8 de junho de 2011

DOPS: A PATRULHA IDEOLÓGICA






O DOPS, Departamento de Ordem Política e Social, foi criado em 1924, era órgão do governo brasileiro, utilizado principalmente durante o Estado Novo e mais tarde com o regime militar no golpe de 64, cujo objetivo era controlar e reprimir movimentos políticos e sociais contrários ao regime no poder. Antigamente, subordinados aos Governos Estaduais, receberam outras denominações, dependendo da época e local, como DEOPS, Departamento Estadual de Ordem Política e Social e DELOPS, Delegacia de Ordem Política e Social. O órgão em São Paulo foi fundado em 1924 e teve vários nomes, delegacia, superintendência, até ser extinto no início de 1983. A sua designação no período final era Deops, Departamento Estadual de Ordem Política e Social, como consta em seus arquivos. Contudo, a sigla "Dops" é a que ficou na história. Durante o regime militar, em São Paulo, o seu delegado mais conhecido foi Sérgio Paranhos Fleury, devido as acusações de "linha dura" feita pelos presos. Havia muitas dificuldades para quem fosse fichado no DOPS. O candidato a um emprego, por exemplo, em um período da ditadura militar, precisava apresentar um "Atestado de Antecedentes Políticos e Sociais", mais conhecido como "Atestado Ideológico", que era fornecido pelo DOPS a quem não tinha ficha no órgão. Hoje, o DOPS, Delegacia de Ordem Politica e Social ainda existe em alguns estados da federação. No passado, além da repressão política, o DOPS da Polícia Federal tinha a atribuição de censurar os meios de comunicação, através da Divisão de Censura e Diversões Públicas e a partir de 2001 o controle das armas de fogo. Entre os anos de 1964 e 1974, em virtude da resistência ao regime militar crescente, a DOPS obteve maior autonomia. A partir do momento em que o Brasil se abriu para o processo de redemocratização, a instituição perdeu atividades e sentido pela sua existência. Este tentáculo sinistro dos repressores exercia função de órgão policial, e deixou documentos como ofícios, relatórios, radiogramas e livros que hoje servem como pesquisa histórica e busca de processos judiciais. Há dossiês que discriminam sobre a existência, na época, de eleições sindicais, greves, partidos políticos, atos públicos e outros acontecimentos que eram registrados e vigiados pela DOPS. A liberdade advinda da democracia libertou o Brasil desse monstro, mas ficaram feridas que não cicatrizaram e nem cicatrizarão...

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