaram até mesmo dentro destas restrições. Em 2 de setembro de 1941 o então Capitão Benjamim Davis Jr. Tornou-se o primeiro oficial negro do exercito dos EUA a pilotar um avião de combate. Dos 13 primeiros alunos de Tuskegee, o capitão Davis e mais quatro pilotos ganharam suas asas em março de 1942. A instrução primaria era feita normalmente no biplano Stearman PT 17 fora da cidade de Tuskegee. O treino básico acontecia no Vultee BT 13A e o avançado no AT-6, ambos em Tuskegee e ministrado por instrutores brancos. Os treinos de tiro real eram feitos na base aérea do exercito de Eglin, Florida, com aviões AT-6. depois da formatura em Tuskegee e já familiarizado com o Curtiss P-40, os Pilotos recebiam instruções de vôo acrobático e em formação em Selfridge Field, Michigan. Como escolta de bombardeiros pesados, o 332º gerou um registro de combate impressionante. Segundo notícias, o Luftwaffe premiou os pilotos com o apelido de "Schwarze Vogelmenschen" ou "homem-pássaro negro". Os Aliados os chamaram de pilotos da cauda vermelha ou "anjos da cauda vermelha", "Airmen "Redtails" ou "Redtail Angels". Por causa da pintura carmesim distintiva nos estabilizadores verticais das aeronaves da unidade. Por sua eficiência e ferocidade, muitos grupos de bombardeiro pediam que os Redtails os escoltassem quando possíveis, poucos membros das tripulações de bombardeiros sabiam na ocasião que os "Redtails" eram negros. Ao final da guerra, os Pilotos de Tuskegee tinham uma folha de combate exemplar. O 332º executou 15.553 ataques e cumpriu 1.578 missões, incluindo 6.000 do 99 anteriores a Julho de 1944, foram 111 aeronaves inimigas abatidas no ar, 150 aeronaves inimigas destruídas em terra, 950 vagões, caminhões e outros veículos motorizados destruídos, 1 Destróier afundado pelo fogo das metralhadoras do P-47 do Tenente Pierson. Em 2009, Tuskegee Airmen, esquadrão de aviadores negros que lutaram com honra e coragem na Segunda Guerra Mundial foram homenageados na cerimônia de posse do Presidente Barack Obama.

NINA SIMONE, A SACERDOTISA DO BLUES

Eunice Kathleen Waymon mais conhecida pelo seu nome artístico, Nina Simone, foi uma grande pianista, cantora e compositora americana. O nome artístico foi adotado aos 20 anos, para que pudesse cantar Blues nos cabarés de Nova Iorque, Filadélfia e Atlantic City, escondida de seus pais, que eram pastores metodistas. "Nina" veio de pequena, "little one" e "Simone" foi uma homenagem à grande atriz do cinema francês Simone Signoret, sua preferida. Nina Simone também se destacou e foi perseguida por ser negra e por abraçar publicamente todo tipo de combate ao racismo. Seu envolvimento era tal, que chegou a cantar no enterro do pacifista Martin Luther King. Casada com um policial nova-iorquino, Nina também sofreu com a violência do marido, que a espancava. Em um breve contato com sua obra, aqueles que não conhecem percebem logo a diversidade de estilos pelos quais Nina Simone se aventurou, desde o gospel, passando pelo soul, blues, folk e jazz. Foi uma das primeiras artistas negras a ingressar na renomada Juilliard School of Music, em Nova Iorque. Sua canção “Mississippi Goddamn” tornou-se um hino ativista da causa negra, e fala sobre o assassinato de quatro crianças negras numa igreja de Birmingham em 1963. Nina esteve duas vezes no Brasil e seu último show ocorreu em 1997 no Metropolitan. Era uma intérprete visceral, compositora inspirada e tocava piano com energia e perfeição. Morreu enquanto dormia em Carry-le-Rouet em 2003. Ela foi uma das artistas mais extraordinários do século XX, um ícone da música americana. Estava destinada a ser uma contadora de histórias musicais, usou seu extraordinário talento para criar um legado de libertação, emancipação, paixão e amor através de um corpo magnífico de obras. Ela ganhou o apelido de "Alta Sacerdotisa do Soul ', pois ela poderia tecer um feitiço tão sedutora e hipnótica que o ouvinte perde a noção do tempo e do espaço em que foi absorvido no momento. Ela era que o mundo viria a conhecer como Nina Simone.


BO DIDDLEY, ELE ESTAVA LÁ NO INÍCIO DO RHYTHM BLUES

Enquanto seus contemporâneos enfatizaram o lado nostalgico do blues, Bo Diddley foi além. Ao invés do triste som da guitarra de Muddy Waters ou o ácido som de Howling Wolf, Bo diddley era cheio de humor, engraçado, às vezes sarcástico, geralmente apenas fazia palhaçadas na suas performances. Mas as apresentações engraçadas mascaravam uma profunda seriedade e compreensão das várias vertentes que foram sintetizadas na música popular que hoje conhecemos como rock'n roll. Elias Otha Bates nasceu 30 dez 1928 em McComb no Mississippi. Ele passou a se chamar Bo Diddley, mas também foi registrado sob o nome de Elias McDaniel. Diddley ganhou a primeira guitarra de sua irmã ainda na juventude, na mesma época, frequentava aulas de violino. Sua principal influência para se tornar um artista de blues veio de John Lee Hooker. Bo escreveu uma série de canções de sucesso, além de sua "Say Man", famosa canção que popularizou o gueto. Suas músicas foram popularizadas por outros artistas: "I'm A Man", interpretada por Muddy Waters, e o Big Mickey e "Love Is Strange", que co-escreveu Jody Williams. The Animals gravaram "The Story of Bo Diddley", os Yardbirds "I'm a Man" e tanto os Woolies quanto George Thorogood alcançaram sucesso com "Who Do You Love", também a favorita dos The Doors. Durante o final dos anos 50 e início dos anos 60, Bo Diddley foi o artista mais importante para a gravadora Chess Records. Didley faleceu em 2 de junho de 2008. Às vezes, as influências e antecedentes estão bem na nossa cara, enunciados claros como o dia e ainda não fazemos as conexões corretas. Bo Diddley é um elo importante na evolução da música pop contemporânea que merece uma consideração muito mais do que ele recebeu, até agora. A Revista Rolling Stones na sua edição de agosto de 2005 cita: "A história pertence aos vencedores e nos anais do rock & roll, três homens emergiram como vencedores: Chuck Berry, Little Richard e Bo Diddley."

A IRMANDADE DOS HOMENS PRETOS

A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos é uma confraria de culto afro-brasileiro, congregados em torno da devoção a Nossa Senhora do Rosário. A devoção a Ela tem sua origem entre os dominicanos, por volta de 1200. São Domingos de Gusmão, inspirado pela Virgem Maria, deu ao rosário sua forma atual. Isto pode ser comprovado em episódios revelados em sua iconografia. A primeira irmandade do rosário foi instituída por eles em Colônia, na Alemanha. Logo a devoção se propagou, sendo levada também por missionários portugueses ao Congo. A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário chegou ao Brasil no século 16. Em Santos, a igreja matriz já tem como padroeira Nossa Senhora do Rosário. No século 17, esta mesma imagem de Nossa Senhora é a padroeira principal de Itu, Parnaíba e Sorocaba. A partir do fim do período colonial, as irmandades do Rosário passam a ser constituidas pelos "homens pretos".
No Brasil, ela foi adotada por senhores e escravos, sendo que no caso dos negros, ela tinha o objetivo de aliviar-lhes os sofrimentos infligidos pelos brancos. Os escravos recolhiam as sementes de um capim, cujas contas são grossas, denominadas "lágrimas de Nossa Senhora", e montavam terços para rezar.

A ORIGEM DO NOME "ÁFRICA"

A palavra África deriva de "Avringa" ou "Afri", nome da tribo Berbere que na antiguidade habitava o Norte do continente. Os berberes são descendentes dos antigos Númidas que habitavam a região chamada Numídia, entre o país de Cartago e actual Mauritânia, conquistada pelos romanos ao rei Jugurta, cuja capital era a cidade de Cirta, hoje Constantina, na Argélia. O nome África começou a ser usado pelos romanos a partir da conquista da cidade de Cartago para designar províncias a Noroeste do Mar Mediterrâneo africano, onde hoje situam-se a Tunísia e a Argélia. Recorda-se que Cartago foi uma das famosas cidades de antiguidade da África. Foi fundada no séc. VII a. C. pelos Fenícios, sob a direcção da Princesa Tiriana Dido ou Elisa, filha de Muto, rei de Tiro, atual cidade de Sur no Líbano que após a morte do seu marido Siqueu, fugiu para a África e fundou a cidade de Cartago numa península, perto da qual se encontra hoje a cidade de Túnis, capital da Tunísia. Em pouco tempo, Cartago tornou-se capital de uma poderosa república marítima, substituindo-se a cidade de Tiro no Ocidente. Criou colônias na Sicília e na actual Espanha. Enviou navegadores ao Atlântico Norte. Entretanto, as colônias cartagineses na Sicília suscitaram vistas ambiciosas dos romanos que cultivaram uma ferrenha rivalidade que culminou com as 3 guerras chamadas Púnicas. No final da 2ª guerra púnica, os romanos conseguiram apoderar-se da bela e sumtuosa cidade de Cartago, sob o comando de Cipião, o Africano, apesar dos esforços empreendidos por Aníbal para impedir que os romanos apoderassem dela. Cartago restabeleceu-se dessa derrota, mas foi definitivamente destruída na 3ª guerra púnica, por Cipião Emiliano. Reconstruída pouco depois, floresceu novamente do século I a VI da nossa era e foi uma verdadeira capital da África romana. Mas, no ano 698 caiu nas mãos dos árabes e começou a decadência. Portanto, no século XVI, com a necessidade dos Europeus de avançarem para o interior e para o sul do continente negro, o nome África generalizou-se para todo o continente que passou a chamar-se de "África".

MILTON SANTOS, UM BRASILEIRO GENUINAMENTE INTELECTUAL

Geógrafo brasileiro nascido na Bahia em 1926, Milton de Almeida Santos. Formado em direito em 1948, na cidade de Salvador, optou pelo magistério em 1949, fazendo um concurso para professor de geografia do Colégio Municipal de Ilhéus. Em 1958 foi para a Universidade de Estrasburgo, na França, para fazer o doutorado, e na volta foi nomeado Diretor da Imprensa Oficial do estado da Bahia e coordenador do Instituto de Geomorfologia e Estudos Regionais, recém criado. Em 1960 foi nomeado subchefe do Gabinete Civil do presidente Jânio Quadros e seu representante pessoal na Bahia. Com o movimento militar de 1964, partiu para a França e iniciou sua carreira de professor internacional. Deu aulas em universidades francesas, canadenses, norte-americanas, inglesas e venezuelanas, e montou um curso de pós-graduação na Tanzânia. Foi membro do Comitê Diretor do programa de emprego e urbanização da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Retornou ao Brasil em 1977, como consultor de planejamento do governo de São Paulo, e voltou ao magistério superior na Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Universidade de São Paulo, onde era professor emérito.
Milton Santos faleceu em 2001, sua obra, com mais de 40 livros e 300 artigos nas principais revistas de geografia do mundo, aborda a urbanização dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, além das relações entre a tecnologia e desenvolvimento regional. Foi homenageado com o título de doutor Honoris Causa por 15 universidades nacionais e do exterior e é detentor do Prêmio Vautrin Lud, equivalente a um Prêmio Nobel na área de geografia.

A ADMIRÁVEL MELODIA NEGRA DO BLUES

No inicio eram apenas com cantos de trabalho no campo que os negros expressavam sua tristeza. O escravizador branco impedia-os de usar qualquer tipo de instrumento musical com receio que criassem códigos para se comunicar, por esse motivo durante muito anos a voz foi o principal instrumento musical do negro. Foi a partir dos campos de trabalho escravo, dos hinos religiosos e das danças africanas que nasceu o Blues. A música era uma espécie de dialogo entre o cantor e o violão, cada verso cantado era respondido por um fraseado do instrumento. O Blues primitivo era irregular e seguia o ritmo da fala. Quando o Blues começou a ser tocado nas rádios americanas, o estilo espalhou no sul dos Estados Unidos e foi encontrada uma forma definitiva, a progressão de acordes em doze compassos. Nas décadas de 30 e 40 o Blues subiu até o norte dos Estados Unidos, acompanhando a imigração negra, até chegar a Chicago. É no final dos anos 50 que o Blues se eletrifica, Muddy Waters, Lee Hooker e Howlin Wolf transformaram o Blues do Delta do Mississipi numa rica expressão musical que influenciou desde o Soul, o Rytm and Blues até o rock’n roll. O Blues encanta gerações até os dias atuais porque é o som que vem do coração e é tocado com a alma...

RAÍZES DA BLACK MUSIC

Música dos africanos vendidos como escravos nas Américas e de seus descendentes. No início, a música afro-americana, nos Estados Unidos, conciliava práticas musicais africanas com o vocabulário e as estruturas da música euro-americana. Abrangendo cantos de trabalho, de invocação, vozes do campo e da rua, gritos, versos rimados e spirituals, essa música servia como forma eficaz de regular o ritmo de trabalho dos escravos, como canto de prece e louvor, como código secreto de comunicação grupal e como alívio psíquico da opressão do cativeiro.
Muitos dos cantos de trabalho utilizavam o padrão africano de chamada e resposta: um líder musical do grupo dava a linha da melodia e os outros respondiam com o refrão. Esse padrão, assim como uma série de melodias africanas atuais, também foi incorporado pelo spiritual afro-americano. Tanto o spiritual como o blues, um tipo de canto folclórico profano para solo, foram enriquecidos pela liberdade africana de improvisar variações na linha melódica. É também herança africana a produção de sons polirrítmicos com os tambores, combinando simultaneamente diversos padrões rítmicos de diferentes compassos. A interação de ritmos contrastantes foi ainda transportada para um estilo musical afro-americano mais recente, o jazz.
Embora a música sacra, o spiritual fosse a variedade afro-americana mais difundida no início do século 19, a música profana também se fazia presente. Assim como os spirituals, os cantos de trabalho, as invocações e os gritos eram entoados a capela, outras canções profanas eram acompanhadas por instrumentos. Os primeiros instrumentos usados pelos escravos foram o tambor e o banjo, originário da África. Mais tarde, foram incorporados a flauta, o violino e o violão. Estes geralmente integravam as bandas de instrumentos de corda que forneciam música para as danças afro e euro-americanas do século 19, gigas, reels (dança em que os casais, posicionados em duas fileiras paralelas, fazem uma série de passos), o buck-and-wing (tipo de sapateado, com movimentos bruscos dos pés e das pernas), cotilhões e quadrilhas. Alguns instrumentos improvisados como flautas de caniço, violoncelos feitos com tinas, e simples vasos também eram usados nas bandas de cordas.

O ATLETA NEGRO QUE CALOU HITLER...






A primeira impressão deixada por James Cleveland Owens na história do atletismo aconteceu em Ann Harbor, Michigan em 1935, com 9s4, igualou o recorde mundial da época, uma hora depois havia quebrado mais 4 recordes mundiais, 200 metros e 200 metros com barreiras. No salto em distância, saltou 8,14 m, um recorde que durou 20 anos. Ele participou nos Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim, Alemanha, onde se tornou conhecido mundialmente por ganhar quatro medalhas de ouro nos 100 e 200 m rasos, no salto em distância e no revezamento 4x100 m. A organização foi a maior vitória dos alemães. Espetaculares foram, na verdade os XI Jogos Olímpicos. Em tudo por mais que se imaginasse uma gigantesca festa com a qual os alemães demonstrariam ao mundo a sua força, por mais que se previsse algo fora do comum, acima do que se vira em Los Angeles, quatro anos antes ou em qualquer outra Olimpiada anterior, imaginação e previsões estiveram muito aquém da realidade. O magnifico estádio construído especialmente para as solenidades de abertura e encerramento, provas de atletismo, exibição de ginásticas e jogos de futebol, tudo isso foi apenas uma parte do que os alemães fizeram naquele verão de 1936. alemães só não contavam com os negros americanos. Das doze medalhas de ouro conquistadas pelos americanos no atletismo, nove se deviam a vitórias de atletas negros. Hitler não cumprimentou nenhum deles, transferindo a tarefa a membros do Comitê Olímpico. O negro mais famoso das Olimpiadas, Jesse Owens, a cada prova fazia desmoronar toda uma filosofia em jogo. Hitler suportou até quanto pôde. Saiu depois de Owens subiu ao pódio três vezes ao degrau mais alto olimpico para receber suas medalhas de ouro nas vitórias dos 100 e 200 metros rasos e no 4x100 metros. O desempenho de Jesse Owens nos 1936 nos Jogos Olímpicos de Berlim tornou-se lenda. Em 1976, Owens recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, faleceu em março de 1980. No ano de 1990 foi postumamente condecorado com a Medalha de Ouro do Congresso dos Estados Unidos.

CHARLES "BIRD" PARKER: FEZ DO JAZZ, MÚSICA PARA OUVIR

Quando Charles Parker ainda era uma criança, sua família se mudou para Kansas City, Missouri, onde o jazz, blues e música gospel estavam florescendo. Seu primeiro contato com a música veio da escola, onde tocou saxofone barítono na banda da escola. Quando ele tinha 15 anos, ele mostrou um grande interesse em música e um amor para o saxofone alto. Logo, Parker estava tocando com bandas locais até 1935, quando deixou a escola para seguir uma carreira musical. De 1935 a 1939, Parker trabalhou em Kansas City, com vários locais de jazz e bandas de blues a partir do qual ele desenvolveu sua arte. Em 1939, Parker visitou Nova York pela primeira vez, e ele ficou por quase um ano trabalhando como músico profissional e, muitas vezes participando em "jam sessions". A atmosfera da cidade de Nova York fora muito influenciada pelo estilo musical de Parker. Em 1938, Parker entrou na banda do pianista Jay McShann, com quem excursionou em torno do sudoeste de Chicago e Nova York. Durante os quatro anos que Parker ficou com a banda de McShann, ele tem a oportunidade de realizar a solo em várias de suas gravações, como Hootie Blues, Sepian Bounce, e o hit de 1941, "Confessing the Blues". Em 1942, enquanto estava em turnê com McShann, Parker realizada em jam sessions na Monroe e Minton's Playhouse, no Harlem. Lá, ele chamou a atenção de artistas de jazz, como Dizzy Gillespie e Thelonious Monk. O ano de 1945 foi extremamente importante para Parker. Durante esse período, ele conduziu o seu próprio grupo em Nova York e trabalhou também com Gillespie em diversos ensembles. Em dezembro, Parker e Gillespie levaram sua música para Hollywood em uma turnê de seis semanas em várias boates. Parker continuou a fazer apresentações em Los Angeles até Junho de 1946, quando sofreu um colapso nervoso e foi internardo em um hospital. Após sua liliberação, em janeiro de 1947, Parker voltou a Nova York e formou um quinteto tocando algumas das suas músicas mais famosas. De 1947 a 1951, Parker trabalhou em várias casas noturnas, estúdios de rádio e outros locais realizando apresentação solo ou com o acompanhamento de outros músicos. Durante este período, ele visitou a Europa, onde foi saudado por fãs dedicados e fez inúmeras gravações. Dia 5 de março de 1955, foi último compromisso público de Charles Parker, fez uma apresentação no Birdland, uma casa noturna em Nova York, que foi nomeado em sua honra. Ele morreu uma semana depois, no apartamento de um amigo. Charles "Yardbird" Parker foi um saxofonista fantástico que ganhou amplo reconhecimento por sua brilhante solos e improvisações inovadoras. Com absoluto domínio técnico do seu instrumento, ele foi, sem dúvida, um dos músicos mais influentes e talentosos da história do jazz. Em 1988 foi produzido o filme "Bird", contando a sua história, dirigido por Clint Eastwood. O filme foi premiado no Festival de Cannes nesse ano na categoria de melhor ator, ganhando Forest Whitaker, além de receber um prêmio técnico pela qualidade de sua trilha sonora. No ano seguinte, Clint Eastwood recebeu o Globo de Ouro de 1989 na categoria de melhor diretor e também nesse ano o filme "Bird" ganhou o Oscar de melhor som.





FILME: MÃOS TALENTOSAS - A HISTÓRIA DE BEN CARSON






O filme "Gifted hands", "Mãos talentosas - A história de Ben Carson" relata a história de um menino pobre de Detroit, interpretado por Cuba Gooding Jr.. Sem motivação na escola, o jovem Ben Carson não tinha muita chance. Tendo crescido em um lar desfeito e em meio à pobreza e ao preconceito, suas notas eram baixas e seu temperamento inflamado. Certo dia, Ben quando ganhou um prémio, a professora racista comunicou aos outros alunos que Ben era um rapaz de cor e que os outros alunos deveriam-se esforçar mais, porque achava que Ben, sendo um homem de cor, era menos inteligente que os brancos. A mãe de Ben e o próprio Ben, ao ouvir aquilo sentiram raiva e tristeza. Graças ao discurso da professora, a família Carson mudou-se para Boston, onde frequentou uma escola de pessoas de cor. Mas, ainda continuava sendo um alvo de críticas. Mas, agora Ben já sabia responder e fez muitos amigos e passou a ter uma namorada. No entanto, sua mãe nunca perdeu a fé em seu filho. Ela insistiu para que ele seguisse as oportunidades que ela nunca teve, ajudou-o a expandir sua imaginação, sua inteligência e, acima de tudo, sua crença em si mesmo. Essa fé seria seu dom. Aos 33 anos, ele se tornou o diretor do Centro de Neurologia Pediátrica do Hospital Universitário Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos. Em 1987, o Dr. Carson alcançou renome mundial por seu desempenho na bem-sucedida separação de dois gêmeos siameses, unidos pela parte posterior da cabeça, uma operação complexa e delicada que exigiu cinco meses de preparativos e 22 horas de cirurgia. Sua história, profundamente humana, descreve o papel vital que a mãe, uma senhora de pouca cultura, mas muito inteligente, desempenhou na metamorfose do filho, de menino de rua a um dos mais respeitados neurocirurgiões do mundo. Mais uma das tantas lições de vida que ouvimos, assistimos ou presenciamos...

BOB MARLEY: NATURAL MYSTIC

O sucesso das músicas de Robert Nesta Marley não se deve ao imenso talento musical dele. Bob Marley é o Resultado de 300 anos de escravidão e sofrimento do povo africano e seus descendentes. Sua dura caminha por este mundo deu ao compositor jamaicano algumas das mais importantes lições de vida. Muitos não sabem, mas Bob é o autor da canção “I shot the sheriff” que recuperou o prestigio do guitarrista Eric Clapton. A Jamaica, um pequeno país do Terceiro Mundo produziu um artista que transcendeu todas as categorias, classes e credos com uma combinação de modéstia inata e profunda sabedoria. Bob Marley está na lista dos artistas musicais mais importantes do século XX. Deu ao mundo uma música brilhante e evocativa, sua obra viaja por mais de três décadas e ainda assim permanece intemporal e universal. sua influência musical é de enorme repercussão, poderosa e crescente. Ele encarna a repressão política, a compreensão metafísica e artística, a guerra de gangues e vários períodos de deserto místico. E sua popularidade continua aumentando nos países ricos e desenvolvidos, mas nos países em desenvolvimento o seu impacto vai muito além. Não apenas entre os jamaicanos, mas também os índios Hopi do Novo México e os maoris da Nova Zelândia, Indonésia e Índia, e especialmente naquelas partes do oeste da África, de escravos wihch que foram arrancados da Mãe África e levados para o Novo Mundo, Bob é visto como um redentor e a sua figura nas sua músicas muito bem escritas retorna para conduzir de volta as terras africanas. É importante considerar as raízes dessa lenda: o primeiro superstar do Terceiro Mundo, Bob Marley foi um dos artistas mais carismáticos e desafiadores do nosso tempo e sua música poderia ter sido criado a partir de uma única fonte, a cultura de rua de Jamaica. Bob Marley foi um herói, no sentido clássico e mitológico. Sua partida deste planeta veio em um momento em que sua visão de “One World, One Love”, inspirado por sua crença Rastafari estava começando a ser ouvida e sentida. A última apresentação de Bob Marley e The Wailers numa turnê em 1980 atraiu o maior público daquele ano na Europa. A programação incluía um show para 100 mil pessoas em Milão, o maior show da história da banda. Bob Marley & The Wailers, simplesmente, foram a banda mais importante na estrada naquele ano e "Uprising" em todas as paradas da Europa. Foi um período de máximo otimismo e estavam sendo feitos planos para uma turnê na América em companhia de Stevie Wonder no inverno. No final da turnê europeia Marley e a banda foram para a América. Bob fez dois shows no Madison Square Garden, mas logo depois, adoeceu gravemente. Três anos antes, em Londres, tinha ferido o dedo do pé enquanto jogava futebol. O ferimento se tornou canceroso fora tratado em Miami, no entanto, o câncer continuou a progredir. Em 1980, o câncer, em sua forma mais virulenta, começou a se espalhar pelo corpo de Bob. Ele lutou contra a doença por oito meses, fazendo tratamento na clínica do Dr. Joseph Issels, na Bavária. Eventualmente, entretanto, a batalha foi demais. No início de maio, Bob Marley deixou a Alemanha indo de volta para sua casa na Jamaica, uma viagem que não foi concluída. Ele morreu em um hospital de Miami na segunda-feira 11 de maio de 1981. No mês anterior, Marley havia sido agraciado com a Ordem do Mérito da Jamaica, a terceira maior honra da nação, em reconhecimento à sua inestimável contribuição à cultura do país. Na quinta-feira 21 de maio de 1981, Robert Nesta Marley recebeu um funeral oficial do povo da Jamaica. Após o funeral, assistido tanto pelo Primeiro-Ministro e o líder da oposição, o corpo de Bob foi levado à sua terra natal, Nine Mile, no norte da ilha, onde agora descansa em um mausoléu. Bob Marley morreu aos 36 anos de idade. O diretor john Huston disse: "Entre o fato e a lenda, publique-se a lenda. A lenda em torno Bob Marley continua viva, conquistando fãs pelo mundo todo. Antes de partir, compôs o mais belo testamento musical da sua carreira, a canção "Redemption song" que faz parte do disco "Uprising" de 1980.

OSVALDÃO, O HERÓI DESCONHECIDO DA GUERRILHA DO ARAGUAIA

Nascido em 1938, Osvaldo Orlando da Costa, o "Osvaldão" era um negro de quase dois metros de altura e 100 kg. Nascido na cidade de Passa Quatro, Minas Gerais, radicou-se no Rio de Janeiro, onde foi campeão de boxe pelo Botafogo e chegou a ser tenente do Exército. Engenheiro formado em Praga, na Checoslováquia, era inteligente, gostava de dançar e tinha um bom humor inconfundível. Em meados dos anos 60, sua aguçada sensibilidade social levou-o ao Partido Comunista do Brasil, PCdoB. Osvaldão foi um dos primeiros militantes comunistas a chegar na região do Araguaia, em 1967, com a missão de implantar uma guerrilha junto com outros companheiros. De acordo com as instruções do Partido, que pregava uma mistura dos militantes com os habitantes da região, estabeleu-se como garimpeiro, caçador e mariscador. Tornou-se, em pouco tempo, o maior conhecedor da área ocupada pelos guerrilheiros e bastante popular entre os camponeses e agricultores do Bico do Papagaio, a região no sul do Pará onde o PCdoB se estabeleceu. Como comandante do Destacamento B, um dos três do movimento guerrilheiro, ele participou com êxito de vários combates contra as tropas do governo, a partir de 1972. Devido à sua formação militar, adquirida nos tempos em que foi oficial da reserva do CPOR, realizado concomitantemente com o curso de Máquinas e Motores na Escola Técnica Nacional no antigo Estado da Guanabara e de um posterior treinamento militar na China, era um dos guerrilheiros mais temidos pelo Exército. Considerado mítico e imortal pelo povo morador do Araguaia, que o acreditava ser capaz de transformar-se em pedra, árvore ou animal. Foi o autor da primeira morte militar durante a guerrilha, quando durante um encontro na mata com uma patrulha do exército matou a tiros o cabo Odílio Cruz Rosa. Osvaldão foi morto com um tiro de carabina quando descansava num barranco, em 4 de fevereiro de 1974, nos estágios finais da ofensiva militar que aniquilou a guerrilha, pelo mateiro Arlindo Vieira 'Piauí', um conhecido seu que na época havia virado guia das patrulhas militares. Seu corpo foi pendurado num helicóptero que sobrevoou várias áreas da região a mostrar aos caboclos locais que o "imortal" guerrilheiro estava morto. Decapitado por um sargento do exército, seus restos foram deixados na mata e nunca encontrados. Osvaldão, um herói negro desconhecido que não fugiu da luta por um país mais justo. Apesar das inúmeras tentativas de apagar o nome de Osvaldão da história, ele está junto de tantos outros heróis negros que dedicaram suas vidas à uma causa, a da liberdade e justiça.

JOSEFINA BAKHITA, LA MADRE MORETTA

Nascida no ano de 1868 em Oglassa, Darfur, Sudão de uma família sudanesa rica ela foi seqüestrada por mercadores árabes de escravos com 9 anos e após torturada foi dado o nome de Bakhita que significa a "afortunada" pelos mercadores e vendida no mercado de El Obeid em Khartoun. Finalmente comprada em 1883 por Callisto Legnani, cônsul italiano que planejava liberta-la. Ela acompanhou Legnani à Itália em 1885 e trabalhou para a família de Augusto Michieli como babáe ama-seca. Bem tratada pelo povo italianos e passou a amar a Itália com sua pátria. Convertida já adulta, ela entrou para a Igreja em janeiro de 1890 e tomou o nome de Josephina como um símbolo de sua nova vida. Passou à Congregação das Filhas da Caridade de Santa Madalena de Canossa, Canossianas de Veneza, onde recebeu os primeiros sacramentos do catecumenato, em janeiro de 1890, foi batizada com o nome de Josephina e em dezembro de 1896 tomou o habito e ingressou na ordem das Irmãs Canossianas, com o nome religioso de Irmã Josefina. Josefina Bakhita se destacou pela piedade e amor a Cristo e à Eucaristia, também pelo serviço social pelos demais pobres e desamparados, o que fez com que ficasse conhecida como: "La Madre Moretta", "Madre Morena". Faleceu no convento canosiano de Schio, em 1947, com a idade de 78 anos. Foi beatificada em 1992 e canonizada em Roma, pelo Papa João Paulo II, em outubro de 2000. Santa Josefina Bakhita nos ensina uma lição importante, a humildade e simplicidade são uns dos pilares para o sustento de um espirito puro, juntamente com a fé e o desapego as coisas materiais.

CRUZ E SOUSA, O CISNE NEGRO

Filho de ex-escravos, ficou sob a proteção dos antigos proprietários de seus pais, após receberem alforria. Por este motivo, recebeu uma educação exemplar no Liceu Provincial de Santa Catarina. Além disso, o sobrenome Sousa é advindo do ex-patrão, o marechal Guilherme Xavier de Sousa, o que demonstra o afeto do mesmo para com os pais do futuro autor. João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, em Florianópolis, Santa Catarina. Cruz e Sousa teve que enfrentar o preconceito racial que era muito mais evidente na época do que é hoje em dia. No entanto, isso não foi pretexto para desmotivá-lo, uma vez que é conhecido como o mais importante escritor do Simbolismo. Foi diretor do jornal abolicionista "Tribuna Popular" em 1881. Dois anos mais tarde, foi nomeado promotor público de Laguna Santa Catarina, no entanto, foi recusado logo em seguida por ser negro. Em 1893, que publica suas obras "Missal", poemas em prosa e "Broquéis", poesias, as quais são consideradas o marco inicial do Simbolismo no Brasil que perduraria até 1922 com a Semana de Arte Moderna. A linguagem de Cruz e Sousa, herdada do Parnasianismo, é requintada, porém criativa, na medida em que dá ênfase à musicalidade dos versos por intermédio da exploração dos aspectos sonoros dos vocábulos. Faleceu em 19 de março de 1898 no município mineiro de Antônio Carlos, num povoado chamado Estação do Sítio, para onde fora transportado às pressas vencido pela tuberculose. Teve o seu corpo transportado para o Rio de Janeiro em um vagão destinado ao transporte de cavalos. Ao chegar, foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier por seus amigos, dentre eles José do Patrocínio, onde permaneceu até 2007, quando seus restos mortais foram então acolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina, Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis.

12 de novembro de 2011

AAPARTHEID, A INJUSTIÇA COMO FORMA DE GOVERNO OFICIAL



Politica de segregação étnica oficializada na África do Sul entre o período de 1948 à 1990. A palavra "apartheid" significa literalmente separação em relação a divisão estabelecida entre a minoria branca que estiveram no comando político do país e a maioria racial de negros e minorias mestiças e asiáticas. Em sua origem, o apartheid excluia as populacões negras, mestiças e orientais da participação política que formavam uma maioria de 80% da população total da Àfrica do Sul. Tal política anti-democrática, tendo base legal sofreu poucas transformações ao longo de sua história, caracterizando uma tentativa de perpetuação da maioria branca no poder, formada em maior parte por descendentes de holandeses, os chamdos "afrikaners" em detrimento da total supressão dos direitos civis da maioria negra.A segregação racial na África do Sul teve início ainda no período colonial, mas o apartheid foi introduzido como política oficial após as eleições gerais de 1948. A nova legislação dividia os habitantes em grupos raciais "negros", "brancos", "de cor", e "indianos", segregando as áreas residenciais, muitas vezes através de remoções forçadas. A partir de 1958, os negros foram privados de sua cidadania, tornando-se legalmente cidadãos de uma das dez pátrias tribais autônomas chamadas de bantusões, quatro das quais se tornariam estados independentes de fato. À essa altura, o governo já havia segregado a saúde, a educação e outros serviços públicos, fornecendo aos negros serviços inferiores aos dos brancos. A oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa na década de 1950, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra criada em 1912, lançou uma desobediência civil. Em 1960, a polícia matou 67 negros que participavam de uma manifestação. O Massacre de Sharpeville, como ficou conhecido, provocou protestos em diversas partes do mundo. Como consequência, o CNA foi declarado ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. Este sistema vigorou até o ano de 1990, quando o presidente sul-africano tomou várias medidas e colocou fim ao apartheid. Entre estas medidas estava a libertação de Nelson Mandela, preso desde 1964 por lutar com o regime de segregação. Em 1994, Mandela assumiu a presidência da África do Sul, tornando-se o primeiro presidente negro do país.

11 de novembro de 2011

X15, A PERCEPÇÃO PRÓXIMA DE UM RELÂMPAGO


O X15 foi o mais rápido avião construído, passava dos 7.000 km por hora, velocidade máxima alcançada: 7,274 km/h. Mach 6.85, porém ele é quase considerado um veículo espacial e não um avião, o que faz com que o título de avião mais rápido do mundo fique com o SR-71 Blackbird. Em testes de velocidade e altitude foi pilotado por pilotos-astronautas como Joe Walker, Bill Dana, Joseph Engle e até por Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, durante seu período como piloto de teste de jatos, antes de fazer parte da equipe de astronautas da NASA. Atualmente encontra-se em exibição no museu da USAF. Composto por uma estrutura interna de titânio e uma superfície de uma liga de cromo-níquel conhecido como Inconel X, o primeiro voo ocorreu em 17 de setembro 1959. Por causa do grande consumo de combustível de seu motor de foguete, o X-15 foi lançado de um avião B-52 em cerca de 45,000 pés e velocidade para cima de 500 mph. O primeiro avião bateu recordes de velocidade na faixa de Mach 4-6, com Mach 04:43 em 07 de março de 1961;Mach 05:27 em 23 de junho de 1961; Mach 06:04 em 09 novembro de 1961, e Mach 6,7 em 03 de outubro de 1967. Ele também estabeleceu um recorde de altitude de 354.200 pés ou 107 kilometros em 22 de agosto de 1963, e desde que uma enorme riqueza de dados sobre o fluxo de ar hipersônico, aquecimento aerodinâmico, controle e estabilidade em velocidades hipersônicas, controles de reação para o vôo acima da atmosfera, pilotagem técnicas para a reentrada, fatores humanos, e instrumentação de vôo. Programa de grande sucesso contribuiu para odesenvolvimento da Mercury, Gemini, Apollo e foi programa piloto de vôo espacial, bem como o programa Space Shuttle. Vôo final do programa foi realizada em 24 de outubro de 1968.

6 de novembro de 2011

CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL E SEMPRE...


No ano de 1959, John Fogerty , vocalista e guitarrista, Doug Clifford bateria e Stu Cook, baixo formam “The Blue Velvets”. Dois meses mais tarde, Tom Fogerty, guitarrista, irmão mais velho de John, entra no grupo como cantor, mudando o nome da banda para “Tommy Fogerty and The Blue Velvets”. O nome do grupo muda para “The Golliwogs” em 1964, após assinarem contrato com a gravadora Fantasy Records, onde John trabalhava. Nos três anos seguintes alguns compactos foram lançados, fazendo grande sucesso local. Em 24 de dezembro de 1967, sob a influência de Saul Zaentz, novo dono da Fantasy Records, eles decidem então se tornarem profissionais. Começando pelo nome que faria história no mundo do rock: um amigo de Tom chamado Credence Nuball, um comercial da cerveja "Clearwater" e Revival, simbolizando a união do grupo, serviram de inspiração. A banda vem então com um novo estilo de música, definido por John Fogerty que, como cantor e compositor, passou a ser o centro da banda.Em 1968 obtiveram o primeiro disco de ouro, com o álbum de estreia, Creedence Clearwater Revival. Ao longo da carreira, entre canções e álbuns, conquistaram nove discos de ouro e sete discos de platina. Separaram-se em julho de 1972. John Fogerty foi quem teve mais êxito na carreira solo. Seu irmão Tom faleceu em 1990. Em 1993 o Creedence Clearwater Revival foi introduzido ao Rock and Roll Hall of Fame. Recentemente, Stu Cook e Doug Clifford formaram o genérico Creedence Clearwater Revisited, e passaram a excursionar pelo mundo,tocando antigos sucessos da banda original. Aqui, alguns dos sucessos do Creedenece: "Walk on the water, lançada em 1968, "Proud Mary", "Born on the bayou" e "Fortunate son" em 1969, "Traveling band", "Who'll stop the rain" e "Long as I can see the light" em 1970; "Have you ever seen the rain?" e "Hey tonight" em 1971.

4 de novembro de 2011

SAMHAIN, O GRANDE SABBAT

O Samhain, pronuncia-se "Sou-ein", festejado em 31 de outubro no hemisfério Norte e em 1º de maio no hemisfério Sul, é o Ano-Novo dos Bruxos. Esse dia sagrado é conhecido por inúmeros nomes. Para muitos, talvez, o mais conhecido seja Halloween. Para os Bruxos, é a festa na qual honram seus ancestrais e aqueles que já tenham partido para o país de verão. Essa é a noite em que o véu que separa o mundo material do mundo espiritual encontra-se mais fino e o contato com nossos ancestrais torna-se mais fácil. É também o momento tradicional para celebrar a última das colheitas e se preparar para o verão nas culturas do hemisfério norte.O poder de magia pode ser sentido no ar, nessa noite. O outro mundo se junta com o nosso conforme a luz do sol baixa e o crepúsculo chega. Os espíritos daqueles que já partiram para o outro plano são mais acessíveis durante a noite de Samhain.Samhain é a noite em que o Velho Rei morre e a Deusa Anciã lamenta sua ausência nas próximas seis semanas. O Sol está em seu ponto mais baixo no horizonte, de acordo com as medições feitas através das antigas pedras da Britânia e da Irlanda, razão pela qual os celtas escolheram esse "Sabbat", em vez de Yule, para representar o ano novo. Para os antigos celtas, esse dia sagrado dividida o ano em duas estações, inverno e verão. Samhain era o dia no qual começavam o ano novo celta e o inverno, por isso era um tempo ideal para términos e começos. É o dia ideal para honrar os mortos, pois nele os véus que separam os mundos estão mais finos. Aqueles que morreram no ano passado e aqueles que estão reencarnando passam através dos véus e portais nesse dia. Os portões das "Sidhe" estão abertos e nem humanos nem fadas precisam de senhas para entrar e sair. Samhain é um festival do fogo e é a entrada para a parte sombria e fria da "Roda do Ano". É no Samhain que as fogueiras são acesas para que os espíritos do outro mundo possam encontrar os caminhos para partirem para o País de Verão. Samhain é o tempo de lembrarmos com amor aqueles que partiram para o outro lado, por isso é chamado de a Festa Ancestral. Toda a família, ou grupo, se reúne para reverenciar os que já partiram. É muito comum nesse Sabbat se realizar uma ceia em silêncio, conectando-se com aqueles que já cruzaram os portais dos mundos. É tradicional também deixar um lugar à mesa para os ancestrais e lhes servir pratos como se eles estivessem presentes à ceia. Para aqueles que não têm família para festejar e celebrar seus ancestrais, alimentos geralmente são deixados do lado de fora de casa, na porta de entrada, em homenagem aos familiares e amigos desencarnados.É também tradicional deixar uma vela acesa na janela da casa para ajudar a guiar os espíritos ao longo de sua caminhada ao nosso mundo para que possam encontrar o caminho de volta.De acordo com os antigos celtas, havia apenas duas divisões do ano que iam de Beltane a Samhain, verão e de Samhain a Beltane, inverno. Samhain é um dos quatro grandes "Sabbats" e muitas vezes é considerado o Grande Sabbat.