16 de março de 2011

APENAS QUEREMOS OUVIR O SILÊNCIO

Apenas queremos ouvir o silêncio,
Pisoteado pela bomba sonora.
Que devastou praças e campos...
Agora só a nossa descrença.
Nas trevas, um foco de luz irradiante,
Que calará todas as vozes de blasfemação.
Não importa o grito de desespero ou de dor.
O som das balas de canhões
Ou dos aviões bombardeiros.
E os estampidos dos fuzis automáticos...
Apenas queremos ouvir o silêncio.
Em vários lugares,
Ruídos agressivos e poluidores
Como uma praga de milhões de gafanhotos.
Murmúrios de corpos na noite.
Os filhos do leste que gritam e oram
Num fundamentalismo quase irracional.
O grito de uma multidão numa partida de futebol,
Sublime momento de êxtase.
Não nos entenda mal, somos pela verdade
Pois só existe uma verdade.
Vimos a salamandra escapar ilesa do fogo
E tiranos apócrifos ditando preceitos, conceitos
Nas províncias rudimentares de um terceiro mundo.
Dizem tudo, mas não dizem nada,
Usam o subterfúgio da oratória límpida
E deixam morrer seres humanos por inanição,
Fome, doenças e desnutrição.
E apenas queremos ouvir o silêncio,
Amigo, doutrinário, desafiador.
Apaixonante, amável, sedutor.
Torturado pelas línguas loquazes,
Espadas afiadas que o cortam em pedaços.
Na partícula atômica solta no espaço sideral,
O debate final.
Não vamos ter que ver e ouvir o lixo via-sátelite todos os dias
E contaminar nossos espíritos e mentes.
Vamos arrebentar as correntes de tudo
Que nos deprime e alucina
E não nos deixa sentir
Aquilo que nos indica o caminho certo
Para nos tornamos a ser o que eramos antes do universo.
E apenas num sagrado instante
Quando deixarmos de ser matéria,
E a paz no envolver como uma nuvem cósmica
Ouviremos o estrondoso som do silêncio

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