Wilson Simonal começou cantando calipsos e rocks em inglês. De baile em baile foi descoberto por Carlos Imperial que o levou para seu programa de TV, “Os brotos comandam”. Seu primeiro compacto foi chá-chá-chá “Teresinha”, de Carlos Imperial. De boate em boate foi parar no templo da Bossa Nova, o beco das garrafas, levado por Luiz Carlos Miele e Ronaldo Boscoli. Em 1963, Simonal lançou seu primeiro LP, que estourou a música “Balanço Zona Sul” de Tito Madi. Lançou a seguir o LP “A nova dimensão do samba” em ritmo de Bossa Nova, destaque para “Nanã” e “Lobo bobo”. Em 1966 e 1967, apresentou na TV Record o show “Em Si Monal”. A melhor fase da sua carreira viria em seguida com uma serie de sucessos dançantes: “País tropical”, “Mamãe passou açúcar em mim”, “Meu limão, meu limoeiro” e singela e bela canção “Sá Marina” que deram origem a um estilo suingado. Com a popularidade em alta, Wilson Simonal regeu um coro de 15 mil vozes no show de encerramento do 4º Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho. Encontrou a queda em 1972 quando foi acusado de ser delator quando um agente do DOPS no inquérito o acusou de ser informante do órgão. Com a acusação de ser dedo duro no auge da ditadura militar, Wilson Simonal passou para o completo ostracismo, vindo a falecer em junho de 2000. Em 2003, Simonal foi moralmente reabilitado pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, no processo constou ainda, documento de janeiro de 1999 assinado pelo então Secretario de Direitos Humanos, José Gregori, segundo o qual pesquisas realizadas no arquivo do SNI e do Centro de Inteligência do Exercito demonstrou não haver nenhuma evidência que apontasse Simonal como colaborador ou informante do regime militar. Wilson Simonal por ser negro foi sem sombra de dúvida vitima da inveja e do racismo de uma elite artística medíocre que nunca o aceitaram,que tinham olhos para a Europa e os Estados Unidos, mas o tempo em si é senhor da razão, muitos que lhe viraram a costa naquela época, hoje tem que engolir a sua inocência e a sua importância para a música popular brasileira. A mídia, cúmplice neste processo de acusação, deixou de fazer a sua parte ao investigar toda a verdade...
Lembro-me de quanto se falava no Rio desta "traição" do Simonal nos jornais e quanto se defendiam nas ruas os seus simpatizantes por acreditarem exatamente que tudo era por conta da inveja de se ver um negro com talento diferenciado com tanta ascensão e sucesso.
ResponderExcluirespero que não "matem" mais talentos como os dele agora que temos uma "imprensa livre"