9 de março de 2011

SOU...


Sou lunático homem.
Sou a vida pouca,
Sou o amor sem sêmen.
Sou o deus bomba.
Sou a reação, o salto,
Sou a escuridão, a morte.
Sou água amarga,
Sou o rumo norte.
Sou a arma perfeita,
Sou o baú sem fundo,
Sou o fumo de boca,
Sou a guerra no mundo.
Sou o gol de placa do Péle
Sou o muro de concreto,
Sou a Via-Láctea,
Sou os dribles desconcertantes de Mané.
Sou o ar que se respira,
Sou mendigo,
Sou o ideal da guerrilha.
Sou o homem velho,
Sou a dança caipira,
Sou o mar,
Sou a mordida da vampira.
Sou a vida,
Sou o canto da cigarra,
Sou o amor,
Sou o som da guitarra.
Sou a locomotiva à vapor.
Sou o pão com gergelim,
Sou a defesa do goleiro,
Sou o tiro de festim.
Sou a ordem de batalha,
Sou o exercito que marcha,
Sou o corte da navalha.
Sou o metal raro,
Sou as pedras da montanha,
Sou um dia claro.
Sou a lua cheia,
Sou a superstição,
Sou a aranha na teia.
Sou o Laser,
Sou a imaginação.
Sou a poesia,
Sou a verdade,
Sou a anestesia.
Sou o camponês que ara a terra,
Sou a paz...
Sou o amanhã incerto,
Sou o vírus que mata,
Sou a areia do deserto.
Sou parte desses versos,
Sou nada,
Sou o incomensurável universo.

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