20 de maio de 2011

FAGÓCITO, O FIREWALL DO CORPO HUMANO

Fagócitos são células, como os neutrófilos e macrófagos, que têm a capacidade de estender porções celulares, pseudópodes de forma direcionada, englobando uma partícula ou microorganismo estranho. Este microrganismo é contido num vacúolo, o fagossoma, que depois é fundido com lisossomas, vacúolos ricos em enzimas e ácidos, que digerem a particula ou organismo. Os fagócitos reagem a citocinas produzidas pelos linfócitos, mas também fagocitam, ainda que menos eficazmente, de forma autónoma sem qualquer estimulação. Naturalmente esta forma de defesa é importante contra infecções bactérianas, já que vírus são demasiado pequenos e a maioria dos parasitas demasiado grandes para serem fagocitados. A fagocitose também é importante na limpeza dos detritos celulares após infecção ou outro processo que leve a morte celular nos tecidos. No entanto os fagócitos morrem após algumas fagocitoses, e se o número de invasores e de detritos for grande, poderão ambos, fagócitos e bactérias, ficarem presos num liquido pastoso e rico em proteínas estruturais, que se denomina pus. Estas células produzem também radicais livres, formas altamente reativas de oxigénio, que danificam as bactérias e outros invasores além dos tecidos a sua volta. Algumas bactérias como o "Mycobacterium tuberculosis", agente da tuberculose, têm mecanismos de defesa contra a digestão após fagocitose, e sobrevivem dentro do fagócito parasitando-o e escondendo-se aí dos linfócitos. O zoólogo russo Ilya Ilyich Mechnikov que viveu entre 1845 e 1916, reconheceu pela primeira vez que células especializadas estão envolvidos na defesa contra as infecções microbianas. Em 1882, ele estudou células móveis em larvas de estrela-do-mar, acreditando que elas eram importantes para as defesas imunitárias do animal. Para testar a sua hipótese ele inseriu pequenos espinhos de uma árvore de tangerina nas larvas. Depois de algumas horas ele percebeu que as células móveis tinham cercado os espinhos. Mechnikov viajou para Viena e compartilhou as suas idéias com Carl Friedrich Claus que sugeriu o nome " fagócito" para as células que Mechnikov tinha observado.Um ano mais tarde, Mechnikov estudou um crustáceo de água doce chamado Daphnia, um minúsculo animal transparente que pode ser examinadas directamente ao microscópio. Ele descobriu que esporos fúngicos que atacaram os animais foram destruídos por fagócitos. Ele passou a estender as suas observações a células brancas do sangue de mamíferos e descobriu que a bactéria Bacillus anthracis podia ser engolida e morta por fagócitos, um processo que ele chamou fagocitose.Mechnikov propôs que os fagócitos seriam uma defesa primordial contra organismos invasores. Em 1903, Amroth Wright descobriu que a fagocitose era reforçada por anticorpos específicos que ele chamou de opsoninas. Mechnikov recebeu juntamente com Paul Ehrlich o Nobel de Medicina de 1908, pelo trabalho em fagócitos e fagocitose. Apesar da importância destas descobertas lentamente ganho aceitação durante o início do século XX, as intricadas relações entre fagócitos e todos os outros componentes do sistema imune não foram conhecidos até à década de 1980


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